Até mesmo na Rússia, poucos comemoraram os 100 anos da Revolução Bolchevique, movimento de socialistas radicais, chefiados por Lênin e Trotsky, que depõs o governo provisório moderado instalado em fevereiro, chamado de "menchevique", após a renúncia do czar Nicolau II. Tudo foi tratado de maneira meio formal, na Praça Vermelha, com uma parada militar pouco divulgada pela imprensa internacional.
Discreta lembrança dos 100 anos da Revolução Russa na Praça Vermelha de Moscou (Yuri Kadobnov/AFP) |
Por aqui, só algumas publicações de cunho marxista se lembraram do aniversário da chamada "revolução de outubro", que aconteceu no dia 7 de novembro de 1917, pois naquela época o gigante eurasiano, visto como atrasado e semifeudal pelo Ocidente, ainda usava o calendário juliano.
É difícil, aliás, encontrar alguma notícia sobre o tema com viés positivo. Só se lembram de como o regime comunista, nascido a partir do descontentamento dos russos com a miséria e o envolvimento do país na I Guerra Mundial, não tardou para se transformar numa ditadura. Primeiro, um período de guerra civil entre os "vermelhos", defensores do regime e partidários do chamado "bolchevismo", e os "brancos", partidários tanto do czarismo quanto dos "mencheviques", e ambas as forças espoliaram o povo. Depois, a consolidação do poder dos "vermelhos", chefiados por Lênin, e a criação da União Soviética, ou URSS, em 1922.
Após a morte do antigo líder (1924), seu sucessor Stalin recrudesceu a ditadura e foi o responsável pelos gulags, os campos de trabalho forçado, e pela morte ou desaparecimento de mais de 20 milhões de pessoas, além da humilhação sofrida pelas forças de Hitler, que invadiram o país durante a II Guerra Mundial (para depois serem rechaçados energicamente pelo Exército Vermelho, à custa de mais outros milhões de mortos, entre soviéticos e forças inimigas, em batalhas sangrentas como as de Moscou e Stalingrado, atual Volgogrado).
Os crimes do stalinismo foram renegados depois da morte do tirano, em 1953, mas os métodos discricionários continuaram, embora não com a força assassina de antes, até o movimento reformista de Gorbachev (a perestroika), de 1985, que não surtiu o efeito esperado, apesar da aclamação no Ocidente, e a dissolução da URSS em 1991, com a renúncia de "Gorbi", como o líder carismático dos soviéticos eram conhecido informalmente.
Os crimes do stalinismo foram renegados depois da morte do tirano, em 1953, mas os métodos discricionários continuaram, embora não com a força assassina de antes, até o movimento reformista de Gorbachev (a perestroika), de 1985, que não surtiu o efeito esperado, apesar da aclamação no Ocidente, e a dissolução da URSS em 1991, com a renúncia de "Gorbi", como o líder carismático dos soviéticos eram conhecido informalmente.
Por causa da falência de todos os regimes influenciados pelos soviéticos, poucos se animam em comemorar esta data. Sem surpresa, apenas o ditador venezuelano Nicolas Maduro, segundo publicações como o La Nación, da Argentina, saudou a memória dos bolcheviques. A China, oficialmente um regime socialista, não dedicou atenção oficial à data. Não há notícias acerca de manifestações vindas da Coréia do Norte ou de Cuba, as outras ditaduras socialistas remanescentes.
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