quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Saraiva, a que já foi gigante

Com uma história secular, desde 1914, quando foi instalada uma pequena livraria no Largo do Ouvidor (junto ao Largo São Francisco e à Faculdade de Direito), em São Paulo, a Saraiva está em recuperação judicial e ameaça fechar as portas, apesar de sua aparente pujança. Ainda existem várias lojas em funcionamento, entre as quais a mais tradicional, na Praça da Sé, próxima da antiga matriz. Outras, porém, já fecharam as portas, num processo doloroso de decadência. 

Não se pode acusar a Saraiva de não ter se adaptado: ela foi a pioneira no comércio on-line em 1998 e na venda de e-books, além de diversificar os negócios, vendendo diversos produtos, de smartphones a material escolar. Adquiriu outras grandes livrarias, como a Editora Atual e a Siciliano, em um processo de expansão, e assim a Saraiva conseguia sobreviver, quando todo o setor estava em crise, devido à expansão da Internet e às limitações no mercado bibliográfico em um país onde a leitura não é algo tão disseminado. Mas problemas de gestão desde 2013 levaram a Saraiva a seguir o mesmo caminho dos concorrentes. 

Em 2018, a empresa tinha assustadores R$ 675 milhões em dívidas, forçando-a a pedir recuperação judicial. Muitas lojas fecharam, outras foram vendidas, mas tudo piorou quando 21 editoras vinculadas à Saraiva exigiram a devolução de boa parte dos estoques de livros, em 2020. Houve planos de recuperação, mas os credores não acharam viável, e a tradicional livraria está bem perto do fim. 

A Saraiva chegou a ter várias megastores, verdadeiras superlojas, mas boa parte delas, como a do Botafogo, no Rio, fechou (Eduardo P./Wikimedia, pelo site Tecnoblog)


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