segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Flores que nascem no lixo

Desta vez não vou destacar as inúmeras más notícias deste ano, particularmente neste dia cheio de acontecimentos verdadeiramente horríveis (se alguém quiser relembrá-los, procurem no Google e digitem: "notícias" e "dia 16 de janeiro de 2017"). Acho desnecessário reproduzi-las porque a mídia está fazendo isso com ênfase. 

Destacarei as notícias que não cheiram carniça neste dia: 

1. O governo Temer estava para vincular as verbas de pesquisa e desenvolvimento científico na chamada Fonte 900, dependente da arrecadação. Esta ideia não vingou, e após a pressão de pesquisadores e professores, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (*) decidiu colocar os investimentos científicos e tecnológicos na Fonte 188, com recursos mais garantidos.

2. A imprensa divulgou com certo destaque o caso de uma mulher que encontrou um carnê de IPVA em Jaboticabal, interior paulista, perdido por uma empregada doméstica, e pagou a conta em nome dela. Depois, foi procurá-la com a ajuda das redes sociais e, ao encontrar a devolveu o recibo com o troco. A autora da boa ação não pagou ainda o seu próprio IPVA, pois não tinha, até aquele momento, condições de pagar.

3. Em Manaus, há quem consiga faturar com a crise econômica que assola o país: estão vendendo feijoada em balde, inclusive com versão para vegetarianos estritos, os chamados "veganos". O nome da empresa é este mesmo: Feijoada no Balde, cujas donas são as irmãs Lauschner.

4. Já estão em vigor novas taxas de juros bancários, por efeito da queda de 0,75% na taxa Selic. A notícia não é tão boa assim, pois as medidas ainda são tímidas, mas é melhor do que nada: os principais bancos - Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - repassaram parte da redução para as taxas de crédito pessoal e financiamento de bens.

5. Isto não é exatamente uma boa notícia, mas estão fazendo algo mais justo para cobrirem o imenso rombo na Previdência: o governo está estudando adotar um teto também para os militares, que ficaram de fora das propostas iniciais para a reforma.

Hoje, também descobri um site que só traz notícias boas, sem inventá-las: é o Só Notícia Boa (clique AQUI). É um refúgio para quem está furioso com as notícias dos portais e para os cardiopatas.



(*) Esta quimera formada de várias partes diferentes foi fruto da reforma ministerial promovida pelo governo Temer no ano passado, e tentou conciliar a necessária diminuição no número de ministérios sob o governo anterior com os interesses políticos em jogo; a junção dos antigos ministérios de Ciência e Tecnologia e das Comunicações foi o aspecto mais estranho da medida. 

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