terça-feira, 13 de abril de 2021

Da série 'Noventolatria', parte 26 - Quando o Sílvio Santos gravava no Carandiru

Este blog não se refere ao antigo complexo do Carandiru, mas ao bairro onde esse famigerado lugar esteve instalado, na região da Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo. 

Recentemente, entre o final de 2020 e o início deste ano, apareceram vários vídeos do Youtube sobre o Teatro Sílvio Santos, localizado na Avenida General Ataliba Leonel, número 1772. O Youtube é um veneno para quem tem crises de nostalgia, principalmente os "noventólatras" aficcionados pelos anos 1990. 

Foi aí onde foram gravados vários programas dominicais com o apresentador mais famoso do Brasil, e também outras atrações famosas do SBT, como o Domingo Legal, o Passa ou Repassa e o Viva a Noite, do Gugu, o humorístico A Praça É Nossa, e o programa da Hebe Camargo. O local era um antigo cinema de bairro, o Cine Sol, mas em 1979 passou a ser utilizado pela emissora. Em 1981, adotou o nome de Teatro Sílvio Santos. 

O "homem do baú" mandou ocupar várias áreas da região da Vila Guilherme, como estacionamentos, um estúdio de cenografia na rua dos Camarés (bem próximo do Teatro Sílvio Santos) e o estúdio secundário na rua Dona Santa Veloso, este já mais afastado, onde era gravado o programa do Bozo. 

Em 1996, para tristeza, ou alívio, dos moradores do Carandiru, Jardim São Paulo, Vila Paiva, Vila Guilherme, Santana e outros bairros do entorno, todo o trabalho do SBT foi para o atual local, o CDT Anhanguera, na parte norte de Osasco. Alívio, porque as gravações do programa geravam congestionamentos, principalmente quando a Avenida Luís Dumont Villares não ficou pronta, por volta de 1985. Tristeza, porque muita gente gostava da agitação e de ver os artistas circulando. 

O Teatro Sílvio Santos na década de 1990, quando estava ativo. Atualmente, o local está diferente, mas ainda conservado (Divulgação)



No entanto, o Teatro Sílvio Santos continuou a ser usado esporadicamente até 2012, quando houve uma última gravação do Baú da Felicidade. Desde então, cogitou-se transformar o local num museu, mas em 2016 o local foi invadido por famílias sem teto, de um grupo chamado Movimento de Luta Social por Moradia. Os sem teto cumpriram pacificamente uma ordem da Justiça para deixarem o local, mas o prédio continua sem uso, à espera de uma serventia. 



N. do A.: Anos antes, em 1991, o autor do blog foi conhecer o local, ficando na plateia do "Passa ou Repassa", onde as turmas da escola onde estudava, o Bernardino de Campos, da Casa Verde, enfrentou os estudantes do colégio Chafic, do Tucuruvi. 

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