Joachim Low conseguiu mais um feito: além de uma Copa do Mundo ganha com um elenco sem celebridades, apenas jogadores altamente competentes como Thomas Müller, Toni Kroos, Bastian Schweinsteiger, Manuel Neuer, Philipp Lahm, Mats Hummels e Miroslav Klose, formou um time sem nenhum desses nomes e mesmo assim obteve o título da Copa das Confederações.
Isso pode mostrar o quando este torneio é relativamente pouco relevante. Muitos vibraram com a conquista do Brasil na última Copa das Confederações em 2013, celebrada até mesmo neste post, sem imaginar a catástrofe da Copa do Mundo no ano seguinte, quando a Seleção da CBF foi trucidada pelo time de Low (o 8/7 exaustivamente abordado em toda parte).
E o time campeão de ontem em nada se assemelhava ao de 2014. Apenas três titulares foram convocados, e um deles foi o meia Julian Draxler, coadjuvante do 8/7, de apenas 23 anos, tornou-se o capitão. Mostrou ser ainda verde para comandar uma equipe, mas certamente irá participar da próxima Copa no ano que vem. Os outros foram Mathias Ginter, zagueiro e também participante da campanha alemã nas Olimpíadas de 2016, e o também zagueiro Shkodran Mustafi. O resto são nomes relativamente desconhecidos, ainda, com exceção do goleiro Ter Stegen, do Barcelona, e Kimmich, do Bayern. Os artilheiros da competição só ficaram conhecidos agora: Timo Werner, Leon Goretzka e Lars Stindl, cada um com três gols e ganhadores das chuteiras de ouro, prata e bronze, respectivamente.
Esse time quase juvenil tomou sufoco, falando a verdade, na final contra o Chile. Sofreu. Precisou sair da zona de conforto, pois o time de Arturo Vidal, Alexis Sanchez e Eduardo Vargas não estava para brincadeiras. Só o gol de Stindl, à custa de um erro bisonhíssimo (e devidamente lamentado) por Marcelo Diaz, conseguiu esfriar o ímpeto sul-americano, mas não completamente. O time alemão precisou mostrar a sua técnica e capacidade de resiliência para segurar o resultado, principalmente nos minutos finais, quando os chilenos partiram para o desespero e aumentaram a pressão. Low, para deixar tudo mais enervante, retrancou o time imitando um comandante gaúcho de Seleção Brasileira. No final, os jovens alemães acabaram passando no teste, e levaram o troféu.
Draxler repetiu o gesto feito pelo seu colega do PSG, o veterano zagueiro Thiago Silva, quatro anos antes |
Todavia, este provavelmente não é o time da Copa na Rússia, um torneio realmente muito mais duro. Draxler dificilmente será capitão, passando a braçadeira para um veterano (independentemente do nome, isso será apenas um detalhe, ao contrário do que ocorre na Seleção da CBF). E a Alemanha ainda vai precisar quebrar uma maldição: nenhum time vencedor da Copa das Confederações tornou-se campeão no ano seguinte. Mesmo para uma potência do futebol, não se pode descartar a manutenção desse tabu. E esta poderá ser a última Copa das Confederações da história.
N. do A.: Enquanto isso, no Brasil, relativamente poucos deram atenção a este torneio, preocupando-se mais com os times brasileiros, principalmente o São Paulo, agora no Z-4 e cujo técnico, Rogério Ceni, perdeu o emprego. Infelizmente, ou felizmente, a política chamou muito mais a atenção, e o último grande ato aconteceu hoje mesmo: Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer, foi preso sob a acusação de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, atrapalhar as investigações da Lava Jato e impedir a delação premiada do corretor Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, este último seu correligionário e aliado.
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