sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Qatar confronta a Fifa

Às vésperas da Copa, o Qatar, escolhido como país-sede, resolveu proibir a venda de cerveja dentro dos estádios. 

Para muitos, isso mostra firmeza e hombridade por parte do governo catari, ao afrontar a entidade do futebol conhecida por impor regras consideradas absurdas para os países em troca da suposta honra de sediar um torneio bilionário e superpopular. O país é seguidor do Islã, e por isso é bastante rígido contra o consumo de álcool. 

Para outros, é a prova do autoritarismo de um regime islâmico absolutista, onde o emir reúne todos os poderes, sufoca a oposição, impede a liberdade e foi escolhido por causa de apenas dois motivos. São apenas dois, mas eles são muito fortes, segundo os críticos: houve fraude na votação, regada a subornos e compra de votos, e o país é um dos mais ricos do mundo. Há quem aponte um terceiro: o gosto da Fifa por regimes autoritários, onde a crítica às grandes corporações aliadas do rei (ou do ditador) não são toleradas. 

O emir do Qatar não baixou a cabeça para a Fifa, como fez Lula e Dilma no Brasil e até mesmo Putin na Rússia

Um dos grandes responsáveis por colocar o minúsculo país da Ásia Ocidental como sede do maior evento futebolístico do planeta, Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, confessou seu arrependimento, não porque o governo local se comportou assim com a entidade ou por causa da exploração massiva de mão de obra barata para a construção dos estádios (ele, aliás, citou esse fato), mas por causa do tamanho do país, quase 50¨% menor do que Sergipe. Ele também ouviu muitas críticas da UEFA à escolha, por ser um país árido, onde o verão (estação da maioria dos países-sede durante a vigência da Copa) é causticante, e, no caso de mudar a data para o fim do ano (como ocorreu) os torneios como os Campeonatos nacionais e regionais seriam prejudicados, forçando mudanças acentuadas nos calendários. 

Blatter está livre para desfrutar de sua mansão em Zurique, apesar dos vários processos de corrupção contra ele, entre os quais a já aludida escolha do país islâmico para a Copa que já está para começar.  

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