terça-feira, 2 de março de 2021

Cresce o cerco à tirania de Mianmar

O Ocidente e os outros países do Sudeste Asiático estão acompanhando com atenção os desdobramento do regime militar na Mianmar, ou Birmânia, imposto por um golpe de Estado no dia 1 de fevereiro. 

Estão mostrando crescente preocupação a uma tirania assumida, sem os disfarces do arremedo de democracia durante o governo de Aung San Suu Kyi, tutelado pelos militares. Mostrando sua truculência explícita, as forças de segurança não hesitam em atirar em manifestantes desarmados. 

Empresários de Singapura e Malásia, que investem no país, mostram pouca paciência com os militares e declararam ser inaceitáveis os movimentos repressivos. Estados Unidos, União Europeia e Austrália exigem a volta da normalidade constitucional (se pudermos definir assim o govenro de Suu Kyi). 

Anteontem, as forças repressivas mataram 18 pessoas, e novamente as armas letais foram usadas hoje, ferindo gravemente três dos descontentes com a ditadura local. É notável a falta de empenho da China e da Rússia para condenar esses atos - mesmo porque seus governos estão habituados a usar força semelhante contra seu povo. 


N. do A.: Outro regime ferozmente antidemocrático está também recebendo condenação internacional: o governo saudita, comandado pelo príncipe Mohammed bin Salman, é considerado pela CIA e pela opinião pública ocidental como culpado pela morte e esquartejamento do jornalista Jamal Khashoggi, desaparecido em 2018 dentro da embaixada saudita em Istambul, na Turquia. A ONG Repórteres sem Fronteiras fez um pedido de investigação por parte do governo alemão sobre o príncipe, por "crimes contra a humanidade". Isso abala de vez a imagem "modernizante" do governante de facto do país banhado pelo Mar Vermelho, mas não deve afetar a atuação dos sauditas contra o Irã e os guerrilheiros houthis que lutam pelo poder no vizinho Iêmen, país mergulhado num conflito sangrento onde dezenas de milhares foram mortos. 

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