Houve três terremotos nesta semana. Dois deles são literais e o terceiro foi um baque econômico, dos grandes.
O primeiro, bem fraco, atingiu Montes Claros, em Minas Gerais. Foi um tremor fraco, de apenas 2,1 graus na escala Richter. Não podia mesmo causar estragos, mas algumas pessoas se assustaram. Há dez dias, houve um tremor mais forte, este sim assustador, na mesma região.
Coincidentemente, no norte da Itália, onde também houve tremores bem mais fortes no dia 20 último, dois novos abalos aumentaram os estragos e deixaram 16 mortes. O mais forte ficou em 5,8 graus Richter, atingindo a região de Bologna. A região agora virou um caos. Os sismos na Itália antes se concentravam mais ao sul, onde há vulcões ativos como o Vesúvio (região de Nápoles), Etna (Sicília) e Stromboli (na ilha do meso nome ao norte da Sicília).
O terceiro terremoto afetou o Brasil inteiro. Não houve mortos e nem feridos, mas bilhões de dólares mudaram de mãos, não para reparar a destruição, mas para fazer grandes mudanças que afetarão milhões de pessoas. Não foi um abalo sísmico, e sim econômico. Houve uma profusão de fusões e compras de empresas:
- a Cosan comprou a maior parte das ações da Comgás;
- a Bosch está adquirindo a empresa de transformadores de energia solar Heliotek, cujo acionista majoritário até então era o grupo luxemburguês Monier;
- a tradicional rede de churrascarias Fogo de Chão foi adquirida para o fundo americano Thomas H Lee Partners;
- as empresas Trip e Azul fundiram-se para formar uma grande corporação para enfrentar a Gol e a Tam no mercado de vôos nacionais;
- o grupo Zaffari, dono do Shopping Bourbon, adquiriu uma boa parte do Fundo de Investimento Imobiliário Moinhos de Vento;
- o gigante americano FedEx chegou a um acordo para comprar a empresa pernambucana de transporte de cargas Rapidão Cometa, que existe há 70 anos;
- a Duratex, dona da Deca e da Hydra, compra a Metalúrgica Ipê Mipel, antes pertencente ao grupo Lupatech; a Mipel fabrica válvulas industriais;
- o banco BTG, de André Esteves, compra 40% das ações das lojas de departamentos Leader, muito conhecida no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais;
- a American Chemical, uruguaia, foi adquirida pela Oxiteno, conhecida pela fabricação de gases industriais;
- a tradicional cachaça Ypioca passa a ser propriedade da Diageo, gigante britânica dona de marcas como o uísque Johnny Walker e a vodka Smirnoff.
A brasileiríssima Ypioca agora pertence a uma transnacional britânica, dona da Johnny Walker (esq.) e da Smirnoff. As mais tradicionais 51 e Velho Barreiro continuam produzidas por empresas nacionais (foto: divulgação, pelo site Terra)
Estas foram apenas "algumas" das negociações feitas nesta segunda e terça. O Cade anunciou uma nova lei antitruste que torna mais rigorosa a avaliação das fusões e aquisições, submetendo-as a uma análise prévia da agência. Antes, as fusões podiam acontecer antes e só serem comunicadas ao Cade depois.
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