2019 conseguiu a proeza de começar de forma pior do que os outros anos, que foram terríveis, graças ao acúmulo de questões não resolvidas no passado - principalmente a negligência no terrível caso Brumadinho.
Espera-se escrever algo mais ameno na próxima postagem, a primeira de fevereiro. Por conta disso, a "premiação" com os selos de "Orgulho Nacional" e "Vergonha Nacional" ficará para segunda - e os "premiados" estão ligados ao mesmo assunto.
O recado vai para quem desejava uma política renovada, com Bolsonaro na presidência, sem as velhas práticas. E é do excelentíssimo senador Renan Calheiros, candidato do MDB à presidência do Senado, que prometeu se adaptar aos novos tempos.
O autor desse blog percebeu que a repercussão da psicologia jungiana, representada pelo método MBTI (Myers-Briggs Type Indicator), é relativamente grande, e irá, de vez em quando, escrever sobre o assunto de forma um pouco mais aprofundada.
Também tentará classificar algumas personalidades brasileiras (as estrangeiras já são até excessivamente analisadas, com sites indicando os mais diversos resultados). Tentará, pois não sou especializado nisso, apenas me interessei pelo assunto e estudei-o um pouco.
É importante reforçar que não existe personalidade superior à outra, portanto este blog vai procurar abster-se de fazer juízos de valor com base no tipo da pessoa.
A Globo vem colecionando fiascos, principalmente no horário das 7. Espera-se que uma temática saudosista mude essa história (Reprodução/Rede Globo)
Para não ficar apenas presos a assuntos sérios e pesados, como a tragédia de Brumadinho e o governo de Jair Bolsonaro, que ainda se recupera de uma complicada cirurgia intestinal para reverter os efeitos do atentado de setembro, este blog vai fazer alguns breves comentários sobre a novela das 7 da Globo que começou hoje, "Verão 90".
A emissora, chamada aqui desde 2014 de "Vênus Plastificada" por causa do logotipo que perdeu o tom metálico naquele ano, está querendo conquistar os saudosistas daquela época, onde a emissora reinava soberana na TV aberta, enquanto engatinhavam os serviços de TV por assinatura (cabo ou parabólica).
Existe uma campanha feita pela Globo para estimular os telespectadores a relembrarem os "anos 90", estimulando ainda mais a 'noventolatria', uma mania já muito forte por aqui, comentada (e às vezes satirizada) neste espaço.
Muitos atores veteranos do elenco faziam sucesso naquela época, como Cláudia Raia e Humberto Martins. A direção da novela escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral é de Jorge Fernando, que naquela época já dirigia muitos sucessos da emissora, como Rainha da Sucata, Vamp e A Próxima Vítima (e também alguns fracassos como Vira Lata e Zazá).
Chama a atenção a música do Technotronic, Pump up the Jam, na verdade um hit de 1989, portanto coisa dos anos 80, mas isso não foge ao tema porque era sucesso nas rádios FM (ainda se ouvia muito rádio), durante o verão entre 1989 e 1990. O que acaba fugindo da época são algumas músicas da trilha sonora, como Freak le Boom Boom da "garota anos 80" Gretchen e a famigerada O Amor e o Poder, da Rosanna Fiengo, uma música de 1987. Mas isso deve ser relevado, porque 1990 foi um ano de transição e no Brasil certas coisas dos "anos 80" ainda estavam na moda.
Por falar na "década perdida" a novela ainda fez outras concessões, como mostrar a infância dos protagonistas, vividos por Isabelle Drummond, Rafael Vitti e Jesuíta Barbosa. Grupos infantis eram uma febre naquela época saudada pelos 'oitentólatras'.
Espera-se que as autoras não estraguem um tema tão interessante para os saudosistas. A novela anterior, O Tempo Não Para, também explorou uma temática promissora - o choque de pessoas congeladas desde o século XIX - e se arruinou com o tempo, chegando a amargar índices ridículos de audiência, menos de 25 pontos.
Na última postagem de 2018, este blog colocou uma charge onde o ano de 2018 aparece "dando o seu recado", com aquele ar de quem foi seriamente afetado por tudo o que aconteceu naquele ano (Leia AQUI).
Isso poderia ser interpretado como uma profecia para o ano de 2019, no estilo daqueles doidos pregando o fim do mundo. Dissipado o clima de réveillon, o que se viu foi uma sucessão de notícias ruins, culminando na tragédia de Brumadinho, com mais de 84 mortes até agora e 276 desaparecidos, cujas chances de serem achados vivos são praticamente nulas.
Caso não acontecesse esse desastre causado pela negligência e pelo descaso, o ano já seria marcado pela violência no Ceará, na crise da Venezuela que pode degenerar numa guerra civil, na morte daquele menino que caiu no poço em Málaga, e nos rumos tomados pelo atual governo, que precisam da participação da sociedade para serem ajustados.
N. do A.: A cirurgia para retirada da bolsa de colostomia do presidente Bolsonaro, feita ontem, durou bem mais do que o previsto devido a procedimentos feitos para acelerar o processo de recuperação, como a retirada da área necrosada do intestino grosso, onde estava a bolsa, e no descolamento de alças intestinais em processo de aderência desde o atentado de setembro. Mesmo assim, a recuperação do presidente é considerada lenta, embora dentro do esperado. Enquanto isso, ainda investigam o autor da tentativa de assassinato, Adélio Bispo de Oliveira, gerando especulações sobre o mandante e supostos cúmplices. Fala-se do envolvimento do PT, de Maria do Rosário, de Jean Wyllys, mas tudo isso ainda são suposições.
Segunda grande catástrofe humana e ambiental causada pela mineradora Vale, desta vez em Brumadinho. Preparemo-nos para o pior, e também para novas catástrofes desse tipo (Reprodução/Globo/Gazeta do Povo)
Este blog ia homenagear São Paulo e seus 465 anos, mas aconteceu a segunda maior catástrofe provocada por uma mineradora, perdendo apenas para a tragédia de Mariana, ocorrida muito recentemente.
A mesma responsável pelo crime ambiental em Mariana desta vez vitimou Brumadinho, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
Além da cidade ser invadida por toneladas de resíduos provenientes da extração de hematita, o meio ambiente foi severamente agredido na região, e o rio Paraopeba foi também atingido.
Apesar do montante de lama tóxica ser muito menor do que o derramado no rio Doce, praticamente transformado num mar de lama e metais pesados por culpa da Vale (por meio da Samarco) em 2015, o número de mortes imediatas pode ter sido ainda maior do que naquela catástrofe: 150 pessoas estão desaparecidas, principalmente funcionários da própria Vale, pois o prédio da administração da empresa naquela cidade foi tomado pela torrente de rejeitos. Sete corpos foram encontrados, e cem foram resgatados.
Isso mostra que a Vale não aproveitou o caso de Mariana para prevenir novos desastres. E o risco de novos rompimentos, só em Minas Gerais, é alto.
Também mostra o descaso com a segurança, um problema de deformação cultural sistêmica e generalizada no Brasil. Continuamos a jogar lixo em locais impróprios, inclusive restos de material hospitalar. "Gatos" elétricos continuam a ser feitos e não devidamente retirados pelo poder público. A manutenção de prédios públicos, ruas, tubulações de água e esgoto, é precária, e há a velha desculpa da falta de verbas.
Existem falhas na fiscalização e, quando ela existe e não sucumbe à corrupção, os alvos fingem tomar providências, quando fazem algo.
Ainda existe o velho vício cultural de não observarmos as leis. E ainda querem afrouxá-las, para trabalharem com margem menor de segurança, visando o lucro imediato e desprezando um planejamento mais criterioso e de longo prazo.
Dessa forma, seremos vítimas de novas tragédias, e enquanto existir gente habitando este país, cada cidadão poderá ser uma vítima fatal da negligência, a não ser que nos eduquemos para tomar mais cuidado e valorizar a vida e o patrimônio alheios, e cobremos das autoridades e das empresas para fazerem o mesmo.
Ontem, foi escrito no blog que a Venezuela está sob uma terrível crise institucional, disputa de poder entre Nicolas Maduro, o presidente oficial (e ditador de facto) apoiado pelas Forças Armadas e pelo Judiciário, e Juan Guiadó, autoproclamado presidente interino que alegou haver fraudes nas eleições do ano passado, e tem o apoio da maioria do Pàrlamento e de países como Estados Unidos e Brasil.
O rumo do país vizinho é incerto, e o desfecho pode ser o mais dramático possível.
Por aqui estamos caminhando para tornar o PT parte do passado e corrigir os seus desmandos em seus anos de governo, mas o rumo é o desejado?
O Banco Central quer afrouxar o monitoramento das contas de parentes de políticos, para evitar casos como o do deputado e senador eleito Flávio Bolsonaro.
Decreto do presidente em exercício, Hamílton Mourão, pode criar possibilidades de funcionários comissionados terem poder de decisão sobre quais documentos devem ser considerados "ultrassecretos". Segundo o general Mourão, essas medidas visam agilizar os procedimentos para disponibilizar as informações do governo para o público.
O MEC terá vários militares com poder de controlar o financiamento estudantil, as universidades federais, os hospitais universitários e os livros didáticos.
A sociedade precisa colaborar com o governo para acertar os rumos do país, e para isso, além de cumprir com suas responsabilidades, deve se manter informada sobre as decisões e saber reagir a elas, para não ser prejudicada.
E, a partir do dia 28, este blog vai se dedicar mais aos assuntos acadêmicos, sem deixar de lado os outros diversos temas.
N. do A.: Outra notícia preocupante vem do Rio de Janeiro: o deputado Jean Willys tem a intenção de sair do país e renunciar ao mandato pelo qual foi eleito, alegando estar ameaçado de morte e sofrer o mesmo destino de Marielle Franco, a vereadora de seu partido, o PSOL, morta possivelmente por ação de milicianos. Fala-se muito, entre os membros e simpatizantes desse partido, em "resistência", comparando o atual governo com o antigo regime militar.
Após uma eleição onde se fez muitas perguntas e nenhuma resposta convincente, o governo do presidente venezuelano Nicolas Maduro tem sua legalidade questionada.
Os opositores perderam o medo de protestar abertamente, e apoiam o presidente da Assembléia Legislativa, Juan Guaidó, que se autoproclamou governante interino da Venezuela. O Legislativo concentra a oposição, enquanto o Judiciário está loteado de maduristas.
Por enquanto, Maduro, que só não "caiu de podre" porque é sustentado por militares, muitos deles vistos como envolvidos no narcotráfico, crime organizado e ataques contra países vizinhos, não tomou medidas diretas contra Guaidó e anunciou o rompimento diplomático contra os Estados Unidos, o primeiro país e apoiar o líder do Legislativo. Brasil, Argentina, Canadá, Peru, Colômbia e outros países seguem Trump e também veem Maduro como usurpador.
Por enquanto não é possível vislumbrar nada de bom no futuro próximo na Venezuela, uma nação parasitada por um governo relapso e depravado, disposto a destruir seu povo com o pretexto de protegê-lo contra os inimigos do "bolivarianismo". Recrudescimento do regime, interferência americana - fazendo de Trump mais um "xerife do mundo" como alguns de seus antecessores - ou guerra civil.
É bastante digno de nota um presidente brasileiro participar do Fórum Econômico Mundial, embora nossos representantes costumem fazer papéis de coadjuvantes. Sem fugir a essa regra, Lula, em 2007, e agora Bolsonaro, receberam bem mais atenção do que Dilma (2013) e Temer (2018).
Bolsonaro fez um discurso bem objetivo - e pouco aprofundado - para convencer as potências mundiais a verem o país como uma nação comprometida com a democracia e a preservação ambiental. Não abriu mão das linhas mestras do pensamento oficial vigente. De Brasília, obviamente.
O mercado, porém, não ficou tão impressionado, e ainda ficou fortemente abalado pelo anúncio da Arábia Saudita em suspender a importação de cinco marcas de frango, alegando que elas não respeitam as regras do abate "halal", de acordo com a tradição islâmica, vetando métodos de dessensibilização prévia, e impondo uma morte rápida e de forma a retirar o máximo de sangue. Na verdade, é um pretexto para retaliar o Brasil por causa da decisão de transferir a embaixada brasileira em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém. Os sauditas são os maiores compradores de frango brasileiro. A reação saudita e as falas do presidente levaram a Bovespa a uma expressiva queda de 0,94%, e o dólar voltou a ficar acima de R$ 3,80.
Hoje o presidente Jair Bolsonaro se prepara para ir ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, com o desafio de mostrar um Brasil com todo o seu potencial de crescimento e capaz de realizar as reformas econômicas.
As expectativas em torno disso são consideráveis, pois o presidente quer mostrar aos investidores as vantagens de aplicar seu dinheiro no Brasil, principalmente no setor do agronegócio, e reafirmar sua imagem de alguém comprometido não só com a reforma da Previdência, mas também com a normalidade institucional.
De acordo com as palavras do presidente em exercício, Hamílton Mourão:
"O discurso do presidente vai ser em cima das reformas da área econômica, reforma da Previdência. E também mostrar que ele não é Átila, o huno. É mais um brasileiro, que nem nós."
E, conforme os dias passam, Bolsonaro se revela cada vez mais diferente do autocrático rei dos hunos, pois até agora a democracia está intacta, apesar da oposição mais aguerrida, principalmente aquele ligada aos petistas, ainda querer mostrar o contrário. Espera-se que isso continue ao longo do mandato.
N. do A.: O deputado Flávio Bolsonaro, filho do "homem", está cada vez mais enrolado, apesar dos esforços dele em explicar as suas movimentações financeiras, na venda de imóveis e em sua participação em uma franquia de chocolates Kopenhagen. As entrevistas feitas por Britto Jr. na Record e por Bóris Casoy na Rede TV! ainda foram objeto de vários questionamentos, pois foram acusadas de falta de maior empenho para fazer o deputado expor os fatos (veja AQUIe AQUI). A equipe do governo tenta impedir que o caso gere uma crise institucional, e Mourão já declarou que o problema é de Flávio Bolsonaro, e não do pai dele.
Um experimento que trouxe alento para os pesquisadores do mundo inteiro - mas por pouco tempo: os brotos vistos na metade direita da foto morreram logo depois, sobre a superfície lunar (CNSA/Chongqing University)
Depois de conseguirem lançar a sonda Chang'e 4 em direção ao lado escuro da Lua, os chineses tinham a esperança de ver sementes contidas em recipientes de temperatura controlada germinarem na superfície gélida (- 100 graus Celsius) do satélite.
Havia sementes de batatas, arabidopsis (uma pequena planta da família das couves usada em experimentos) e algodão. Estas últimas conseguiram germinar e brotar, mas em nove dias morreram.
O aparente fracasso frustrou toda a comunidade científica, mas era um procedimento arriscado, com baixíssima chance de êxito, pois os recipientes precisavam ser isolantes térmicos de altíssima eficiência, para impedir que a temperatura em seu interior acabe por decair a níveis insustentáveis para a vida de seres terrestres. Outros fatores como a presença de níveis elevados de radiação na superfície lunar e a menor gravidade (6,08 vezes menor do que na Terra) devem ser considerados também.
Por outro lado, isso pode ser um passo rumo ao sucesso em futuras missões tripuladas para colonização da Lua.
a) Haverá a banalização da violência, com verdadeiras carnificinas, mortes por balas perdidas, atentados terroristas;
b) O brasileiro ficará com maior sensação de segurança, até o momento de ser assaltado e ser forçado a reagir e usar a sua arma, mesmo sem saber atirar direito;
c) Muitos vão comprar uma arma e comprometer o seu orçamento, pagando em dez ou mais vezes, com risco até de ir parar no Serasa se não conseguir quitar o seu instrumento de segurança;
d) Não acontecerá nada de mais porque os bandidos sempre conseguem obter armas mais pesadas do que as disponíveis no mercado formal, sem precisar obter registro algum;
e) Vai aumentar a choradeira e o mimimi daqueles que urinam de pavor só de pensar em uma arma e preferem discutir sobre um país mais pacífico, quando não falam de cachorrinhos e gatinhos fofos.
Hoje o Parlamento britânico rejeitou os termos do acordo para o Brexit, a saída do Reino Unido (a Grã-Bretanha, formada pela Inglaterra, Escócia e País de Gales, mais a Irlanda do Norte). O governo de Theresa May foi derrotado por 432 a 202, e o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, solicitou uma "moção de censura", e isso pode ameaçar o mandato da líder conservadora.
Será o fim para o mandato de Theresa May, a primeira-ministra britânica? (Reuters)
Esta situação pode abrir vários caminhos:
- forçar a negociação dos termos do Brexit entre o governo e a oposição;
- levar à renúncia de Theresa May e fazer o Partido Conservador escolher outros nomes para ocupar o cargo;
- fazer o Reino Unido sair da União Européia sem um acordo, no dia 29 de março, e isso seria um desastre onde tanto os britânicos quanto os europeus - e possivelmente o resto do mundo - serão prejudicados;
- pode haver radicalização principalmente na Irlanda do Norte, que já sofreu com o terrorismo extremista do IRA, grupo guerrilheiro extinto que lutou pela incorporação do território à República da Irlanda;
- o Parlamento pode derrubar a primeira-ministra e ordenar novas eleições gerais;
- além disso, em caso de vitória trabalhista, um novo referendo pode ser feito, e o Brexit pode ser levado à ruína, com a permanência do Reino Unido na União Europeia.
Estamos vivenciando neste começo de ano algumas coisas consideradas assustadoras:
1. Casos de hantavirus estão matando pessoas na Argentina. Essa doença é transmitida por roedores e causada por vírus, podendo levar à morte em menos de 3 dias.
2. Está em curso um dramático resgate de um menino de dois anos que caiu em um poço na cidade espanhola de Málaga. O poço tem mais de 100 m de profundidade, porém com apenas 25 cm de largura. Até agora não conseguiram retirar a criança de lá.
3. Na Austrália, uma serpente da espécie píton-carpete (Morelia spilota) foi encontrada com nada menos que 511 carrapatos e, após a retirada de todos os parasitas, precisa passar por um tratamento contra infecções e anemia.
Ver uma serpente de grande porte ou um monte de carrapatos, isoladamente, já provoca arrepios em muitas pessoas. Imagine uma serpente coberta com centenas de aracnídeos sugadores de sangue (Tony Harris/Facebook)
4. Atos de profunda violência contra a pouca liberdade restante na Venezuela causam apreensão. Ontem, o líder da Assembleia Legislativa Juan Guaidó foi preso e liberado horas depois. O presidente venezuelano Nicolás Maduro prometeu prender os responsáveis pela arbitrariedade, mas há poucas dúvidas sobre o mandante desse ato.
5. Ainda repercutem casos terríveis de criminalidade no Brasil, principalmente a onda de violência no Ceará; também foram abordadas outras ocorrências terríveis, como a família de bolivianos morta e esquartejada em Itaquaquecetuba.
6. O governo só está começando, mas sua falta de rumos anda preocupando. Corre-se o risco de não agradar ninguém. Agora, voltou atrás de novo, na decisão de sair do Acordo de Paris. Não é por pressão dos ambientalistas, mas porque não há consenso entre os membros da equipe de Bolsonaro e, particularmente, no ministério do Meio Ambiente.
N. do A.: Bolsonaro tentou colher frutos políticos da extradição do terrorista italiano Cesare Battisti e se deu mal: o ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Socialismo conseguiu fugir no Brasil e se refugiou na Bolívia; a Polícia Federal, que já atuou mal no caso da fuga, foi para a Bolívia tentar capturá-lo, mas as autoridades italianas conseguiram fazer Battisti ir direto para a Itália cumprir a sentença de prisão perpétua. Restou a Bolsonaro se manifestar nas redes sociais dizendo que "a justiça foi feita", e ele até foi elogiado pelo governo italiano, mas ninguém se convenceu do protagonismo do presidente no episódio.
Autoridades francesas acusaram o presidente do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekasu Takeda, de ter comprado votos de delegações africanas para favorecer Tóquio como sede das Olimpíadas de 2020.
Takeda é investigado juntamente com o senegalês Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da IAAF, a Associação das Federações Internacionais de Atletismo, Lamine Diack, por sua ligação com uma empresa que pagou cerca de 1,8 milhões de euros em propina.
Tóquio foi escolhida em 2013, superando Madrid e Istambul.
O episódio mancha ainda mais a já desfigurada imagem do COI, após o caso de Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do COB, acusado de procedimentos semelhantes para conseguir a vitória do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.
Esperava-se que o governo Bolsonaro pudesse ter decisões firmes para levar o Brasil a um rumo definido. Não é o que parece na prática.
Em apenas nove dias de uma gestão ainda bem no começo, houve muitas resoluções que foram desmentidas nos dias seguintes. É um vai e vem neste movimento algo browniano.
A última sessão de recuos aconteceu quando um edital publicado hoje para os critérios dos novos livros didáticos foi revogado. Neste edital, os livros precisavam ter referências bibliográficas e mais rigor nas edições (além de outras questões menos técnicas, como liberação da publicidade e evitar temas em desacordo com o pensamento oficial vigente, como ideologia de gênero). O Ministério da Educação não resistiu às objeções vindas de autores e editores, e revogou o edital.
Já houve recuo em querer revisar o acordo entre Boeing e Embraer, nas desapropriações de terras (setores da mídia falavam em "paralisação da reforma agrária", como se um processo inexistente de redistribuição de terras supostamente iniciado no governo Lula, ou Dilma, ou Temer, fosse interrompido), numa instalação de uma base militar norte-americana (algo que fez militares e "esquerdistas" concordarem entre si) e no financiamento do programa "Minha Casa, Minha Vida" para a classe média; neste último caso, a ideia era fazer esta parte da nossa população se sujeitar aos juros praticados no mercado, mas o presidente da Caixa Pedro Guimarães voltou atrás.
Os descompassos estão incomodando o próprio presidente Bolsonaro, ciente que tudo isso é um prato cheio para alimentar as já volumosas críticas contra o seu governo, vindas inclusive de eleitores confiantes na melhoria do país.
N. do A.: Repercutiu muito mal a contratação do filho do vice-presidente da República general Hamílton Mourão, como assessor especial da presidência do Banco do Brasil. Antônio Hamilton Rosselli Mourão passa a ganhar R$ 36 mil, quase o triplo do que ganhava antes, como funcionário do setor de agronegócio. Parafraseando um dito do agora finado padre Quevedo, sobre um governo à altura do país: Isso non ecziste!
Este blog postou apenas sobre a posse do novo presidente Jair Bolsonaro e voltará ao ritmo normal de postagens no dia 14, salvo se houver alguma notícia relevante.
Por enquanto os fatos mais importantes podem ser acompanhados pelos portais de notícias, que cobrem a violência no Ceará e alguns outros eventos, como a cerimônia do Globo de Ouro.
Em um momento histórico do Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tomou posse, tornando-se o trigésimo oitavo governante do país.
Fiel ao seu estilo, ele resolveu utilizar o Rolls-Royce tradicional. Cogitava-se usar um modelo blindado, mas Bolsonaro preferiu ficar menos isolado do povo. E não foi pouca gente: 115 mil pessoas. Se ficou longe das multidões que compareceram à posse de Lula em 2003, também ficou bem acima dos 40 mil que compareceram à posse de Dilma em 2015.
Nos discursos no Congresso, quando foi oficializado como presidente pelo (ainda) chefe do Legislativo, senador Eunício Oliveira (MDB-CE) e após receber a faixa do agora ex-presidente Michel Temer (que saiu discretamente do Planalto para enfrentar seus processos na Justiça), Bolsonaro falou em combate à corrupção, à criminalidade e às ideologias, estas últimas consideradas nocivas às crianças pelo suposto perigo de doutrinação socialista e marxista. Quando já estava com a faixa presidencial, a primeira dama Michelle Bolsonaro se comunicou com a multidão em Libras, a linguagem de sinais usada pelos surdos, indicando que o governo dará atenção a quem possui alguma deficiência física.
Cerimônia da transferência da faixa presidencial (do canal Band Jornalismo)
Michelle Bolsonaro, nova primeira-dama, usa a linguagem Libras para falar ao povo
Apesar de deixar claro que governa para todos os brasileiros e não apenas para os 57 milhões que votaram nele, ele continuou a repetir a frase de campanha "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos".
Na posse, compareceram poucos chefes de Estado, como Marcelo Rebelo (Portugal), Tabaré Vasques (Uruguai), Sebastián Piñera (Chile), Evo Morales (Bolívia), Benjamin Netanyahu (Israel) e Viktor Orban (Hungria), além de representantes diplomáticos de outros países, inclusive o Secretário de Estado americano Mike Pompeo e o chanceler argentino Jorge Faurie. Donald Trump e Maurício Macri parabenizaram Bolsonaro pelas redes sociais.
Antes, os governadores tomaram posse. Em São Paulo, João Dória Jr. prometeu um governo de trabalho e renovação do PSDB, enquanto no Rio de Janeiro Wilson Witzel fez duro discurso contra a criminalidade, chamando os chefes do crime organizado de "narcoterroristas". Romeu Zema, em Minas Gerais, também prometeu austeridade. Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, fez apelo por união, pois o seu estado, assim como Rio e Minas, está em situação financeira terrível.