Sabe-se que o Brasil nunca foi um bom exemplo para o resto do mundo em termos de crimes e escândalos, mas a Europa Ocidental também não é um paraíso habitado por anjos, como mostraram alguns casos recentes, como o grande escândalo da Fifa e a fraude nas medições de emissão de poluentes emitidos pelos motores a diesel da Volkswagen nos Estados Unidos.
Não há um único país isento de ganância e fraude. Mas existe uma diferença enorme entre as nações mais civilizadas e as outras. Há muito menos tolerância com quem afronta as leis e a ética.
Foi assim na Suíça, onde Jérome Valcke se fez merecedor de um "chute no traseiro", por estar envolvido em vendas fraudulentas de ingressos para a famigerada Copa no Brasil. Não é o único membro da alta cúpula da Fifa, mesmo porque há fortes indícios - mas apenas isso, por enquanto - de que o próprio Joseph Blatter foi beneficiado. Porém, não se perdeu tanto tempo como no Brasil em tentar justificar o injustificável.
Também é o caso do que a imprensa já denomina de "Dieselgate". O presidente da Volkswagen Martin Winterkorn renunciou ao cargo, mesmo não tendo responsabilidade direta - a princípio - em um caso de agressão à saúde pública. Não é questão de comparar os motores a diesel da montadora com os motores fabricados aqui, e sim de lamentar o comportamento dos que tentaram enganar os consumidores com falsas promessas de economia e menor poluição do ar.
Enquanto isso, os responsáveis pela corrosão econômica e institucional do nosso país continuam impunes. Como será o futuro de um lugar cujo slogan "País do Futuro" parece mais uma invenção mitômana?
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