Ontem, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento estarrecedor de tão breve, levando apenas 2 minutos e 40 segundos. Como o finado Enéas, seu ídolo, ele falou pouco e disse muito. Reconhece a insatisfação e o direito de protestar dos manifestantes, mas não respalda os bloqueios, e, apesar de não falar o nome de Lula e nem reconhecer implicitamente a derrota, disse ter autorizado Ciro Nogueira a coordenar o processo de transição.
O pronunciamento de hoje nas redes sociais foi também neste caminho. Ele fez um apelo pela desobstrução das rodovias, e voltou a falar em respeito às "quatro linhas da Constituição". Muitos dos apoiadores do presidente não querem saber do verdadeiro sentido da lei e do artigo 142 e continuam a pedir a tal "intervenção federal".
Enquanto isso, a televisão, os jornais e outros meios de comunicação pertencente à grande mídia fazem questão de apontar os aspectos negativos e já falam em desabastecimento, comparando os efeitos das paralisações de agora com a greve dos caminhoneiros de 2018. Eles também destacam o acirramento dos ânimos e um ato criminoso em Mirassol, quando um motorista atropelou vários manifestantes que estavam bloqueando a rodovia Washington Luiz, ferindo inclusive crianças. No entanto, a cobertura feita pela imprensa deu a entender que os bloqueios também são criminosos, e ainda por cima estão recebendo apoio dos policiais da PRF, encarregados de desobstruir as pistas. Outros, por outro lado, usam a força para liberar a passagem, como aconteeu em Santa Catarina, seguindo ordens da direção da PRF, pressionada pelo STF a agir para não correr o risco de multa e prisão.
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