quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O assassinato de Cabo Bruno

O justiceiro assassino Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, foi assassinado ontem em Pindamonhangaba, cidade onde vivem seus familiares. Ele foi libertado da prisão há menos de um mês e não conseguiu desfrutar da libertade, após cumprir sua pena por chefiar um esquadrão da morte que atuava na Zona Sul paulistana. Esse grupo dava uma falsa sensação de segurança ao agir e matar supostos criminosos, com ficha corrida na polícia ou não. Mais de 50 das provavelmente centenas de execuções sem julgamento foram comandadas pessoalmente por Florisvaldo. Foi condenado por 'apenas' 17 delas.

 Cabo Bruno, o mais temido líder dos esquadrões da morte em sua época, morreu, mas outros 'justiceiros' contnuam à solta

Em 1983, ele foi preso e condenado a 120 anos de cadeia. Fugiu três vezes da prisão, e numa dessas fugas chegou a manter agentes penitenciários como reféns. Mas sempre voltava para a cadeia, onde ficava longe dos demais presos, para não ser assassinado. Sua pena foi atenuada recentemente, em 2009, quando passou a cumprir regime semi-aberto e, em 2012, foi indultado após cumprir 29 anos com privação de liberdade. 

Ele engrossou o rol de condenados que se converteram a uma religião evangélica, e seu comportamento melhorou, sendo que isso não é exatamente uma regra entre os presos convertidos. Quando foi assassinado, com mais de 20 tiros, era pastor e havia voltado de um culto, junto com alguns familiares. Somente ele foi atingido e ninguém do grupo foi roubado pelos criminosos. Há muita especulação sobre os mandantes da execução, se foi 'queima de arquivo' para impedir Cabo Bruno de denunciar ex-colegas ou vingança de grupos criminosos. Cabe à Justiça esclarecer o caso.

Até agora, a indefinição

A eleição paulistana está quente e turbulenta, mas ainda não se sabe quem vai enfrentar Celso Russomano, da coligação "Por Uma Nossa São Paulo", que reúne o seu partido, o PRB, o PTB que já abrigou Jânio Quadros e Celso Pitta e os nanicos PTN, PT do B e PRP. 

José Serra, da coligação "Avança São Paulo", que reúne os tucanos, os democratas, o PPS, o PV e o PR do Tiririca, bateu firme na tecla da experiência administrativa e reforçou a munição contra seus adversários, mas não consegue escapar de Fernando Haddad, o candidato petista da coligação "Para Mudar e Renovar São Paulo", união do PT com o PC do B, o PSB e o 'conservador' PP do Maluf. Haddad também caprichou nos ataques, apontando falhas nas propostas de Russomano e ligando Serra ao atual prefeito, Gilberto Kassab. 

Recentemente, o Ibope deu vantagem de Haddad sobre Serra. Uma vantagem ainda pequena: 1%, quando a margem de erro é de 3%. Assim, há empate técnico. As urnas, porém, vão dizer quem vai para o segundo turno. E o dia está chegando: 7 de outubro. 


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O novo Fusca


O novo (Fonte: Fotos e Carros) e o antigo (Fonte: Divulgação) são muito diferentes e ao mesmo tempo semelhantes - e tem o mesmo nome por aqui

A Volkswagen oficializou o nome Fusca para a terceira geração do Beetle, nome que os americanos deram para o carro desde os tempos do Herbie. Assim, enquanto no resto do mundo o carro é conhecido como New Beetle, por aqui ele será conhecido como o inesquecível nome que ajudou a marca alemã a ser a líder de vendas por estas bandas. 

Para muitos, o carro não tem nada a ver com o simplório e rústico Fusquinha, homenageado até por uma música brega conhecida até hoje ("Fuscão preto"). Enquanto a primeira geração do besouro era paupérrima em equipamentos, tinha um motor econômico, mas fraco e barulhento, e aguentava as trilhas mais agrestes do país, seu "descendente" possui equipamentos comuns a carros médios na Europa (não sai de fábrica sem ar-condicionado e tem equipamentos impensáveis para o seu antepassado, como CD Player com MP3 Player, câmbio automatizado de seis marchas e sensor de estacionamento, entre várias outras coisas), é adaptado para rodar no asfalto liso e seu motor é um possante 2.0 com turbo, injeção eletrônica do tipo direto e 200 cv. 

Enquanto os saudosistas torcem o nariz para o caríssimo novo Fusca, vale lembrar que o Passat era um carro médio muito simples quando foi lançado pela primeira vez e hoje é um carrão executivo de grande porte (e também muito caro).

O Fusca já foi abordado em um post recente, na série 'Oitentolatria', pois saiu de linha em 1986 (para voltar em 1993 e voltar para a 'aposentadoria' três anos depois, conforme também registrei em outro post, sobre a morte do ex-presidente Itamar Franco, responsável pela volta do besouro às concessionárias - dai os últimos deles serem chamados de 'Fusca Itamar'; a foto acima, do carro mais 'velho', é um deles. 


terça-feira, 25 de setembro de 2012

A coisa mais louca desta semana até agora

Não é a Dilma estar na ONU falando grosso contra o protecionismo e a guerra cambial feita pelos EUA e pela China. 

Nem o reconhecimento tardio da verdadeira causa-mortis do jornalista Vladimir Herzog, uma das mais famosas vítimas da ditadura militar no Brasil: maus-tratos. Isso traz um pouco mais de verdade à nossa história. 

Muito menos a gritaria em torno de uma comédia politicamente incorreta e totalmente aloprada sobre um urso de pelúcia falante que fuma e diz palavrões (Ted). Quem começou a polêmica foi o deputado Protógenes Queiroz, o mesmo que iniciou a Operação Satiagraha, uma das grandiosas mais confusas medidas contra a corrupção e o tráfico de influência neste país. 

A coisa mais louca da semana até agora é cair NEVE no Brasil, em plena primavera. Foi em São Joaquim, a cidade mais fria do nosso "país tropical" (embora o clima daquela cidade catarinense não possa ser considerado assim). Embora os termômetros locais marcassem 0,7 grau Celsius, portanto acima da temperatura considerada máxima para a precipitação de neve, os flocos brancos caíram por lá. Houve também granizo e frio no sul do Brasil. Repito: estamos já na primavera.

 A balbúrdia climática foi provocada pelo El Niño (e não é coisa de profecia maia) - Foto do site saojoaquimonline.com.br

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A epidemia das greves

Estamos assistindo impotentes a mais uma temporada de greves.

Não se pode questionar o direito a fazer manifestações por melhores salários e condições de trabalho. Porém, há limites que precisam ser respeitados, em nome da democracia. Esses limites definem até onde grupos devem ir, para não prejudicaram a maioria da sociedade. 

Bancários e funcionários dos Correios realmente não são privilegiados. Seus salários realmente são inferiores aos ideais. Estão, contudo, num país onde poucos privilegiados ganham o que merecem. E eles estão bem longe de serem os mais prejudicados pela situação econômica atual. Possuem maior poder de organização e sindicatos mais representativos do que a maioria dos trabalhadores, portanto têm maior facilidade de fazer greves.

Acontece que sem eles os brasileiros ficam prejudicados. Muitos dependem dos bancários para pagarem suas contas, e ainda não aprenderam a usar os caixas eletrônicos. A maior parte não conta com serviços bancários on-line pelo fato de não terem Internet em casa. Para piorar, algumas agências fecharam a tal ponto que nem os caixas eletrônicos podem ser usados!

Quanto aos funcionários dos correios, eles são fundamentais para milhões de encomendas, cartas, recibos, remédios, serem entregues.

Mais uma vez, o governo e os donos de bancos não se esforçam para fazer os grevistas voltarem ao trabalho. Ainda não há sequer uma contraproposta. Enquanto isso, os manifestantes começam a tomar as ruas. Em São Paulo, atrapalharam o trânsito na Av. Paulista.

O direito da maioria não pode ser agredido dessa forma, por causa de uma minoria. Os outros brasileiros não são contra o aumento de salário para carteiros e bancários, mas eles querem de volta o direito de receber as encomendas dentro do prazo, retirar o salário depositado nos bancos pelos empregadores, pagar suas contas em dia sem o risco de serem penalizados com multas. Quando mais cedo os grevistas voltaram ao trabalho, menos prejuízos trarão à sociedade. Quanto ao governo, é bom começar a agir, pois as acusações de só favorecer banqueiros, corruptos, funcionários fantasmas e/ou comissionados, "companheiros" e aliados de ocasião, não param de surgir. Por fim, a imagem dos banqueiros com a greve fica ainda pior, devido aos conhecidos problemas de atendimento enquanto eles obtém lucros recordes.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Manuscritos coptas

Os manuscritos coptas do séc. IV, encontrados em local não revelado (provavelmente Egito) estão causando polêmica. Uma das poucas informações trazidas pelo texto, muito fragmentado, diz que Jesus teria se referido a uma mulher supostamente como "minha esposa" (seria Maria Madalena?). 

 Texto apócrifo encontrado em local não revelado por uma professora americana (Karen L. King/Harvard University)

Existem poucas dúvidas sobre a autenticidade do pergaminho onde estão escritos os textos, mas ainda há dúvidas sobre a autoria. Pode ser um texto herético da época, muito posterior (em cerca de 300 anos) à morte de Cristo. Portanto, traz informações passíveis de serem distorcidas ao longo desse período. Além disso, está escrito em linguagem litúrgica de povos cristãos da África, e não da Palestina, local onde o Mestre viveu e pregou até ser capturado e executado na cruz.

Mas o simples mencionar da palavra "esposa" alimentou ainda mais as especulações sobre o casamento de Jesus, iniciada há bastante tempo. O filme "A Última Tentação de Cristo" (1988), bem antes do livro "O Código da Vinci", defendeu a idéia do Salvador casado com Maria Madalena e tido filhos. A Igreja Católica tem deplorado essas teorias, enquanto historiadores não obtiveram provas cabais de que Cristo tenha se casado. As polêmicas ainda podem arrastar-se por bastante tempo.

Esta parece ser uma questão menor diante da filosofia de vida do Mestre, baseada no amor ao próximo e na caridade.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Da série 'Oitentolatria', parte 14: O Lollo voltou

A Nestlé rebatizou o chocolate Milkybar com o nome de Lollo, pelo menos temporariamente.

A vaquinha amarela voltou às prateleiras, como edição especial (Divulgação)


Lançado em 1982, o chocolate com leite maltado agradou em cheio as crianças daquela época. Era época de chocolate bom e abundante. Com o advento da 'vassoura-de-bruxa' nos cacaueiros, a partir do final da década perdida, o preço dos chocolates, já terrivelmente afetado pelos índices de inflação (1% ao dia!), explodiu, e o consumo despencou. A praga da 'vassoura-de-bruxa' causa problemas até hoje, e o Brasil até agora importa cacau - antigo produto de exportação - por causa disso, embora em menor escala do que antes.

Como resultado, a marca suíça resolveu parar de investir em marcas regionais e internacionalizou seus produtos. Assim, ao lado do também famoso (para a época) Kri, o Lollo mudou de nome, em 1992. A simpática vaquinha amarela foi substituída por um personagem sem graça, em formato de barra.

Aproveitando a onda saudosista, a Nestlé fez o produto voltar ao nome original após 30 anos, e confessou ter realmente mudado a fórmula do chocolate, como muitos já no mínimo suspeitavam: o Milkybar não tinha o mesmo sabor. 

Começa mais um ato da farsa

No momento em que o julgamento do mensalão, que provou ser uma iniciativa séria, chega a uma nova fase, outro evento também ocorre - e esta é uma comédia pastelão, histriônica e forçada. 

É o anúncio da nova mascote da Copa, o tatu-bola, animal ameaçado de extinção cujo habitat se restringe ao cerrado brasileiro. Ele é dotado realmente da capacidade de se transformar numa bola como mecanismo de defesa. A aparência do bichinho não é exatamente um problema, como se pode ver abaixo. 
O problema são os nomes escolhidos para batizá-lo. 

Amijubi

Fuleco

Zuzeco

Por mais que justifiquem esses tipos de nomes, não deixam de ser combinações idiotas de idéias bem-intencionadas, como amizade e ecologia, associadas ao futebol. O pobre tatu, se fosse uma criatura real, poderia, para se defender, evocar a Constituição, que proíbe a utilização de nomes ridículos. Os organizadores da Copa, porém, parecem não se importar com isso e agora os três nomes, e só eles, serão submetidos a votação dos ilustres sábios da Fifa, a Federação Internacional de FAcínoras. 

Nelson Rodrigues, nascido há 100 anos, já dizia que o brasileiro tem complexo de vira-lata. Pelo menos no sentido de apresentar um evento mundial, esse vira-lata, além de pulguento e sarnento, come qualquer porcaria e engole qualquer coisa dada pela Fifa, até nomes assim para a mascote que vai representar a Copa de seu país. Para estar nesse estado, só sendo um cachorro muito louco, daqueles que nem adianta tomar vacina anti-rábica. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O plano de medalhas para 2016

Hoje, a presidentA Dilma anunciou o plano para o Brasil vir a ser uma potência olímpica (algo que não é nem de longe) e melhorar ainda mais o desempenho nos Jogos Paralímpicos. .

Serão investidos R$ 690 milhões para o financiamento oficial aos atletas e R$ 310 milhões para a construção de centros de treinamento. Serão 21 centros, entre novos e reformados. No caso dos atletas, os melhores, isto é, os que forem para o pódio nas Olimpíadas, receberão um benefício de R$ 15 mil reais mensais (muito justo, embora bem longe do salário de um jogador da Seleção Brasileira de futebol). 

O plano é ousado, por um lado, mas não cuidou de uma das bases fundamentais: a educação física nas escolas. Neste caso, o governo teria de investir não só no esporte, mas também na educação - e isso os governantes até agora desde os tempos de Cabral não fizeram decentemente. Sem isso, corre-se o risco do plano não render como o esperado - a meta é colocar o Brasil entre os 10 melhores do mundo, pelo menos em número de medalha - e virar uma espécie de "plano Mutley" (aquele cachorro que pede medalha, medalha, medalha...). 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Teori Zavascki aceitou o convite

A presidentA Dilma convidou o juiz Teori Zavascki, do STJ, para ocupar a vaga de César Peluso, que se aposentou no último dia 3.

Ele aceitou, e será sabatinado pela Comissão de Constituição de Justiça do Senado, em data ainda a ser marcada. Muitos aprovaram a indicação de Zavascki, já que ele tem vasta experiência e perfil técnico, portanto se ele vier a julgar o mensalão junto com seus colegas, não se deixará levar por paixões políticas. 

Teori Zavascki substitui Cesar Peluso no STF (Divulgação)

Na verdade, muito se lamenta o fato de um ministro do STF, cargo mais poderoso do Judiciário precisar da indicação do Executivo, e também um membro da Suprema Corte ter de se afastar compulsoriamente aos 70 anos. São problemas de uma Constituição com os velhos vícios da ditadura militar ou mesmo do governo Vargas e toda a sua ideologia populista e próxima do fascismo em uma época onde a expectativa de vida mal passava dos 45 anos (segundo dados do IBGE).

Em tempo: Zavascki, por ter 64 anos, terá pouco tempo para atuar no STF. 

Um breve comentário após o fim das Paralimpíadas

Não consegui registrar como gostaria, nem como poderia, os acontecimentos das Paralimpíadas de Londres. E não posso culpar a falta de divulgação do evento, que chamou mais a atenção da mídia do que de costume, embora ainda não tivesse o merecido destaque. 

Os atletas paralímpicos brasileiros merecem todo o reconhecimento, não só os ganhadores das 21 medalhas de ouro nesta edição. Também os medalhistas de prata, como Lucas Prado nos 100 m T11 (atletas com deficiência visual), e de bronze, como Felipe Gomes na mesma prova e o veterano Antônio Tenório no judô, representaram dignamente o nosso país. A delegação paralímpica brasileira conquistou 43 medalhas de ouro no total, menos do que em Pequim, quando ganhou 4 a mais. No entanto, em nenhuma outra edição dos Jogos o Brasil conseguiu as já citadas 21 medalhas de ouro. 

A última dessas medalhas douradas foi do maratonista Tito Sena. Ele teve de sofrer para conseguir vencer a difícil tarefa de percorrer 42 km. A deficiência física dele não o atrapalhou: está no braço direito, seriamente prejudicado após um acidente (correu na categoria T46). Mas 42 km de corrida é um desafio difícil até mesmo para quem não tem deficiência alguma e goza de perfeita saúde. 

Tito Sena foi o último brasileiro a ganhar o ouro em Londres

Com isso, atendeu-se a expectativa do Brasil ficar entre os sete melhores do mundo. E confirmou-se a boa fase do esporte paralímpico no país, apesar da sempre difícil luta pelo patrocínio. Espera-se que o êxito em Londres se repita no Rio, e a mídia aumente mais a divulgação, para convencer aqueles que vêem os deficientes físicos apenas como coitadinhos. São pessoas como nós, e merecem respeito, como qualquer cidadão. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Paralimpíadas 2012 - Daniel Dias assume o recorde

O nadador paralímpico Daniel Dias ganhou a sua quarta medalha de ouro só nesta edição dos Jogos e, com isso, ele passa a ser o maior medalhista do Brasil na categoria. 

Ele tem 13 medalhas, como Clodoaldo Silva, mas possui mais ouros: oito, contra seis do antigo recordista. 

A última medalha de ouro conquistada por Dias foi nos 50 m costas, categoria S5. 

André Brasil também fez a sua parte para tentar alcançar o colega, ganhando o ouro nos 100 m livre categoria S10. Com isso, a delegação brasileira passou a ter 14 ouros, ficando em oitavo lugar, e bem atrás da China e suas 70 medalhas douradas.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Paralimpiadas 2012 - Alessandro Zanardi volta a vencer

Nos anos 1990, Alessandro Zanardi era conhecido por pilotar carros de quatro escuderias diferentes na Fórmula 1: Jordan, Minardi, Lotus e Williams. Não tinha grandes destaques em sua carreira como corredor da F-1, conquistando apenas um ponto no GP do Brasil de 1993, pela Lotus. Fez muito mais sucesso quando se transferiu para a Cart, dissidência da Fórmula Indy, tornando-se bicampeão na categoria, em 1997 e 1998. 

Sua carreira de piloto foi aparentemente destruída quando ele se envolveu num acidente em setembro de 2001, na Alemanha. Foi talvez o pior acidente no automobilismo mundial naquele ano, e ocorreu bem na época de outra tragédia mundial, o atentado terrorista contra as torres gêmeas em Nova York. Após fortíssima colisão, ele, além de perder as duas perdas, ainda precisou repor a maior parte do sangue, chegando a estar próximo da morte. 

Dois anos depois, recuperado, voltou às pistas, agora com carros adaptados. Nos últimos tempos, passou a explorar outras competições esportivas, chegando a vencer as maratonas de Veneza e de Roma (2009 e 2010, respectivamente), em cadeira de rodas. 

Agora, ele voltou às manchetes internacionais ao competir em outra modalidade, o ciclismo categoria H4, para amputados. E venceu. Ganhou medalha de ouro. 

Alessandro "Alex" Zanardi


P.S.: Os brasileiros também fizeram bonito até agora nas Paralimpíadas. André Brasil e Daniel Dias não se cansaram de ganhar ouros na natação, enquanto Felipe Gomes venceu nos 200 metros categoria T11 (atletas com deficiência visual que precisam correr com guias) e a equipe de bocha - esporte pouco conhecido por aqui - também ganharam as suas medalhas douradas. Com isso, sem desculpas esfarrapadas e com espírito competitivo, os atletas paralímpicos brasileiros vão mostrando seus resultados - a despeito da maioria deles também terem dificuldades para conseguir patrocínio.

Adeus, CCE


A desnacionalização da indústria brasileira está em curso com a compra da CCE pela gigante chinesa Lenovo, segunda fabricante mundial de computadores (desktops, notebooks, netbooks, ultrabooks). 

Criada em 1964, pelo grupo Digibrás, a CCE carregava o estigma de, numa época onde importar era extremamente difícil, oferecer produtos de qualidade duvidosa a preços menores que os concorrentes, como a Gradiente e a Polyvox. Ficou conhecida pelos apelidos maldosos que aproveitavam as letras da marca: 

"Comprou, Consertou, Estragou"

"Comecei Comprando Errado"

"Comprei Coisa Estragada"

E mesmo com a melhoria na qualidade dos produtos, a partir da década de 1990, o que se pode constatar na diminuição do número de queixas contra a marca, a fama continuou. A CCE continuava a fabricar produtos mais baratos, mas as falhas eram mais de acabamento do que de funcionamento. Até recentemente, o forte da marca eram os aparelhos de som, hoje em decadência no mercado brasileiro. Ultimamente, seu forte estava nas vendas de notebooks, apesar de vender também televisores LCD e LED.

Com a aquisição, feita hoje por R$ 300 milhões, um negócio da China (a favor dos chineses...), encerra-se a história de uma das mais conhecidas empresas brasileiras. Resta saber se a Lenovo irá fazer os brasileiros esquecerem a má fama da CCE, ou confirmá-la, o que não seria nada bom para a imagem da marca, bem conceituada no mundo todo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Paralimpíadas 2012 - Mais para um rol dos grandes brasileiros de 2012

Conseguir vencer Oscar Pistorius, o mais famoso corredor amputado do mundo, não é para qualquer um. Ele foi o grande responsável pelo desenvolvimento das próteses mecânicas para quem não tem pelo menos uma das pernas. Mas alguém conseguiu vencê-lo, e ninguém esperava com isso. 

Coube a um brasileiro provar que Pistorius, apesar de sua justificada fama como atleta, a ponto de participar até mesmo das Olimpíadas "convencionais", é um atleta diferente de Usain Bolt, o maior corredor sem deficiência física da atualidade. Seu nome é Alan Fonteles. 

Nos 200 m categoria T44 (corredores amputados), o sul-africano parecia imbatível até mais da metade da prova. De repente, Fonteles disparou e ultrapassou Pistorius bem no final da corrida. E ganhou o ouro. Inconformado por "só" levar a prata, o grande derrotado insinuou que o vencedor utilizou próteses mais altas do que o regulamento impõe, favorecendo a impulsão para as corridas. A organização refutou as acusações e confirmou o ouro para o brasileiro. Só restou para Oscar Pistorius retratar-se, durante a premiação. 
Oscar Pistorius e o resto do mundo não imaginavam que o campeão paralímpico do atletismo seria outro

Candidatos que não merecem seu voto

Enquanto no Brasil não se faz uma reforma no sistema eleitoral, com a implantação, por exemplo, do voto distrital misto (aquele onde se escolhe apenas representantes locais para as vagas de parlamentares, sem a necessidade de engolir este ou aquele candidato de uma região diferente), os eleitores vão ter de se virar para eleger candidatos que realmente valem o voto. 

Faço uma lista dos tipos: 

1. Candidatos bizarros: são aqueles que se apresentam de forma ou conduta estranha, só para alavancar votos; é um expediente de partidos para conquistar o "quociente eleitoral", pois esses candidatos, se eleitos, levam com eles uma porção de outros, que não teriam como ser eleitos por esforço próprio; é atualmente apelidado de "efeito Tiririca", e é uma forma tosca e contraproducente de protestar por meio do voto. 

2. Celebridades: está relacionado com o primeiro tipo; são gente conhecida na mídia, mas sem os atributos necessários para administrar uma região ou defender os interesses de seus eleitores. 

3. Candidatos que fazem promessas mirabolantes: eles apresentam propostas inviáveis, alguns deles apontadas como "remédios para curar qualquer mal", mas na prática capazes de abrir verdadeiros rombos nos cofres públicos se forem realmente postas em prática. 

4. Candidatos que só aparecem de quatro em quatro anos: eles não se esforçam para aparecer e defender suas propostas em anos não eleitorais; só nas eleições eles dão as caras no horário eleitoral para pedir o seu voto. 

5. Fichas sujas: já que a lei do Ficha Limpa vale para este ano, é atestado de analfabetismo político votar em um político considerado inidôneo; condenados pela Justiça, mesmo que não estejam na lista dos "fichas-sujas", também devem ser evitados. 

6. Distribuidores de santinhos, panfletos, papéis, brindes...: neste caso, existem as exceções, que apresentam informações sobre o perfil do candidato e seu potencial de beneficiar seus eleitores; a maioria não informa nada de relevante.

7. Políticos que fazem de determinados cargos um trampolim político: a não ser que o candidato tenha realmente capacidade de defender seus eleitores se tentar a transferência para um cargo dito "maior", ele  só deve ser votado em último caso, quando não há opções melhores.

8. Sectários: eles só falam para determinados grupos e tem interesses muito específicos; alguns deles são potencialmente perigosos por querer impor seus pontos de vista, desrespeitando os outros. 

Esses são os candidatos pelos quais o eleitor consciente deve pensar duas ou mais vezes antes de depositar o voto. Eleição é uma coisa séria, e o risco de votar em algum "picareta" é extremamente alto. Todos nós sofreremos as consequências.