Como era esperado, a agência Standard & Poor's rebaixou a nota dos títulos brasileiros, de BBB- para BB+, fazendo o país voltar a ser considerado "junk" pelos investidores. Pior ainda: a S&P ainda manteve a perspectiva negativa, sujeitando nosso país a novos possíveis rebaixamentos.
Havia fortes possibilidades disso acontecer, mas o Congresso resolveu engessar o ajuste fiscal e, pior ainda, o governo mostrou completa falta de rumo, sem decidir qual caminho tomar. Eles prometeram cortar ministérios e cargos comissionados, mas até agora isso não foi posto em prática. Enquanto isso, estudam o aumento dos impostos, como o IOF ou o famoso IR. Para este último, pensam em criar uma alíquota nova, superior a 30%, destinado às classes A e B, e aumentar a cobrança sobre as pessoas jurídicas. Porém, nada está decidido.
Esta falta de definição do governo, mais a terrível situação atual (não serei repetitivo desta vez, pois todos estão sentindo os efeitos da crise), determinou o castigo dado pela agência. Logo mais, a Moody's e a Fitch não demorarão a tomar este mesmo caminho. A última agência alertou para a crise no Brasil, considerada já "estrutural".
Não será necessário que uma delas venha a rebaixar as notas dadas ao Brasil. Os investidores já vêm considerando o país como um "mau pagador" em potencial, e corremos o sério risco de vermos o dólar ultrapassar a barreira dos R$ 4,00, a inflação ficar em dois dígitos neste ano e a "potência tupiniquim" ficar mais afastada ainda de um Superman e mais próxima de um Macunaíma, o herói sem caráter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário