quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ainda o Nobel e o Ignobelistão

Continuam as premiações do Nobel. Ontem premiaram os estudos sobre como o DNA é capaz de se regenerar, graças ao sueco Thomas Lindahl, o americano Paul Modrich e o turco Aziz Sancar. Hoje, a bielorrussa Svetlana Alexeievich ganhou o Nobel de Literatura, por seus trabalhos sobre o colapso do comunismo e a história recente dos países que se tornaram independentes com o fim da União Soviética. Ela é crítica ferrenha do governo russo, visto como uma tirania. 

A Rússia também faz parte do Ignobelistão, por ser uma nação decadente, corrupta e com a economia frágil, apesar do poderio militar. Continuam a atacar a Síria enquanto o Estado Islâmico e a autocracia local permanecem como as causas do êxodo de milhares de pessoas. Fazem isso, aliás, de maneira intempestiva, ameaçando seriamente as relações diplomáticas com a Turquia, que acusa Moscou de invadir deliberadamente seu espaço aéreo, e também atingindo acidentalmente território iraniano. O Irã apoia Assad e, principalmente, a milícia xiita Hizbollah, vista como grupo terrorista e considerado pouco digno de confiança pelo ditador sírio, apesar de sua colaboração no combate ao Estado Islâmico e na dominação do Líbano. 

Como os dois países citados no parágrafo anterior, um certo país continua digno de estar na imensa terra dos ignóbeis. Dilma não consegue engolir a derrota sofrida pela batalha no TCU e praticamente quer comandar os parlamentares de sua base no Congresso, para evitar o impeachment. Este processo corre o risco de não ocorrer, porque um de seus maiores defensores não consegue se livrar das acusações de ter contas secretas na Suíça. Enquanto isso, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, está com a cabeça a prêmio em decorrência de sua atuação desastrosa para tentar atacar o Tribunal de Contas e seu relator, Augusto Nardes, fazendo o jogo do Planalto, em relação ao qual tinha a obrigação de agir com mais independência. 

Ignóbil de verdade foi o futebol de uma certa Seleção vestida de amarelo, derrotada pelo Chile por 2 a 0; a ausência de Neymar não justifica a inépcia dos comandados de Dunga. Pode-se argumentar que a Argentina também passou vergonha e perdeu do Equador (e, pior, foi no Monumental de Nuñez), mas aquele jogo foi encarado como acidente, uma zebra. A derrota canarinha foi quase encarada como algo esperado. Começar as Eliminatórias com o pé esquerdo é um forte indício de que algo inédito irá ocorrer: a ausência dos representantes da CBF numa Copa do Mundo.

Isto é, caso houver uma Copa em 2018, pois a crise está terrível na Fifa (também integrante do Ignobelistão, diga-se), obrigando a entidade a suspender por três meses as atividades de Joseph Blatter, de seu virtual desafeto - e também acusado de corrupção - Michel Platini e do ex-secretário geral Jérome Valcke. 

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