terça-feira, 21 de maio de 2019

Empresas brasileiras tradicionais

Este blog já escreveu sobre empresas brasileiras do passado, como a Mesbla, o Mappin, a Telesp, a Varig e a Vasp, e outras agora nas mãos de multinacionais estrangeiras, como a Lacta e a Cofap (algumas fontes incluem a Embraer, mas ela tecnicamente não pertence à Boeing).

Existem outras que sobreviveram e resistiram, e ainda representam o setor industrial brasileiro. Citemos dez casos de empresas com largo histórico de atividades: 


1. SADIA E PERDIGÃO

As duas formam a multinacional BRF, cuja matriz fica aqui em São Paulo, e possuem décadas de tradição em fornecimento de carnes industrializadas, principalmente de aves e porcos. A Perdigão é a dona da marca Chester, enquanto a Sadia tem o presunto cujo comercial é muito lembrado pelos "oitentólatras" e foi recentemente relançado, como um "reboot". 


2. TIGRE

Há décadas é referência em tubos e conexões (desde 1941), por sua resistência e qualidade. Faz parte do Grupo Tigre, que reúne também uma conhecida fábrica de pincéis e a Claris, especializada em esquadrias de alumínio. 


3. HERING

A marca dos dois arenques cruzados é uma das mais antigas fábricas têxteis em atividade, desde 1880.


4. VULCABRAS, AZALEIA E GRENDENE

Estas fábricas de calçados estão reunidas no Grupo Grendene. São todas marcas tradicionais, sendo a Vulcabras, representante do setor de calçados masculinos, a mais antiga. Antes de ser adquirida pela Grendene, a Azaleia, marca de calçados femininos, já havida se incorporado à Vulcabras.


5. KLABIN

É uma das mais fortes fabricantes de papel e celulose do Brasil. O começo das suas atividades data de 1890. Está firme no mercado e recentemente adquiriu uma nova fábrica no Paraná. É dona de mais de 200 mil hectares em florestas para fornecimento de matéria-prima.


6. GERDAU

As atividades como siderúrgica são relativamente recentes, embora a história da Gerdau tenha começado com uma fábrica de secos e molhados, ainda no século XIX, por iniciativa de Johann H. K. Gerdau (1849-1917), imigrante nascido em Altona, atualmente parte de Hamburgo, na Alemanha.


7. TRAMONTINA

Outra fábrica do setor siderúrgico, está presente desde 1911 no cotidiano dos brasileiros, fazendo principalmente objetos de cutelaria, utensílios de cozinha e ferramentas, mas também material elétrico, móveis e eletrodomésticos.


8. WEG

É uma das gigantes no ramo de motores elétricos, desde 1961. Atualmente também produz turbinas destinadas aos moinhos de vento para produção de energia eólica.


9. NATURA

Referência em cosméticos, a Natura foi fundada em 1969, já tendo cinquenta anos de atividade. Está prestes a adquirir o controle da americana Avon, dando mostras de sua pujança econômica.


10. BRITÂNIA

Fundada no Paraná, em 1956, era presença certa em comerciais na década de 1980, com o slogan "Produtos feitos para durar". Atualmente, controla a marca Philco, de uma antiga empresa americana, produzindo e importando eletrodomésticos e eletrônicos.



Infelizmente não se pode incluir nomes como a Caloi, atualmente controlada, desde 2017, pela canadense Dorel, e a Brastemp, do grupo Whirlpool, americano. 

Um caso digno de nota é a CCE, a empresa que ficou nas mãos da Lenovo apenas por três anos, mas voltou a ser controlada pelos antigos donos, a família Sverner. Atualmente esta empresa, sempre vítima de apelidos maldosos pela suposta má qualidade de seus produtos, está em má situação, assim como a rival Gradiente (ela ainda existe, mas está em recuperação judicial). As duas foram temas de postagens só delas. Casos semelhantes de "repatriação" ocorreram com a fábrica de produtos de refrigeração Metalfrio, adquirida pela Bosch mas depois comprada pelo grupo brasileiro Artésia Gestão, e a Coqueiro, empresa do ramo de pescado, antigamente sob controle da Quaker (braço da gigante Pepsico) e agora do grupo Camil. São marcas com décadas de tradição. Ao contrário da CCE, a Metalfrio e a Coqueiro vão bem. 

Não se pode esquecer também de derrocadas recentes, como aconteceu com a Editora Abril, atualmente em dolorosa decadência e prestes a ser vendida, após contrair dívidas bilionárias. Ela chegou a ser a maior editora de revistas do Brasil, sendo a dona da Veja, da Quatro Rodas, da Placar, da Exame e outras, mas praticamente perdeu todo o setor de quadrinhos, que lançou o nome da empresa, com o gibi do Pato Donald, em 1950. Atualmente os quadrinhos da Disney são editados pela Culturama, enquanto os demais são propriedade da Panini, multinacional italiana.

Por fim, temos marcas mundiais parcialmente sob controle de brasileiros, como Antarctica e a Brahma, tradicionalíssimas no setor de bebidas, propriedades da belgo-brasileira AB InBev. Parte das ações pertence ao grupo 3G Capital, de João Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira. 

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