segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Candidatos e não candidatos

Este blog, em 2017, está abordando as personalidades que se destacaram de forma marcante entre a sociedade brasileira. Foi um ano onde várias pessoas cometeram as mais diversas atitudes, todas provocando reações intensas nos outros: ódio, raiva, revolta. São os merecedores do selo "Vergonha nacional". 

Como já foi exposto, os candidatos ao selo não podem ser os chefes e ex-chefes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, considerados hors concours pois tornariam a disputa injusta. Também condenados pela Justiça cumprindo pena não são passíveis de levarem o "rótulo". Mas precisa ser uma pena estabelecida pela Justiça, como é o caso de Sérgio Cabral, condenado a 45 anos de prisão. Presos preventivamente, como o inimigo político de Cabral, Anthony Garotinho, acusado também de corrupção e abuso de poder, são candidatos ao "selo".

Não podem ser "selados" aqueles que cometeram gafes ou algo somente "ridículo", mas não prejudicial aos outros, ou os meramente incompetentes em sua função (a não ser os responsáveis por acidentes ou danos provenientes da imperícia ou negligência). Então o Alex Muralha, famigerado goleiro do Flamengo, não entra na lista. Muito menos o Felipe Massa, que não iria merecer o selo mesmo se fosse um piloto bem mais inepto, e ele está longe de ser uma negação em seu ofício, embora igualmente longe do talento de um Lewis Hamilton ou Sebastian Vettel.

Alex Muralha, o goleiro mais satirizado do Brasil, virou até mote para a Black Friday da semana passada (não é motivo para receber o selo da "vergonha")

Gente que fez grandes burradas ou atitudes temerárias e perigosas podem ficar longe do "selo" desde que se arrependam a tempo. É o caso do Luciano Huck: ele desistiu de ser candidato a presidente da República. Melhor para ele e para o resto do país.

Pessoas que prejudicaram de forma muito localizada, ou seja, um grupo pequeno, e não provoquem comoção em larga escala também não são considerados. Também aqueles que cometeram erros ou atos aviltantes, mas alvos de manifestações ainda mais reprováveis, também não são "selados". Neste caso, os mais dignos disso são os manifestantes. É o caso do zagueiro Rodrigo, da Ponte Preta, alvo de parte da torcida organizada de seu time, responsável não só por hostilizá-lo mas também por cometer vandalismo e agredir quem estava em campo. Os "torcedores" brigões merecem muito mais o selo do que o beque.

Pessoas jurídicas e instituições, com sede-matriz dentro ou fora do país, também não podem ser seladas. 

Por fim, quanto aos acusados de crimes, só merecem o selo se:
- houverem provas ou indícios válidos ou suficientes para a reprovação da opinião pública;
- demonstrarem comportamento reprovável, sendo alvo de execração de amplos setores da sociedade;
- forem considerados culpados mas ainda não cumprirem pena.

Por outro lado os acusadores que lancem mão da calúnia, do perjúrio e da difamação visando prejudicar dolosamente os seus alvos passam a ser merecedores do "castigo" aqui desde que despertem a indignação da sociedade.

Um exemplo neste último caso: Romero Jucá, senador alvo da Lava Jato e acusado de se encontrar 75 vezes com o lobista da Odebrecht Cláudio Melo Filho, responsável pela delação contra ele, a princípio merece a "insígnia", mas não há nenhuma prova conclusiva contra ele, nem mesmo aquela frase posta fora de contexto ("estancar a sangria"), apesar de suas colocações aparentemente paranóides. Na dúvida, ele não vai ser colocado na lista dos "seláveis", salvo um fato novo. Nem seu acusador, por ora, por não ser alvo da ira do povo.

Ou seja, ser carimbado como "vergonha nacional" não é para qualquer um. Não basta ser um "zé-ruela", um alvo de "zoação" de todo mundo, ou apontado como sujo pelo mal-lavado. No fundo, um bom candidato ao "selo" deve ser, na acepção popular, considerado um grande FDP pelo nosso povo. 

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