quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Governo Temer chega ao fim

Após dois anos de governo, Michel Temer sairá de Brasília, com méritos e também erros.

Michel Temer engrossou a lista de vices que viraram presidentes - e fez o MDB (antigo PMDB) assumir o controle direto do governo (Divulgação)

Herdou um Brasil reconhecidamente pior do que agora em agosto de 2016, após o impeachment da titular, Dilma Rousseff. A inflação estava corroendo o nosso poder de compra, o valor da Petrobras, vítima dos responsáveis pela maior sangria contra o NOSSO DINHEIRO na História, estava se esvaindo, e a insatisfação do povo era evidente, com várias manifestações contra a presidentA, acusada de conluio com o quadrilhão e responsável por vários erros administrativos que levaram a déficits primários bilionários - além de discursos memoráveis que a fizeram ser comparada a figuras históricas como a antiga rainha de Portugal, D. Maria I, dita "a louca". 

Temer assumiu após ganhar projeção e apoio de antigos caciques políticos que abandonavam a nau sem rumo do PT, e tratou de colocar mais juizo em Brasília. A inflação voltou a cair, o déficit primário também (apesar de se mantiver bilionário), os juros foram colocados a níveis bem mais civilizados e a Petrobras recuperou valor rapidamente, graças a uma política de correção no valor dos combustíveis atrelada ao dólar e ao valor do petróleo, mais do que na oferta e demanda interna. Mas o desemprego, crescente sob Dilma, permaneceu alto, e Temer foi alvo de denúncias, no escândalo dos portos, acusado de favorecer a Rodrimar nas licitações para definir as áreas de controle, e também no caso JBS, este também muito mal explicado e co-protagonizado pelos irmãos Batista. 

Sem apelo popular, Temer chegou a ter apenas 3% de aprovação. Sua base de sustentação não colaborou: existem muitos denunciados pela Operação Lava Jato, não só no seu partido, o MDB, considerado um mestre da "arte" de permanecer nos governos desde o regime militar (onde era o partido do "sim" enquanto a antiga ARENA dizia "sim, senhor"), mas também de outras agremiações como o PP (com o maior número de indiciados), além de figuras como Aécio Neves (PSDB-MG).

Após a eleição de Jair Bolsonaro, o ainda presidente passou a ser considerado como um "quase ex", praticamente esquecido pela população. Apenas as indefinições sobre o tal "indulto de Natal", benefício concedido aos condenados por crimes considerados "não violentos", o fizeram voltar à mídia, e isso definitivamente não foi um bom motivo.

Oposicionistas desejosos de vingança contra quem consideram um traidor da ex-presidente Dilma (e de Lula) e muitos partidários do presidente eleito ainda aguardam por novos indiciamentos e até uma - possível - prisão.

Triste fim para um governante que não pode ser considerado o pior da nossa História, apesar de todos os acontecimentos nefastos dos últimos dois anos, citados na mídia e em blogs como este. 

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