O justiceiro assassino Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, foi assassinado ontem em Pindamonhangaba, cidade onde vivem seus familiares. Ele foi libertado da prisão há menos de um mês e não conseguiu desfrutar da libertade, após cumprir sua pena por chefiar um esquadrão da morte que atuava na Zona Sul paulistana. Esse grupo dava uma falsa sensação de segurança ao agir e matar supostos criminosos, com ficha corrida na polícia ou não. Mais de 50 das provavelmente centenas de execuções sem julgamento foram comandadas pessoalmente por Florisvaldo. Foi condenado por 'apenas' 17 delas.
Cabo Bruno, o mais temido líder dos esquadrões da morte em sua época, morreu, mas outros 'justiceiros' contnuam à solta
Em 1983, ele foi preso e condenado a 120 anos de cadeia. Fugiu três vezes da prisão, e numa dessas fugas chegou a manter agentes penitenciários como reféns. Mas sempre voltava para a cadeia, onde ficava longe dos demais presos, para não ser assassinado. Sua pena foi atenuada recentemente, em 2009, quando passou a cumprir regime semi-aberto e, em 2012, foi indultado após cumprir 29 anos com privação de liberdade.
Ele engrossou o rol de condenados que se converteram a uma religião evangélica, e seu comportamento melhorou, sendo que isso não é exatamente uma regra entre os presos convertidos. Quando foi assassinado, com mais de 20 tiros, era pastor e havia voltado de um culto, junto com alguns familiares. Somente ele foi atingido e ninguém do grupo foi roubado pelos criminosos. Há muita especulação sobre os mandantes da execução, se foi 'queima de arquivo' para impedir Cabo Bruno de denunciar ex-colegas ou vingança de grupos criminosos. Cabe à Justiça esclarecer o caso.