terça-feira, 21 de novembro de 2017

Crise institucional no Rio

Por 5 a 0, o TRF-2 (Tribunal Regional Federal da Segunda Região) mandou Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi voltarem para a cadeia, para cumprirem mandato de prisão preventiva, de acordo com a ordem do próprio Tribunal, atendendo ao Ministério Público. 

Não só os três, mas a Assembleia Legislativa do Rio, estão com a imagem arruinada. Após sessão que mandou soltar o trio sem o aval da Justiça, isto é, a solicitação de um alvará de soltura, a procuradora-geral Raquel Dodge interveio no caso e foi até o STF contra a Alerj. 

Picciani, Melo e Albertassi são acusados pela Operação Lava Jato de terem participado de um megaesquema de corrupção envolvendo a Alerj, empresas de ônibus no Rio de Janeiro e empreiteiras - denunciadas pela Operação como integrantes da grande quadrilha predatória que devastou não só o Rio mas todo o resto do país, como OAS e Odebrecht, além da Carioca Engenharia. 

A população carioca, em sua maioria, aprova a decisão do TRF-2, cansada de ter seus interesses violentados por seus próprios representantes, não só na Alerj mas também no próprio governo do Rio de Janeiro. Enquanto isso, a violência, o tráfico de drogas e a desordem administrativa continuam a afligir o Estado inteiro, assim como na maioria das outras "unidades da federação" brasileiras. 



N. do A.: O termo "unidades da federação" foi colocado entre aspas pois na prática os Estados precisam, praticamente, exercer uma relação de vassalagem com o Distrito Federal para verem as verbas arrecadadas por meio de impostos serem repassadas. Isso infelizmente não muda tão facilmente - seria necessária uma reforma política mais consistente do que aquela ainda em processo de concepção pelo Congresso Nacional, capaz de fazer o país se libertar de um passado (e um presente) onde o poder é centralizado e as pessoas esperam demais de um Estado movido a tráfico de influência, para a resolução de seus problemas. Uma etapa dessa reforma foi concluída hoje: o Senado aprovou o voto distrital misto para eleger deputados e vereadores, mas isso só vale a partir de 2020 - uma boa medida destacando-se em meio a tantas outras.

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