quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Da série "Filósofos estudam o Brasil", parte 14

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)

Costuma-se atribuir a Georg Wilhelm Friedrich Hegel, nascido em Stuttgart, na então Prússia, o desenvolvimento do chamado "idealismo alemão", influenciado por Emmanuel Kant e Johann Fichte (1762-1814). Ele desenvolveu um modelo dialético, isto é, o pensamento derivado de Platão que consiste no desenvolviemnto de uma tese, de seu oposto (a antítese), a análise subsequente e a síntese derivada da conclusão desta análise, em sua obra Fenomenologia do Espírito

Outra obra importante é o Princípio da Filosofia do Direito, onde ele, como vários outros pensadores antes dele, estuda o Direito Natural e o Direito Legal, já desconsiderando os aspectos sobrenaturais. Ele utiliza-se de três esferas básicas, o direito abstrato (os direitos fundamentais), a moralidade (ordenação de costumes segundo tradições, marcadas pelo subjetivismo) e a eticidade (ordenação de costume segundo as leis). Sua preocupação é a fundamentação jurídica do Estado, para ele o representante da vontade e o fim em si (por isso seus detratores o acusam de formular os modernos regimes autoritários e totalitários), cujo enfraquecimento leva às formas degeneradas de sistema político, definidas por Aristóteles: a tirania, a oligarquia e a oclocracia. Ele também teria definido o conceito de "fim da história", impressionado com os efeitos da Revolução Francesa. 

Hegel muitas vezes é visto como um precursor de Karl Marx e Friedrich Engels, guiados pelos "jovens hegelianos" como Ferdinand Lassalle  Também é visto como influenciador do nazismo, por sua visão do Estado como regulador da sociedade, vista como parte dele. De qualquer forma, Hegel é muito estudado nos círculos universitários. 

O filósofo alemão veria o Brasil como um exemplo de nação desorganizada, onde o Estado não cumpriria seu papel e onde as leis não são aplicadas de forma a garantir a defesa contra as formas degeneradas de governo. Ele teria concordado mais com Lula e outros políticos defensores de um governo provedor, mas estranharia os costumes deles, pouco de acordo com o modelo prussiano (na sua época) de organização estatal. Também iria opor-se aos princípios liberais e ao bolsonarismo, aí visto como fruto da desorganização social. 

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