segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Os livros mais vendidos de 2015

Existe a velha lenda segundo a qual o brasileiro não lê. Muitos pretextos são citados, desde a falta de tempo até o alto preço dos livros decorrente dos impostos e dos custos para a aquisição do papel, impressão e acabamento, entre outras etapas. Justificam, em parte, o baixo índice de leitura, mas não totalmente. 

Por trás deste problema, há o velho problema da educação, tanto a formal quanto dentro das casas. Não há um estímulo adequado para a leitura, e boa parte dos que pegam nos livros não conseguem compreendê-los e assimilá-los adequadamente. 

É compreensível, portanto, que os livros mais vendidos de 2015, chamados de best-sellers, sejam produtos, em geral, de consumo fácil. Temos os livros do Padre Marcelo Rossi, como o último deles, Philia, o último lançamento de John Green, Cidades de Papel, e também mais um da série Diário de um Banana. Entre os clássicos, apenas um, O Pequeno Príncipe de Saint-Éxupery, citado antigamente por muitas misses nos concursos...

Existem também os livros de auto-ajuda, refletindo os problemas enfrentados por milhares e milhares de pessoas, como Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século, de Augusto Cury. Ainda temos os famigerados livros para colorir.

Neste mês, um novo best-seller chegou: é Grey, uma continuação de 50 Tons de Cinza, considerado uma espécie de "guia sexual" para as mulheres. Segundo a crítica, Grey às vezes parece um espelho de 50 Tons, com reprodução descarada de trechos do livro anterior (será uma espécie de "auto-plágio" do autor E. L. James?). 

Devemos nos preocupar com este e outros tipos de conteúdo dominantes nas livrarias? Certamente, não. Os livros, além de serem ótimos "companheiros" das pessoas, são também um indicador da cultura geral de um povo. Não são os livros que merecem preocupação, por mais simplórios e mal escritos que possam parecer, e sim os fatores que impedem nosso povo de ter acesso a uma literatura mais rica.


N. do A.: A lista dos livros mais vendidos de 2015 pode ser consultada no site da Publishnews (www.publishnews.com.br).

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