A Globo vem colecionando fiascos, principalmente no horário das 7. Espera-se que uma temática saudosista mude essa história (Reprodução/Rede Globo) |
Para não ficar apenas presos a assuntos sérios e pesados, como a tragédia de Brumadinho e o governo de Jair Bolsonaro, que ainda se recupera de uma complicada cirurgia intestinal para reverter os efeitos do atentado de setembro, este blog vai fazer alguns breves comentários sobre a novela das 7 da Globo que começou hoje, "Verão 90".
A emissora, chamada aqui desde 2014 de "Vênus Plastificada" por causa do logotipo que perdeu o tom metálico naquele ano, está querendo conquistar os saudosistas daquela época, onde a emissora reinava soberana na TV aberta, enquanto engatinhavam os serviços de TV por assinatura (cabo ou parabólica).
Existe uma campanha feita pela Globo para estimular os telespectadores a relembrarem os "anos 90", estimulando ainda mais a 'noventolatria', uma mania já muito forte por aqui, comentada (e às vezes satirizada) neste espaço.
Muitos atores veteranos do elenco faziam sucesso naquela época, como Cláudia Raia e Humberto Martins. A direção da novela escrita por Izabel de Oliveira e Paula Amaral é de Jorge Fernando, que naquela época já dirigia muitos sucessos da emissora, como Rainha da Sucata, Vamp e A Próxima Vítima (e também alguns fracassos como Vira Lata e Zazá).
Chama a atenção a música do Technotronic, Pump up the Jam, na verdade um hit de 1989, portanto coisa dos anos 80, mas isso não foge ao tema porque era sucesso nas rádios FM (ainda se ouvia muito rádio), durante o verão entre 1989 e 1990. O que acaba fugindo da época são algumas músicas da trilha sonora, como Freak le Boom Boom da "garota anos 80" Gretchen e a famigerada O Amor e o Poder, da Rosanna Fiengo, uma música de 1987. Mas isso deve ser relevado, porque 1990 foi um ano de transição e no Brasil certas coisas dos "anos 80" ainda estavam na moda.
Por falar na "década perdida" a novela ainda fez outras concessões, como mostrar a infância dos protagonistas, vividos por Isabelle Drummond, Rafael Vitti e Jesuíta Barbosa. Grupos infantis eram uma febre naquela época saudada pelos 'oitentólatras'.
Espera-se que as autoras não estraguem um tema tão interessante para os saudosistas. A novela anterior, O Tempo Não Para, também explorou uma temática promissora - o choque de pessoas congeladas desde o século XIX - e se arruinou com o tempo, chegando a amargar índices ridículos de audiência, menos de 25 pontos.
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