Aconteceu a maior operação contra o Comando Vermelho e seus tentáculos nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A Polícia Civil precisou enfrentar os bandidos, que dominam aquelas regiões, numa batalha brutal. Em apenas 12 horas de atuação 64 pessoas foram mortas e 81 presas. Quatro das vítimas eram policiais.
Acostumados a transmitir a violência no Rio como um acontecimento quase "normal", a mídia do mundo inteiro mostrou detalhes que chocaram seus clientes.
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| O Rio de Janeiro, hoje, foi comparado à Faixa de Gaza (Reprodução/Whatsapp) |
De acordo com o governo do Rio, exercido por Cláudio Castro, as forças fluminenses agiram sem apoio federal, sugerindo falta de apoio do governo Lula contra o crime organizado.
Há décadas, os criminosos tiranizam o local, aproveitando-se da omissão sistemática do poder público. Quando há confronto entre policiais e traficantes, boa parte da imprensa trata como se fosse uma chacina, mesmo quando as vítimas são todas envolvidas com o crime organizado. Mas desta vez não houve tanta complacência, mesmo porque os bandidos mostraram seu poder de reação, com drones armados de bombas e armas pesadas.
Uma das facções estaria a comandar, a distância, ações no Pará, onde os narcotraficantes aterrorizam as grandes cidades e são responsáveis em grande parte pela devastação da Amazônia, desmatando territórios para extração e contrabando de minérios e madeira, além de plantações ilegais, principalmente de maconha.
A negligência estatal no trato das favelas e da criminalidade levou a esta situação, e ela se tornou difícil de resolver. Já foi tentada até uma intervenção militar, mas ela não surtiu grande efeito. E, com a pandemia de COVID-19, a situação piorou, pois houve a implantação da ADPF 635 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), que limitava a ação policial nas favelas.
Este confronto aumentou o temor estrangeiro, pois estamos a poucos dias da COP-30, em Belém, para mais um grande evento das Nações Unidas para discutir o futuro da Amazònia, responsável por vários efeitos climáticos como a regulação das chuvas no resto do Brasil e a absorção de gás carbônico. Essas funções há tempos estão prejudicadas por conta da negligência do Estado e das ações ilegais do crime organizado e outros devastadores da floresta. A imagem do Brasil pode alimentar novos pretextos para delírios como a "internacionalização" da Amazônia e ações de militares estrangeiros contra o narcotráfico sem a autorização dos Poderes brasileiros, como se o Brasil não fosse um país soberano com responsabilidades sobre seu território.

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