quarta-feira, 15 de maio de 2019

Primeira grande manifestação no governo Bolsonaro

Não levou muito tempo - nem cinco meses - para o presidente Jair Bolsonaro enfrentar protestos contra ele nas ruas. 

Milhares de pessoas voltaram para protestar contra os cortes da Educação... e também outras pautas, como costuma acontecer nestes últimos anos. As lideranças, formadas por sindicatos de professores e funcionários, ligados à CUT e aos partidos de oposição ao governo (principalmente o PCdoB e o PT, principais partidos representados pela Apeoesp), favoreceram isso. Muitos foram às ruas para protestarem contra a reforma da Previdência, mais do que a favor das escolas. Alguns chegaram até a levantar bandeiras radicais, típicas dos anos 1980 e 1990, como o calote na dívida pública. 

Mas a maioria dirigiu a sua ira, mesmo, para o descaso com o ensino e a pesquisa. 

Houve poucos confrontos, e o único caso mais grave de violência foi o vandalismo no centro do Rio, com o incêndio de um ônibus. Em São Paulo, apesar da multidão na Av. Paulista, não houve incidentes. 

Manifestantes levantam uma faixa contra a piora na Educação (Amanda Perobelli/Reuters)

O governo Bolsonaro está tendo dificuldades enormes para administrar o Orçamento, tolhido pela queda na arrecadação decorrente da crise econômica provocada por anos de descalabro administrativo. Precisava das reformas previdenciária, tributária e trabalhista, além de medidas para estimular a economia, e até agora não há sequer um cronograma para nada isso. Por isso, resolveu cortar gastos e investimentos não só na Educação, mas nas Forças Armadas (onde o contingenciamento foi ainda mais severo, apesar do apreço do presidente pelos militares), na Saúde, na Infraestrutura e no Meio Ambiente. O que já era ruim nos governos Dilma e Temer ficou pior com o ex-capitão.

Enquanto isso, ele está em Dallas, acusando os manifestantes de serem "imbecis" e "massa de manobra". Vai receber por lá o título de "Personalidade do Ano", pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, após se recusar a recebê-lo em Nova York, governada por Bill de Blasio, do Partido Democrata, que fez questão de destratar o presidente pela desistência, uma atitude lamentável, imprópria de um governante da cidade mais importante do mundo - e que alimentou uma reação à altura de alguém bem pouco receptivo a críticas vindas de gente dita "de esquerda". 

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