segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Hamilton tricampeão. E os brasileiros...

 Lewis Hamilton já é campeão da temporada, e ainda faltam três corridas neste ano (AFP)

Lewis Hamilton conquistou ontem, dia 25, o tricampeonato. O inglês de apenas 30 anos e ainda estigmatizado pela cor da pele - apesar dos progressos culturais contra o racismo - mostrou seu talento e soube utilizar a tecnologia de seu Mercedes para vencer nos Estados Unidos, à custa de seu companheiro e rival Nico Rosberg, e conquistar o título antecipado. 

Sem querer comparar com outros grandes da Fórmula 1 nos últimos 30 anos, como Schumacher e Senna, os números de Hamilton são bastante impressionantes, principalmente no começo da carreira e nos últimos dois anos. Foi considerado um dos melhores novatos em 2007, e no ano seguinte conseguiu ser campeão, competindo diretamente com Felipe Massa. De 2009 a 2013, apesar de ter assumido a contragosto o papel de coadjuvante, teve alguns lances de brilhantismo, vencendo pelo menos dois GPs, com exceção de 2013, na sua estreia pela Mercedes, quando só ganhou o GP da Hungria. Nesse período, brilhou a estrela do alemão Sebastian Vettel, tetracampeão de 2010 a 2013. Em 2014, a Mercedes mostrou melhor competitividade, e Hamilton venceu a maioria das corridas no ano (uma das poucas exceções foi em Interlagos, onde Nico Rosberg havia ganhado), tornando-se bicampeão. 

Neste ano, o inglês marrento praticamente só foi ameaçado por Rosberg e por Vettel. Somente esses três venceram nesta temporada. Nas três corridas restantes, espera-se algo diferente, para quebrar a monotonia, mas é algo pouco provável. Os demais pilotos acabaram se conformando em papeis secundários.

Isso inclui os Felipes, o veterano Massa e o estreante Nasr.

Massa é visto como eterna promessa pelo torcedor brasileiro. Teve um começo discreto, pela Sauber, a mesma escuderia de Nasr atualmente. Em 2006 e 2007, era o segundo piloto da Ferrari, sendo Schumacher e Raikkonen, os principais corredores do cavalinho rampante. Chegou 2008, e teve a sua chance, mas teve uma campanha um tanto morna demais para um líder de campeonato, e o jovem alemão Timo Glock, que se deixou ultrapassar por Hamilton, virou o bode expiatório no GP do Brasil. No ano seguinte, foi atingido pela mola que se soltou da suspensão do carro de Rubens Barrichello e ficou em coma. Desde então, Massa não voltou mais a vencer, visitando o pódio de vez em quando e se tornando, cada vez mais, alvo de piadas e de indiferença. Nem a transferência para a Williams, em 2014, melhorou a situação dele, e já se torcia pela sua aposentadoria. 

Do outro Felipe ainda é muito cedo para se afirmar, devido às limitações da Sauber, mas é bem provável que ele assuma o papel de um coadjuvante, como Massa foi na maior parte da sua carreira. O Brasil, portanto, não deve esperar a volta de um Fittipaldi, de um Piquet ou de um Senna. Felipe Nasr não deve ser tão perseguido pelas sátiras quanto Barrichello (o "pé-de-chinelo") ou o seu "xará" (apelidado de "massa de pastel", "massa falida", etc.). 


N. do A.: Outra má notícia para os torcedores do Brasil é a má campanha de Arthur Zanetti, esperança de medalha no Rio. Ele esteve irreconhecível, cometeu erros pouco típicos dele e ficou de fora das finais do Mundial em Glasgow, capital da Escócia. Espera-se que não só ele, mas outros esportistas, superem-se para não alimentar, no próximo ano, o infame "complexo de vira-lata", muito difundido no ano passado graças ao fiasco na Copa do Mundo.

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