É bastante digno de nota um presidente brasileiro participar do Fórum Econômico Mundial, embora nossos representantes costumem fazer papéis de coadjuvantes. Sem fugir a essa regra, Lula, em 2007, e agora Bolsonaro, receberam bem mais atenção do que Dilma (2013) e Temer (2018).
Bolsonaro fez um discurso bem objetivo - e pouco aprofundado - para convencer as potências mundiais a verem o país como uma nação comprometida com a democracia e a preservação ambiental. Não abriu mão das linhas mestras do pensamento oficial vigente. De Brasília, obviamente.
O mercado, porém, não ficou tão impressionado, e ainda ficou fortemente abalado pelo anúncio da Arábia Saudita em suspender a importação de cinco marcas de frango, alegando que elas não respeitam as regras do abate "halal", de acordo com a tradição islâmica, vetando métodos de dessensibilização prévia, e impondo uma morte rápida e de forma a retirar o máximo de sangue. Na verdade, é um pretexto para retaliar o Brasil por causa da decisão de transferir a embaixada brasileira em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém. Os sauditas são os maiores compradores de frango brasileiro. A reação saudita e as falas do presidente levaram a Bovespa a uma expressiva queda de 0,94%, e o dólar voltou a ficar acima de R$ 3,80.
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