A desnacionalização da indústria brasileira está em curso com a compra da CCE pela gigante chinesa Lenovo, segunda fabricante mundial de computadores (desktops, notebooks, netbooks, ultrabooks).
Criada em 1964, pelo grupo Digibrás, a CCE carregava o estigma de, numa época onde importar era extremamente difícil, oferecer produtos de qualidade duvidosa a preços menores que os concorrentes, como a Gradiente e a Polyvox. Ficou conhecida pelos apelidos maldosos que aproveitavam as letras da marca:
"Comprou, Consertou, Estragou"
"Comecei Comprando Errado"
"Comprei Coisa Estragada"
E mesmo com a melhoria na qualidade dos produtos, a partir da década de 1990, o que se pode constatar na diminuição do número de queixas contra a marca, a fama continuou. A CCE continuava a fabricar produtos mais baratos, mas as falhas eram mais de acabamento do que de funcionamento. Até recentemente, o forte da marca eram os aparelhos de som, hoje em decadência no mercado brasileiro. Ultimamente, seu forte estava nas vendas de notebooks, apesar de vender também televisores LCD e LED.
Com a aquisição, feita hoje por R$ 300 milhões, um negócio da China (a favor dos chineses...), encerra-se a história de uma das mais conhecidas empresas brasileiras. Resta saber se a Lenovo irá fazer os brasileiros esquecerem a má fama da CCE, ou confirmá-la, o que não seria nada bom para a imagem da marca, bem conceituada no mundo todo.
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