quinta-feira, 12 de março de 2015

Deixando de falar um pouco dos protestos e da crise

Vou aproveitar que muita gente está falando de uma mesma coisa, ou seja, futebol. Não, meus amigos: não são os 2 a 1 que o Santos fez no Palmeiras na Vila Belmiro, em meio à crise  -mais aparente do que real - do time praiano que já abrigou Neymar, e sim do futebol jogado na Champions League, considerado muito superior ao jogado aqui no Brasil desde muito antes daquela catástrofe do 8/7. 

Estamos nas oitavas-de-final, dividida em duas partes: jogos de ida e de volta. Atualmente estamos nos jogos de volta, que já decidem quem vai para a fase seguinte. 

Dentre os jogos anteriores, só o do Real Madrid teve repercussão. Cristiano Ronaldo brilhou, mas seu time perdeu em pleno Santiago Bernabéu para o modesto Schalke 04. Está certo que a derrota por 4 a 3 ainda serviu para os merengues avançarem, pois no jogo de ida ficou no 2 a 0, na Alemanha. Porém, o Real Madrid parece em crise, mesmo com um elenco gigantesco onde despontam o português, e mais Benzema, Bale, James Rodriguez, Kroos, Sérgio Ramos e o brasileiro Marcelo, execrado na Copa de 2014 junto com o resto da Seleção. Dificilmente irá avançar na Liga. 

Pelo contrário, ontem o Bayern de Munique mostrou muita vontade de avançar, e com ares de quem vai para as finais. Enfrentou o Shakhtar Donetsk, o time ucraniano castigado pela guerra civil em seu país e conhecido por ter vários brasileiros, como Luís Adriano, Fred (meio-campista, não o atacante do Fluminense que jogou na Copa), Douglas Costa, Dentinho (ex-corintiano), Wellington Nem e Bernard (não por muito tempo, devido aos rumores de que vai voltar ao Brasil). Esse time semi-brasileiro foi castigado sem dó pelo poderoso Bayern, liderado por Müller (um dos astros da Seleção alemã campeã da Copa passada) e que ainda conta com muitos estrangeiros de destaque como o francês Ribéry e o holandês Robben, mais o brasileiro Dante, de má memória por ter participado da última Copa. Foram 7 a 0, com gols de Müller, Boateng, Ribéry, Müller de novo, Badstuber, Lewandowski e o "herói" da final da Copa, Götze. Esse placar foi semelhante ao 7 a 1 do 8/7, mas com a diferença de não haver gol do adversário e haver o desfalque do zagueiro Kucher. No 8/7, aquele time do Felipão estava completo...

O outro jogo teve ainda mais repercussão: foi entre os emergentes Chelsea ("Blues") e Paris Saint-Germain (PSG), em Londres. O time do contraverso José Mourinho contava com as atuações de seu time, cheio de estrelas (Cahill, John Terry, Fábregas, Hazard) e também de brasileiros (Oscar, Willian, Ramires, Felipe Luís), para vencer em casa e despachar o francês, conhecido por ter o astro sueco Zlatan Ibrahimovic, vários jogadores sul-americanos (o uruguaio Cavani e os argentinos Pastore e Lavezzi) e a zaga da nossa Seleção (Thiago Silva e David Luiz). Parecia tudo perdido para o PSG, quando o sueco levantou o pé contra Oscar e foi expulso de forma draconiana, pois o juiz interpretou como agressão ao meia brasileiro, que teria simulado uma contusão grave. Sem o seu principal jogador, e jogando fora de casa, pareciam presas fáceis para o leão inglês, mas não foi isso que aconteceu. O jogo ficou no 0 a 0 na maior parte do tempo normal. Embora Cahill tenha feito o gol de abertura, poucos minutos depois David Luiz, o cabeludo ex-jogador do Chelsea (que participou da incrível campanha de 2012 cujo final foi o Mundial contra o Corinthians), descontou e comemorou, contrariando sua promessa de não fazer isso contra o ex-clube. Na prorrogação, Thiago Silva, o capitão do time francês e virtual ex-capitão do time de Dunga, quase entregou o ouro para os donos da casa ao fazer pênalti bisonho, cobrado e convertido por Hazard. O "chorão" teve de se superar para desfazer o erro e fez o gol da classificação dos franceses, em erro da defesa dos "Blues". Como resultado, o PSG avança e o Chelsea ficou no caminho. 

Desta vez, o ex(?)-capitão da Seleção, ridicularizado desde a Copa por sua choradeira, teve boas razões para derramar suas lágrimas (Reuters)

Resta saber como o time bancado pelos petrodólares qatarianos, que enfrentou e despachou com sofrimento um time mais gabaritado e alimentado por dinheiro russo, poderia se safar caso se encontrasse com o Bayern nas quartas, para aumentar ainda mais a semelhança da Champions League desta temporada com a famigerada Copa. 

Ainda restam quatro jogos, para a semana que vem. Um deles tem o favorito Barcelona, de Messi, Suárez e Neymar, com grandes chances de avançar sobre o Manchester City. 

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