sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Da série "Filósofos estudam o Brasil", parte 19

Edmund Husserl (1859-1938)

Ao lado do existencialismo, ainda existe a fenomenologia, elaborada pelo alemão Edmund Husserl (1859-1938), matemático por formação. As ciências estavam em franco desenvolvimento. Na matemática, houve a consolidação dos métodos já formalizados por Karl Weierstrass (1815-1897) e outros. A física estava em período de transição, para a mecânica newtoniana ou clássica para a mecânica quântica e a teoria da relatividade. Na química, havia a descoberta de novos elementos e a elaboração da Tabela Periódica, além do desenvolvimento de plásticos e outros materiais para a indústria. A biologia sofreu grande progresso com o estudo da genética e a teoria da evolução de Charles Darwin. 

Durante o final do século XIX e início do século XX, a filosofia procurava se afastar do positivismo de Augusto Comte, para não se prender à simples adoção de métodos científicos, indo além disso. A filosofia estava em busca da essência, que passava pela consciência. Não a consciência em si, mas a consciência de algo. A explicação dos fenômenos dependem não da experiência em si, mas da interpretação dos fatos de acordo com a consciência. 

Husserl foi o principal exponte da fenomenologia, mas outro nome importante é o francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), que desenvolveu o termo "intermundo" para explicar o funcionamento da consciência humana e como ela interpreta os fenômenos por meio dos sentidos e dos conhecimentos prévios. Merleau-Ponty foi um dos inúmeros intelectuais defensores do marxismo, dizendo que ele é uma das ferramentas para se obter o conhecimento da verdade. 

Edmund Husserl poderia lamentar a falta de métodos para a obtenção dos conhecimentos sobre determinado fato, e também o pouco interesse da fenomenologia nos círuclos acadêmicos do Brasil (Holanda, 2016), em favor de correntes mais voltadas ao existencialismo. Assim, a adoção dos métodos fenomenológicos está restrita a um pequeno círculo de estudiosos. Dessa forma, os filósofos dessa corrente não teriam muito a comentar a respeito do país, onde nem a maioria dos estudantes universitários ouviu falar de Husserl ou Merleau-Ponty. 

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