segunda-feira, 31 de julho de 2017

Nicolas, Luís, Arthur, Neymar e Sílvio

Ontem, na Venezuela, houve a votação da Constituinte imposta pelo presidente local Nicolas Maduro, em clima de revolta de boa parte da população. Segundo o governo, 41% da população compareceu, mas os opositores falam em números bem menores, 12%. Se os números oficiais estiverem certos, mais da metade dos eleitores não compareceu, embora se possa falar em nação dividida. Caso a oposição estiver certa, está instalada uma tentativa de impor uma tirania. Mesmo se o comparecimento fosse maior do que o defendido pelo governo madurista, o grau de violência durante a dita eleição foi inaceitável: pelo menos 10 pessoas morreram e houve explosões ferindo os dois lados da contenda. Estados Unidos, Colômbia, México e até o Chile, governado pela socialista Michele Bachelet, não reconhecem o pleito como válido. O Brasil teve uma postura mais comedida no episódio, mas a tendência é pelo não respaldo de uma medida totalmente sem amparo legal tomada por Maduro. 

Aqui no Brasil, o MPF pede uma pena maior contra o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que recebeu "apenas" 9 anos de cadeia, em primeira instância, num dos cinco processos pelos quais ele é submetido. Sérgio Moro avaliou que as provas coletadas pela força-tarefa eram insuficientes para endurecer a sentença. O ex-presidente é visto como o principal beneficiário do acontecimento mais destrutivo da história do Brasil desde a vinda de Cabral. A corrupção por aqui, que já era um problema crônico, chegou a níveis predatórios, como "nunca na história deste país", como o próprio réu dos réus na Lava Jato faz questão de dizer. 

Outra notícia terrível é a morte do bebê Arthur, baleado ainda no útero de sua mãe um mês antes, em Duque de Caxias, subúrbio carioca. Ele estava para nascer quando foi atingido por uma bala perdida. A mãe ficou mais de uma semana internada, e depois acompanhou apreensiva a evolução do quadro de seu bebê. Arthur já estava sem o movimento das pernas, pois a bala atingiu a coluna cervical, e seu estado de saúde sempre foi considerado grave, mas foi melhorando lentamente, até a piora repentina devido a uma hemorragia digestiva. A morte brutal deste menino expõe um Estado falido e desacreditado, que fracassou de forma retumbante na proteção de seus cidadãos. Para os pais de Arthur, principalmente a mãe, que sentiu na carne a ação da bala, nada será capaz de compensar a perda. 

Bem menos trágico mas também mostrando o nível de insanidade a que este mundo está submetido é o valor absurdo a ser pago por Neymar: 222 milhões de euros somente em multa rescisória, a ser paga pelo Paris Saint-Germain ao Barcelona. Os catalães ficaram furiosos com a investida agressiva do clube francês, financiado pelo príncipe catariano Nasser al-Khelaifi, e induziram a UEFA a tomar ciência desta negociação. O atacante brasileiro será o mais caro de todos os tempos, e ele ainda não pode ser considerado tão bom quanto Messi ou Cristiano Ronaldo. Khelaifi é presidente do Qatar Sports Investiments, braço do Qatar Investiment Authority, um fundo soberano, ou seja, com dinheiro do governo catariano, visto com muita suspeição por outros países, como a Arábia Saudita e o Egito, por suas relações estreitas com o Irã e supostamente financiar grupos radicais como a Irmandade Muçulmana. Portanto, essa transação pode ter implicações políticas. 

"Apenas" isso, sem considerar outros fatos, como a crescente tensão na Coréia e o risco de uma guerra nuclear de proporções extra-continentais, já evoca o último nome do título: Sílvio (Brito). O cantor famoso nos anos 1970 compôs a famosa canção Pare o mundo que eu quero descer. Existem muitas coisas em comum entre a música e as notícias escritas acima, após o trecho que fala dos impostos e do Corinthians (outros assuntos também debatidos agora, muito depois do lançamento da música). Com tanta tragédia, violência e insanidade, a vontade é de repetir o pedido feito por Sílvio Brito. Curiosamente, a canção é frequentemente citada como de autoria de um nome bem mais conhecido atualmente: Raul Seixas. 


Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais escovar
Os dentes com a boca cheia de fumaça
Você acha graça por que se esquece que
Nasceu numa época cheia de conflito entre raças

Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais tirar fotografias
Pra arrumar meus documentos
É carteira disso, daquilo que ja até
Amarelou minha certidão de nascimento

E ainda por cima:
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer

Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais esperar
O Corinthians ganhar o campeonato
E trabalhar feito um cão pra pagar multas, impostos,
Pedágios pra poder engordar os "rato"

Pare o mundo que eu quero descer
Por que eu não aguento mais noticias de
Corrupção, violencia que não param de aumentar
E pensar que a poluição contaminou até as
Lágrimas e eu não consigo mais chorar

E ainda por cima:
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer
Ter que pagar pra nascer,
Ter que pagar pra viver, ter que pagar pra morrer

Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Eu só quero ter você comigo e mandar
O resto tudo pros diabos

Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Eu só quero teu amor aqui comigo e mandar
O resto tudo pros diabos

Tá tudo errado, tá tudo errado
Desorientado, cego vivo enquanto eu vou
Ficando aqui parado
Tá tudo errado, tá tudo errado
Tá tudo errado, tudo errado
Tá tudo errado, tudo errado
Tudo Errado

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Comemorar o quê?

O governo está comemorando a ligeira queda do desemprego. No primeiro trimestre, eram 13,7%. No segundo, foram 13%. 

Aí vem a pergunta do título: a taxa de ocupação cresceu porque o mercado informal, isto é, sem carteira assinada e em geral sem direitos trabalhistas, aumentou em 4,3%. São 10,7 milhões de trabalhadores não registrados.

A pergunta não é exatamente uma reprovação ao governo Temer, em muitos aspectos melhor do que o anterior. Se houve aumento da informalidade, o desemprego tornou-se um problema sério em 2015, portanto antes do impeachment, ocorrido no ano seguinte. Por outro lado, o número de trabalhadores autônomos também aumentou: 1,8%, para 22,5 milhões. Isto também responde à indagação feita pelo título da postagem.

O sonho de 13 milhões de pessoas no Brasil
Espera-se que a reforma trabalhista, bem longe de ser uma panaceia contra esse flagelo, pelo menos o amenize. A falta de ocupação será melhor controlada com educação de melhor qualidade, garantia de mais qualificação para a força de trabalho. 

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Vale a pena?

Procuradores da Polícia Federal querem 16,7% de aumento no seu salário, autorizado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, uma fábula diante da contenção geral de gastos. 

Não dá para aceitar essa tunga ao NOSSO DINHEIRO, mesmo considerando que eles são os responsáveis por desbaratar a megacorrupção em nossa pátria saqueada. 16%, em tempo de racionalização, não seria justificável nem mesmo se eles conseguissem provas para colocar todos os envolvidos na cadeia.

Além de não terem feito isso para incriminar o núcleo político da gigantesca máfia, um aumento desses iria fatalmente gerar outros em cascata no Judiciário, além de passar uma mensagem indesejada ao governo: o Ministério Público estaria com dinheiro sobrando; passa também uma mensagem aos adversários da Lava Jato, ou melhor, duas: seria um ato corporativista e uma medida de Rodrigo Janot tentar criar embaraços à sucessora, Raquel Dodge, pois esse aumento entraria em vigor já com ela na chefia da Procuradoria Geral da República.

A impressão não é boa. Um procurador-geral ganha R$ 28 mil apenas em salário, além de outros benefícios. Um ministro do STF, teto para o funcionalismo público, ganha R$ 33,7 mil. O salário mínimo é de R$ 937.

Apoiemos a Lava Jato, mas não compactuemos com os abusos. Se alguns deles estão com a intenção de fazer política ao invés de buscarem provas para botar os políticos na cadeia, devem abandonar o MPF e ingressarem em algum partido político - não que isso ajude a melhorar o nosso sistema político-partidário, merecedor das críticas mais duras e ferozes. Ou então, se eles querem mostrar sua importância para a sociedade, a ponto de quererem um aumento de salário capaz de comprometer o Orçamento, devem se lembrar de uma frase de T. S. Eliot, o poeta norte-americano naturalizado inglês:

"Metade do mal que é feito neste mundo vem de pessoas que querem se sentir importantes. Elas não querem fazer o mal, mas o mal que causam não interessa a elas. Ou elas não vêem ou justificam o que foi feito por estarem absorvidas numa luta sem fim para ter uma boa imagem de si mesmas."

quarta-feira, 26 de julho de 2017

A notícia boa e a ruim na economia

Notícia ruim: a Justiça não acolheu a liminar do juiz Renato Borelli, do Distrito Federal, e considerou legal o aumento por decreto do PIS/Cofins nos combustíveis. Os juízes ouviram a alegação da AGU, a Advocacia Geral da União, segundo a qual o governo deixaria de arrecadar R$ 78 milhões por dia de suspensão. Pior para o consumidor, mas não se pode desconsiderar o viés algo populista da decisão tomada por Borelli, que se preocupou até com as questões dos "direitos humanos". E a população vai continuar a não entender o aumento, ao contrário do que disse o presidente Temer ao assinar o decreto. Jamais entenderá. 

Notícia boa: o BC baixou a Selic para 9,25%. Antes, era um ponto percentual a mais. Esta queda, razoavelmente acentuada, pode indicar diminuições menores na próxima reunião. Ao contrário do aumento no imposto sobre os combustíveis, o efeito da diminuição nos juros não será imediato (como sempre). 

terça-feira, 25 de julho de 2017

Dois ícones da computação irão sumir

Muita gente ficou abalada com o fim de vários programas, aplicativos e serviços, como o ICQ, MSN, Netscape, Napster, Orkut e outros. Com o tempo, os usuários de PCs e notebooks, ainda muito comuns apesar de estarmos na era dos smartphones, já foram se habituando a tais ausências e se acostumando a outras tecnologias. 

É a tendência, diante de dois ícones: o Paint do Windows e o Flash da Adobe. 

Aquele programa, antes chamado de Paintbrush, ainda é a delícia de milhares de artistas de ocasião, não se envergonhando de mostrar algumas pérolas da arte naif tecnológica. Não estará mais disponível nas próximas atualizações do Windows 10. 


O Flash também é um passatempo para os apreciadores de joguinhos e animações, muito populares na década passada. Vai acabar definitivamente até o fim de 2020, mas desde 2015 estava em desuso, primeiro no Firefox e depois no Chrome, os navegadores mais populares. 

 

Como todo produto tecnológico, esses dois não vão ser "pranteados" por muito tempo. Segue a vida. 

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Há mais água na Lua do que se pensava


Água e Lua: é disto que este blog está a expor agora (Divulgação)

Com base em amostras de solo vulcânico coletadas na missão Apolo e nas medidas feitas por espectrômetros orbitais para medir a composição química da superfície da Lua, pesquisadores da Brown University (Rhode Island, Estados Unidos) descobriram que nosso satélite natural contém água em quantidade bem maior do que se pensava antes. 

Segundo os dados, as amostras continham cerca de 0,5% de água. Parece pouco, mas depósitos basálticos daqui mesmo da Terra também não possuem muito mais do que isso em sua composição. Além disso, a nave Chandrayaan, que está em órbita lunar, detectou o líquido vital em seu espectrômetro embutido. 

Segundo o professor Ralph Milliken, da universidade aludida, ainda está por ser estudada a origem da água presente na Lua, mas já é possível afirmar que as afirmações anteriores sobre um solo árido na superfície do astro estão completamente equivocadas. 

Ainda é necessário fazer novos estudos a respeito e mais publicações em revistas científicas conceituadas, mas aumentaram consideravelmente as chances de haver uma colonização lunar no futuro, talvez ainda neste século. 


N. do A.: Enquanto isso, com mais um atentado em Cabul, um ataque de motosserra em uma cidade suíça e os velhos desmandos dos homens públicos no Brasil e no exterior, são notícias que deixam muitos terráqueos a invejarem os hipotéticos habitantes da Lua, os "selenitas". Será ainda um sonho de "lunático" querer fazer parte de uma expedição colonizadora para abandonar este conturbado planeta?

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Pagando o pato novamente

Depois de engolirem os desmandos do governo anterior e irem às manifestações, simbolizadas (em São Paulo) pelos gigantescos patos infláveis, muitos brasileiros insatisfeitos, mesmo os que apoiaram Temer até há pouco, passaram a se irritar novamente com o governo. 

Entrou hoje em vigor o aumento do PIS Cofins sobre os combustíveis. Só desse imposto, paga-se R$ 0,79 o litro. No início do Plano Real, o custo total do litro era por volta desse valor. O álcool combustível passou a pagar também o Cofins (R$ 0,20 o litro). O diesel, combustível dos caminhões responsáveis pela maior parte do transporte de mercadorias para o mercado interno e externo, está onerado agora em R$ 0,46 o litro, somente com este imposto. 

Este aumento provocou irritação na Fiesp, que armou novamente o pato inflável. Pode-se considerar uma mera manifestação folclórica, mas isso é uma amostra do descontentamento da sociedade com o governo Temer, incapaz de corrigir um Estado devorador de recursos e mais uma ameaça ao povo do que um servidor dele.

O pato amarelo voltou! (Paula Paiva/G1)

À sociedade não resta fazer outra coisa a não ser cumprir com as suas obrigações e exigir que a criatura (o governo, não o pato) cumpra com as suas, enquanto não se combate este mal, e isso levará alguns bons anos, se houver empenho para isso. 

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Lista de sites que só trazem boas notícias

Estamos embriagados com tanta notícia ruim, e às vezes precisamos ver o lado bom da vida. Além de passear, manter uma vida social e manter atitudes positivas diante da vida, existem sites que divulgam notícias boas, sem caírem na chatice e na alienação. Só é preciso manter o senso crítico, pois esses sites não estão livres do "politicamente correto" e tendem a valorizar em excesso as redes sociais e a exposição de cachorrinhos e gatinhos fofos. Algumas notícias podem afetar pessoas mais sentimentais, por seu conteúdo triste, como pessoas que realizaram seus desejos antes de morrerem. 

1. Só Notícia Boa: O "jornalismo que te faz bem" destaca boas ações, novidades tecnológicas e pessoas que superaram dificuldades para vencerem na vida. Algumas notícias parecem auto-ajuda, mas outras são realmente interessantes. 

2. Catraca Livre: enfatiza lugares que podem ser apreciados de graça ou gastando pouco; às vezes, dá espaço para notícias diversas, até mesmo as ruins.

3. Jornal de Boas Notícias: seu lema é "leia sem medo", com a mesma abordagem do site listado no topo.

4. Hypeness: segue o mesmo enfoque dos sites anteriores, com exibição de mais fotos.

5. Somente Boas Notícias: um dos mais antigos, de 2008, trata as notícias de maneira bastante diversa do site anterior: muito texto e poucas fotos.

São refúgios quando a mídia em geral explora demais fatos sensacionalistas, como tragédias e crimes. Não há como indicá-los, porém, para fugir da realidade quando ela se encontra afetada por acontecimentos de impacto, como guerras ou graves crises econômicas ou políticas. Neste caso, é melhor encarar os fatos nos jornais e nos grandes portais de notícias. 

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Frio demais

Desde ontem o inverno resolveu mostrar seu poder. 

Em São Paulo, temperaturas abaixo de 10 graus (gelado para os padrões paulistanos) resultou na morte de um morador de rua. 

No Paraná e em Santa Catarina, onde 10 graus é considerado bem suportável, várias cidades, entre as quais Curitiba e São Joaquim, ficaram abaixo de zero. 

Até no sertão nordestino teve gente batendo os dentes. Na região do Araripe, chegou a fazer 12 graus.

Curiosamente, no Rio as temperaturas ficaram a 13 graus, o que já é pouco tolerado por lá.

N. do A.: Enquanto isso, em Brasília e no mundo político e jurídico em geral, o clima continua quente, com a recompensa milionária de Temer aos seus aliados por terem-no livrado de ser julgado por corrupção, usando o NOSSO DINHEIRO; enquanto isso, as novas delações, como a do delator Jorge Luz, apontam propinas recebidas por figurões do PMDB como Jader Barbalho e Renan Calheiros; no âmbito da Justiça, os bens de Lula foram sequestrados e R$ 606 mil de suas contas foram bloqueadas a mando de Sérgio Moro. 

terça-feira, 18 de julho de 2017

Enquete do dia

Quem vai para a cadeia primeiro?

a) Lula, cuja defesa está tentando demonizar o juiz Sérgio Moro comparando-o a um czar?

b) Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, acusado pela Justiça espanhola de lavar dinheiro com os jogos da Seleção juntamente com Sandro Rosell, ex-executivo do Barcelona?

c) Michel Temer, assim que sair da Presidência?

d) Joesley Baptista, o presidente da JBS, visto como o inimigo número 1 do Brasil (junto com Lula e Temer)?

e) Qualquer um de nós, brasileiros, menos os quatro nomes acima?

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Marcelo Melo venceu em Wimbledon

Não estou a fim de escrever sobre as manobras dos nossos legítimos representantes em Brasília, que deveriam defender os eleitores e não se defender deles para continuarem a se beneficiar do poder (*). Este blog vai falar do acontecimento de sábado, em Wimbledon, Inglaterra.

O mineiro (à direita) não conteve a emoção ao vencer em Wimbledon junto com o companheiro Lucasz Kubot, e erguer a taça (Getty Images)

Marcelo Melo Jr. respondeu por que é o número 1 de duplas, segundo a ATP. Junto com o polonês, Lucasz Kubot, ele venceu a dupla Oliver Marach (austríaco) e Mate Pavic (croata) em um jogo emocionante. Foram 4 horas e 40 minutos da batalha final num dos torneios mais importantes do Grand Slam. Tudo se decidiu no tie-break, onde a dupla polaco-brasileira venceu por 13/11. Os outros sets foram: 5/7, 7/5, 7/6 e 3/6.

Este resultado mostrou a determinação dos quatro contendores. Oliver Marach já foi o oitavo no ranking da ATP, Pavic já foi várias vezes campeão em torneios menores. Kubot já foi campeão do Australian Open e o brasileiro, por sua vez, ganhou sete Masters 1000 e foi vice-campeão em Roland Garros (2009), mas ainda faltava um título na elite do Grand Slam.

Marcelo Melo engrossa os feitos de outros grandes tenistas brasileiros. Maria Esther Bueno, a maior tenista brasileira, já venceu em Wimbledon, no torneio de simples, nada menos do que três vezes (1959, 1960 e 1964), e também venceu em duplas, por cinco vezes (1958, 1960, 1963, 1965 e 1966). Gustavo Kuerten venceu por três vezes em Roland Garros (1997, 2000 e 2001). Bruno Soares venceu o US Open e o Australian Open, os outros torneios do Grand Slam, em 2015, também em duplas.


(*) N. do A.: Vicente Cândido, deputado do PT, teve a ousadia de colocar no projeto de reforma política um artigo que protege um candidato de ser preso OITO MESES antes das eleições. Ele diz que é para proteger qualquer candidato, mas até a estátua do Borba Gato sabe qual é a finalidade: proteger o grande líder de seu partido, Lula. 

sexta-feira, 14 de julho de 2017

No Dia da Bastilha, quem merecia a guilhotina?

Hoje o Dia da Bastilha foi comemorado na França, marcando o início da Revolução Francesa. Passaram-se 228 anos, mas os políticos vistos como inimigos do povo ainda são facilmente encontrados em qualquer país. Quem encabeçaria a lista dos que mereceriam a guilhotina?

O símbolo da Revolução iniciada no dia 14 de julho de 1789 (Ness Period Reproductions)


Donald Trump, o atual presidente norte-americano, impopular e destruidor do legado progressista de Barack Obama?

Michel Temer, o presidente do Brasil, que se salvou graças a mudanças oportunistas no quadro da CCJ, encarregada de analisar denúncias que podem levar ao impeachment e estabelecimento de eleições indiretas?

Lula, agora oficialmente condenado e réu em outros quatro processos, visto como o chefão da grande quadrilha investigada pela Polícia Federal?

Nicolas Maduro, o presidente da Venezuela cujo talento para governar acabou arruinando o seu país e seu povo com sua interpretação particular de algo já tão abstrato quanto o "bolivarianismo"?

Bashar al-Assad, o tirano sangrento e carniceiro que tenta controlar a Síria, assolada pela guerra civil e pelos grupos terroristas?

Vladimir Putin, o autocrata russo, aliado do ditador acima e considerado influente o bastante fora do seu vasto país a ponto de influenciar na eleição americana (é o que dizem)?

Kim Jong-un, que dispensa apresentações?

E mais uma penca de outros nomes, passando pelos dirigentes da China, os déspotas dos países muçulmanos (inclusive Tayyip Erdogan, que está matando a democracia na Turquia), todos os investigados pela Lava Jato e pelo caso JBS, etc.

Pensando bem, é melhor irmos com calma, porque a Revolução Francesa que lutou contra a tirania dos Bourbons e acabou colocando o próprio rei para ser decapitado acabou dando lugar à ditadura sufocante e megalomaníaca de Napoleão Bonaparte, sucedido, por sua vez, pelos mesmos Bourbons, representados pelo irmão do rei executado. Da mesma forma, cortar as cabeças dos ilustres políticos atuais só criaria vácuos de poder e influência, dando lugar a ambiciosos e aventureiros. Foi assim com a tal "Primavera Árabe", movimento bem mais pacífico que a Revolução, que tentou livrar os países da Ásia Ocidental e da África, mas acabou, involuntariamente, facilitando a atuação de oportunistas e terroristas como os membros do Daesh.

Devemos manter as guilhotinas nos museus, onde deverão ficar para sempre junto com outros instrumentos de tortura e violência estatais. Quem é visto como merecedor da decapitação ou uma morte mais dolorosa ainda pode, muitas vezes, trazer mais problemas morto do que vivo, além de saciar o desejo de vingança, um sentimento que nunca beneficiou ninguém e atrapalha a convivência harmônica entre as pessoas. 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Liu Xiaobo (1955-2017)

Lutar pela democracia na China é uma tarefa arriscada, mesmo quando as únicas armas utilizadas são a inteligência e a coragem. Foi o caso de Liu Xiaobo, renomado pacifista atuante nos protestos de estudantes que culminaram no Massacre da Paz Celestial (Tiananmen), em 1989. Professor da Universidade de Pequim, foi o responsável pelas negociações entre os ativistas e o governo chinês naquele episódio, além de outras atividades sempre pacíficas que culminaram em sua prisão, da qual só saiu no final do mês, sofrendo de um câncer no fígado incurável.

Mulher faz homenagem póstuma a Liu Xiaobo, mártir da liberdade na China, morto tragicamente aos 61 anos (Alex Hofford/EPA)

Foi preso pela primeira vez após os acontecimentos na praça Tiananmen, e conduzido à prisão Qinchen, sendo libertado em 1991. Porém, não desistiu de lembrar os mortos que lutaram por mais liberdades num país que crescia a níveis assustadores e ia mitigando tanto a miséria entre a imensa população do país quanto as vozes dissidentes. Mais tarde, já sem o cargo de professor, foi processado por "propaganda contrarrevolucionária", mas não chegou a ser novamente detido, por falta de provas.

Mais tarde, foi conduzido a uma unidade de "reeducação pelo trabalho", por criticar o Partido Comunista Chinês e relembrar os acontecimentos de 1989. Ficou três anos em uma espécie de "campo de concentração", onde se casou com a atual esposa, Liu Xia.

Em 2007, voltou a ser processado por usar a Internet em servidores de países menos sujeitos a censura, e em uma entrevista feita para a Deutsche Welle, canal alemão de televisão, relembrou as vítimas de 1989.

No ano seguinte, assinou a Carta 08, junto com outros 350 intelectuais, pedindo separação e independência dos poderes, menos centralização de poder e liberdades públicas. Esta carta foi publicada no sexagésimo aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10 de dezembro de 2008). Por isso, ele foi condenado por subversão e preso em Jinzhou.

Pelos seus esforços, a Academia o premiou com o Nobel da Paz em 2010. Nem ele, e nem a esposa, posta também em prisão domiciliar, foram autorizados a receber o prêmio. Era a terceira pessoa a ser impedida de comparecer à cerimônia: a primeira foi o pacifista alemão Carl von Ossietzky (1889-1938), que também morreu sem recobrar a liberdade, internado num campo de concentração nazista três anos após ser premiado, e a segunda foi Aung San Suu Kyi, a famosa líder birmanesa, então no cárcere quando foi agraciada, em 1991.

Em retaliação, a ditadura chinesa fez protestos contra a premiação, fazendo ataques duros contra o dissidente preso, e chegou a romper relações diplomáticas com a Noruega. país onde o Nobel da Paz é anunciado.

Sua doença só foi diagnosticada muito tarde, e muitos especulam a responsabilidade do governo chinês tanto na negligência do tratamento quanto nas causas do câncer que viria a tirar-lhe a vida. As organizações de direitos humanos fizeram críticas severas à China por isso. 

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Lula condenado

Em mais um episódio da mais empolgante novela brasileira, a única que vem fazendo realmente sucesso, o juiz Sérgio Moro deu a primeira sentença ao ex-presidente Lula. 

Esta é apenas a primeira das cinco possíveis condenações. Por lavagem de dinheiro envolvendo o triplex no Guarujá, Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão. 

Parece o começo do fim da carreira política do ex-presidente Lula (Mário Ângelo/AE)

Todos reclamaram do juiz: os procuradores, por não terem dado uma pena maior a Lula, os lulistas, alegando perseguição "política", e os anti-lulistas, por não haver a decretação de uma prisão preventiva. Moro alegou haver perigo de revoltas, o que é plausível, devido à militância ainda numerosa e atuante em torno do condenado. 

Esta condenação torna ainda mais remota a possibilidade de Lula voltar a ser candidato à presidência da República. Porém, isso ainda não tira completamente o ânimo dele e nem de seus correligionários, e eles irão recorrer, usando todos os argumentos, válidos ou não, para manter vivo o mito do primeiro presidente operário do Brasil. Para os adversários, que enxergam no ex-presidente o chefe da quadrilha investigada pela Lava Jato, essa ideia parece mais fantasiosa do que os sete reinos de Game of Thrones

terça-feira, 11 de julho de 2017

Aprovada a reforma trabalhista

A reforma trabalhista, tão combatida principalmente pelos movimentos sociais e pelos sindicatos, foi aprovada pelo Senado por 50 votos contra 26. Desse modo, vai para sanção do (ainda) presidente Temer. 

Uma das mudanças mais comentadas é o fim do imposto sindical obrigatório, que obrigava mesmo os não-sindicalizados a fazer contribuição. Outra é a negociação entre patrões e empregados poder se sobrepor aos limites da CLT, datada da década de 1940, durante a ditadura populista de Getúlio Vargas. O período de férias pode ser repartido em até três períodos e a multa por não registrar o empregado aumentará para R$ 2 mil. Outro tema, este digno de preocupação, era o fato das mulheres grávidas poderem exercer cargos considerados "insalubres", desde que haja consentimento dela. No século XX, isso daria margem a abusos, que não seriam toleráveis no século XXI. 

As centrais, obviamente, reagiram, pois a reforma lhes tiraria atribuições e verbas. Deputados oposicionistas chegaram a impedir as votações e levaram o presidente do Senado, Eunício Oliveira, a interromper a sessão e desligar as luzes. Depois de sete horas, a votação foi retomada. 

Esta vitória não foi exatamente para mostrar a força de Michel Temer, mas para consolidar uma posição defendida pelos empresários: a legislação trabalhista até então em vigor era considerada muito atrasada, desestimulava as contratações formais devido aos custos trabalhistas, maiores do que o salário, e dava poder excessivo ao Estado.

Muitos louvaram o resultado, mas não gostaram do preço a ser pago em troca: houve estímulos financeiros para a aprovação desta e da outra reforma, a da Previdência, leia-se o velho fisiologismo ou a máxima de São Francisco desvirtuada ("É dando que se recebe"). Este é o caminho mais fácil, ainda, para algo funcionar, enquanto ainda estamos começando a diminuir a tolerância a velhas práticas na nossa política.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Não foi 7 a 1 no vôlei

Este blog precisa manter a ideia de abordar vários assuntos e não se prender a poucos deles. Por exemplo, quando se aborda o tema "esporte", não pode falar apenas em futebol, reforçando o estigma deste país ser chamado "a pátria de chuteiras", conceito carcomido principalmente após o 8/7.

Foi num dia 8 de julho, sábado, três anos depois do famigerado mineiratzen, que aconteceu a final do Mundial de Vôlei Masculino, entre Brasil e França. 

Este torneio foi o primeiro grande teste de Renan, ex-astro da Geração de Prata (1984), como técnico da Seleção Brasileira masculina; o Brasil foi derrotado pela França – que esteve sempre melhor e mais regular ao longo da competição, e tinha o melhor jogador do mundo atualmente, N’Gapeth – em duelo difícil e equilibrado, por 3 sets a 2 (25/21; 15/25; 23/25; 25/17; 13/15). Com isso, o jejum de títulos aumenta, ainda mais em um torneio realizado em Curitiba. 

A perda do título, longe de ser um desastre, foi uma resposta à derrota francesa para o Brasil nas Olimpíadas, dolorosa para a equipe considerada pela imprensa europeia como a melhor do mundo nos últimos dois anos. Apesar de se levar em conta que a Seleção não ganha em casa desde 1993, as circunstâncias da partida mostram que Renan teve méritos como treinador desta geração formada por nomes como Lucarelli, e que faturou a medalha de ouro.

N'Gapeth foi considerado o melhor jogador do Mundial de Vôlei em Curitiba (divulgação)

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Seis assuntos quentes relacionados ao Brasil

O primeiro assunto é a viagem de Temer para comparecer à cúpula do G-20 em Hamburgo, Alemanha, mas ele, nos temas mais relevantes, como o Tratado de Paris, crise dos refugiados, guerra civil na Síria e a ameaça norte-coreana, não apareceu. Só chamou a atenção para dizer não há crise econômica no Brasil. Não falou sobre a verdadeira crise, a política, que será abordada no final deste post

Crise econômica não está havendo, propriamente, mas uma recuperação capenga de uma recessão vinda do governo Dilma. Isso permeia o segundo assunto: a deflação de 0,23% em junho. É uma queda bastante expressiva nos preços gerais, mas devemos considerar que alguns produtos, como feijão e gasolina, tiveram realmente queda de preço, enquanto outros, como arroz e alface, ficaram mais caros. Resta saber como as oscilações de preços afetaram cada classe social. Geralmente os mais pobres são os mais suscetíveis. 

Pobreza lembra favela ou, no linguajar politicamente correto, comunidade. Numa delas, a do Lixão, no Rio de Janeiro, o bebê Arthur foi atingido ainda no útero da mãe por uma bala perdida. Mais uma vítima inocente da violência provocada pela ação do "poder paralelo" nas favelas, ou seja, os traficantes de drogas. A polícia, durante operações nestes locais, acaba respondendo os ataques dos bandidos, e nos tiroteios vidas são perdidas. Agora, a mãe assiste à luta pela vida de seu filho, e ainda não há como dizer se ele vai perder os movimentos das pernas. É possível, mas pouco provável, que não haja sequelas. Nas comunidades, mesmo quem não perdeu alguém devido às balas perdidas sofre com a miséria e e a ignorância. 

O mote do quarto assunto é a educação, mais precisamente o financiamento dos estudantes mais humildes que conseguiram ingressar no ensino superior, tornando-se parte de uma elite ainda reduzida. As regras do Fies foram alteradas ontem, e valem para o ano que vem, e terão participação dos bancos privados. Para um contingente de até 100 mil estudantes vindos de famílias cuja renda total é inferior a três salários mínimos, haverá comprometimento máximo de 10% da renda mensal, com juros zero. Esta e outras medidas visam minimizar um problema sério: a inadimplência altíssima, de 46,5%, segundo o Ministério da Educação. Espera-se que isso melhore a partir do ano que vem. 

Aliás, o ano que vem é o término oficial do mandato do presidente Temer, mas o quinto e último assunto trata exatamente do quanto ele está fragilizado, podendo terminar ainda neste ano. Muitos setores da política e da imprensa já dão como certa a presidência interina de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara. Maia já disse que não pretende ocupar a Presidência sem evidências concretas de crimes cometidos pelo atual mandatário e ex-vice de Dilma. Tudo depende do relatório de Sérgio Zvelter (PMDB-RJ), relator do caso no CCJ e encarregado de permitir ou negar o prosseguimento do processo no STF, e do comportamento do PSDB, que está dividido e quer fazer avançar as reformas trabalhista e previdenciária, com ou sem Temer.

Outro assunto relacionado à crise política é a má repercussão do fim da operação exclusiva para a Lava Jato no Paraná, unificando as forças desta operação e dos casos JBS e Carne Fraca. Procuradores dizem que isso prejudica consideravelmente a atuação da Polícia Federal na investigação do maior e mais insidioso esquema de corrupção do século XXI, mas defensores da medida garantem não haver prejuízo nos trabalhos. Espera-se que estes últimos estejam certos. 

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Quem votou a favor de Aécio

Com a recondução definitiva de Aécio Neves ao cargo de senador pelo Conselho de Ética do Senado, caberá ao eleitor dar a devida resposta ao ex-candidato à presidência da República em 2014 e implicado na Lava Jato e no caso JBS, onde se deixou gravar pelo dono do frigorífico (e criminoso agora notório) e, em um país mais digno desse nome, estaria morto politicamente. Não cabe aí incluir as outras acusações, entre as quais o caso das propinas de Furnas, cujo inquérito foi arquivado e não está no âmbito dos outros dois casos. 

O eleitor também vai precisar se posicionar a respeito desses nomes: 


Quem votou a favor de Aécio:

Airton Sandoval (PMDB-SP)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Hélio José (PMDB-DF)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Flexa Ribeixo (PSDB-PA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Gladson Cameli (PP-AC)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Telmário Mota (PTB-RR)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Roberto Rocha (PSB-MA)


Quem votou contra Aécio:

Lasier Martins (PSD-RS)
José Pimentel (PT-CE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)

Aécio Neves ainda pretende se candidatar à Presidência da República em 2018, mas boa parte dos eleitores dele em 2014 arrependeu-se de ter votado nele (Divulgação)

Também cabe ao eleitor dar a resposta, em 2018, contra os outros envolvidos na rapinagem investigada pela Lava Jato, e dizer "não" aos beneficiários do esquema, aos aventureiros e aos oportunistas. É uma tarefa dificílima e dolorosa, ainda mais com a noção corrente - e simplista - segundo a qual os políticos são todos iguais. Melhor isso, com eleições e a imprensa divulgando os roubos ao NOSSO DINHEIRO, do que se submeter ao arbítrio dos ditaduras, onde ninguém pode votar nem fica sabendo dos roubos, que acontecem do mesmo jeito. 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Mundo em passos dissonantes

Crescem os desentendimentos e tensões não só no Brasil, mas no mundo inteiro. 

Enquanto Temer lançou Antônio Mariz de Oliveira para fazer sua defesa e libera verbas para segurar sua base aliada (às custas de desinvestimentos e menos verbas para serviços essenciais), os Estados Unidos estão querendo responder à Coréia do Norte, que testou um míssil de longo alcance. São maiores as chances de haver um conflito armado no Pacífico, com resultados difíceis de prever, em termos não catastrofistas. Trump pode simplesmente ignorar os vetos da Rússia e da China a qualquer medida mais forte contra Pyongyang, que é aliado de Moscou e Pequim.

No Oriente Médio, há acusações muito fortes contra o Catar, acusado de fomentar o terrorismo, apoiar grupos extremistas como o Hamas e a Irmandade Muçulmana, e de ter relações fortes demais com o Irã, apesar de ser sunita como os seus atuais oponentes, a Arábia Saudita e seus aliados Egito, Emirados Árabes e Bahrein. Crescem as tensões na região, que podem envolver até a Turquia, aliada do pequeno país do Golfo Pérsico e dono de uma base militar instalada em águas catarianas. O governo local continua a repudiar as exigências, consideradas absurdas, de fechar a base turca e interditar a rede al-Jazeera, considerada liberal demais para as tiranias muçulmanas.

Enquanto isso, a Síria e o Iraque ainda continuam a sofrer com o Daesh, apesar dos esforços para destruir os pesadelos impostos pelo grupo terrorista, cuja meta final e agora inalcançável é implantar um "califado" englobando todo o mundo muçulmano. Há rumores que o líder do grupo foi morto durante um ataque russo, mas isso não foi confirmado. Enquanto isso, como medida desesperada, o grupo está crescendo sua influência no Afeganistão, aproveitando o vácuo de poder, antes preenchido pela al-Qaeda.

Ademais, teremos na sexta-feira uma nova conferência do G-20 em Hamburgo, uma das maiores cidades da Alemanha, e os principais líderes estarão lá. Temer, também. Questões difíceis envolvem não só os conflitos na Coréia do Norte e na Ásia Ocidental, mas os acordos comerciais e o fracasso dos entendimentos sobre o combate ao aquecimento global e à poluição.

Nada disso pode ser resolvido senão com muita boa vontade e perseverança. Existe uma outra alternativa: conviver com o recrudescimento dos conflitos e tentar aplicar as lições mal aprendidas no século passado, quando houve duas guerras mundiais e até um ataque nuclear. 

terça-feira, 4 de julho de 2017

Boa notícia (em termos)

Este blog já cansou de escrever a respeito de política, um assunto onde se não se pode esperar nada de bom. 

Qualquer notícia boa, mesmo sendo temporária, terá mais espaço por aqui. Uma delas é a Petrobras resolver diminuir o preço do gás de cozinha, o famoso botijão ou "bujão" ainda usado na maioria das cozinhas brasileiras. 

A diminuição para os distribuidores é de 4,5%, mas o repasse certamente será menor. 

É uma boa notícia? Sim, mas devemos considerar o fato dos reajustes serem mensais, e o último deles fez o produto aumentar 6,5% nas distribuidoras.


N. do A.: Esta "notícia boa" não compensa as várias notícias ruins do dia: governo acuado e preocupado mais em se defender das acusações do que governar o país e promover as mudanças, novo teste de mísseis na Coréia do Norte com uma propaganda para lá de "otimista" dizendo que o projétil poderia alcançar o Alasca, Roger Abdelmassih (o médico acusado de estuprar pacientes) sai novamente da cadeia para cumprir prisão domiciliar, etc., etc.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Da série "Copa das Confederações, parte 4" - Será a Alemanha a última campeã do torneio?

Joachim Low conseguiu mais um feito: além de uma Copa do Mundo ganha com um elenco sem celebridades, apenas jogadores altamente competentes como Thomas Müller, Toni Kroos, Bastian Schweinsteiger, Manuel Neuer, Philipp Lahm, Mats Hummels e Miroslav Klose, formou um time sem nenhum desses nomes e mesmo assim obteve o título da Copa das Confederações. 

Isso pode mostrar o quando este torneio é relativamente pouco relevante. Muitos vibraram com a conquista do Brasil na última Copa das Confederações em 2013, celebrada até mesmo neste post, sem imaginar a catástrofe da Copa do Mundo no ano seguinte, quando a Seleção da CBF foi trucidada pelo time de Low (o 8/7 exaustivamente abordado em toda parte). 

E o time campeão de ontem em nada se assemelhava ao de 2014. Apenas três titulares foram convocados, e um deles foi o meia Julian Draxler, coadjuvante do 8/7, de apenas 23 anos, tornou-se o capitão. Mostrou ser ainda verde para comandar uma equipe, mas certamente irá participar da próxima Copa no ano que vem. Os outros foram Mathias Ginter, zagueiro e também participante da campanha alemã nas Olimpíadas de 2016, e o também zagueiro Shkodran Mustafi. O resto são nomes relativamente desconhecidos, ainda, com exceção do goleiro Ter Stegen, do Barcelona, e Kimmich, do Bayern. Os artilheiros da competição só ficaram conhecidos agora: Timo Werner, Leon Goretzka e Lars Stindl, cada um com três gols e ganhadores das chuteiras de ouro, prata e bronze, respectivamente. 

Esse time quase juvenil tomou sufoco, falando a verdade, na final contra o Chile. Sofreu. Precisou sair da zona de conforto, pois o time de Arturo Vidal, Alexis Sanchez e Eduardo Vargas não estava para brincadeiras. Só o gol de Stindl, à custa de um erro bisonhíssimo (e devidamente lamentado) por Marcelo Diaz, conseguiu esfriar o ímpeto sul-americano, mas não completamente. O time alemão precisou mostrar a sua técnica e capacidade de resiliência para segurar o resultado, principalmente nos minutos finais, quando os chilenos partiram para o desespero e aumentaram a pressão. Low, para deixar tudo mais enervante, retrancou o time imitando um comandante gaúcho de Seleção Brasileira. No final, os jovens alemães acabaram passando no teste, e levaram o troféu. 

Draxler repetiu o gesto feito pelo seu colega do PSG, o veterano zagueiro Thiago Silva, quatro anos antes

Todavia, este provavelmente não é o time da Copa na Rússia, um torneio realmente muito mais duro. Draxler dificilmente será capitão, passando a braçadeira para um veterano (independentemente do nome, isso será apenas um detalhe, ao contrário do que ocorre na Seleção da CBF). E a Alemanha ainda vai precisar quebrar uma maldição: nenhum time vencedor da Copa das Confederações tornou-se campeão no ano seguinte. Mesmo para uma potência do futebol, não se pode descartar a manutenção desse tabu. E esta poderá ser a última Copa das Confederações da história. 


N. do A.: Enquanto isso, no Brasil, relativamente poucos deram atenção a este torneio, preocupando-se mais com os times brasileiros, principalmente o São Paulo, agora no Z-4 e cujo técnico, Rogério Ceni, perdeu o emprego. Infelizmente, ou felizmente, a política chamou muito mais a atenção, e o último grande ato aconteceu hoje mesmo: Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer, foi preso sob a acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, atrapalhar as investigações da Lava Jato e impedir a delação premiada do corretor Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, este último seu correligionário e aliado.