sexta-feira, 24 de maio de 2019

Da série 'Energias renováveis no Brasil', parte 4


Os geradores eólicos, com suas hélices características, são responsáveis pela terceira maior fonte de energia renovável do Brasil

Nesta postagem, este blog irá expor a atual situação da energia eólica, cuja capacidade de geração ultrapassou os 15 GW, um verdadeiro salto em relação a dez anos atrás, quando os primeiros leilões foram feitos. Considerando a capacidade de Itaipu, com cerca de 14 GW, a contribuição dos ventos para a produção de eletricidade é bastante significativa. 

O Brasil possui vastas áreas favoráveis para a extração da energia eólica, com ventos constantes e relativamente fortes. O Nordeste reúne as condições mais propícias, e por isso a maior parte das usinas de vento instaladas estão lá, principalmente no Rio Grande do Norte, produzindo 4 GW. A Bahia extrai 3,6 GW em seu vasto território, enquanto o Ceará contribui com cerca de 2 GW. 

São números bastante expressivos, para um país que soube aproveitar o potencial do vento apenas recentemente. A Holanda é uma referência nesse setor, pois os moinhos fazem parte da paisagem desde o século XVI, servindo para drenagem das terras constantemente ameaçadas por inundações vindas do Mar do Norte. Por causa da baixíssima altitude do país, ele também é conhecido pelo nome de Países Baixos (Netherlands). Em toda a Europa e também na Ásia, os moinhos também eram usados para a fabricação de farinha, e inspiraram até a literatura no clássico Don Quijote de la Mancha, onde se pode encontrar a batalha inglória do louco Dom Quixote contra os "gigantes de muitos braços".

Os atuais geradores eólicos ainda lembram muito os seculares moinhos na aparência, mas são projetados para gerar muito mais energia, com hélices aprimoradas para a diminuição do arrasto aerodinâmico. Isso é importante não só para minimizar as perdas, mas também os ruídos. As turbinas são relativamente barulhentas, impossibilitando a construção dos geradores em locais próximos a residências.

Outros inconvenientes são a interação com animais voadores, principalmente aves, e as áreas exigidas para a construção dos parques eólicos. Mas tudo isso é compensado pela ausência quase total de resíduos, a fonte inesgotável de matéria-prima (ar) e a geração de empregos na construção e manutenção das usinas, que ainda chamam a atenção pela aparência: uns acham-nas graciosas, outros detestam.

Até 2026, prevê-se mais crescimento no setor, possibilitando a diminuição efetiva na dependência em relação aos geradores termoelétricos e ao regime de chuvas, do qual dependem as usinas termoelétricas. Fala-se em ampliar a capacidade para 25 GW. E a Petrobras planeja construir plataformas para usinas eólicas sobre o mar. 

Em breve, na última postagem da série, serão mostradas outras alternativas de energia, procurando desvendar o porquê de serem tão pouco exploradas no Brasil: são a energia geotérmica e a maremotiz (uso das marés).

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