sexta-feira, 14 de julho de 2017

No Dia da Bastilha, quem merecia a guilhotina?

Hoje o Dia da Bastilha foi comemorado na França, marcando o início da Revolução Francesa. Passaram-se 228 anos, mas os políticos vistos como inimigos do povo ainda são facilmente encontrados em qualquer país. Quem encabeçaria a lista dos que mereceriam a guilhotina?

O símbolo da Revolução iniciada no dia 14 de julho de 1789 (Ness Period Reproductions)


Donald Trump, o atual presidente norte-americano, impopular e destruidor do legado progressista de Barack Obama?

Michel Temer, o presidente do Brasil, que se salvou graças a mudanças oportunistas no quadro da CCJ, encarregada de analisar denúncias que podem levar ao impeachment e estabelecimento de eleições indiretas?

Lula, agora oficialmente condenado e réu em outros quatro processos, visto como o chefão da grande quadrilha investigada pela Polícia Federal?

Nicolas Maduro, o presidente da Venezuela cujo talento para governar acabou arruinando o seu país e seu povo com sua interpretação particular de algo já tão abstrato quanto o "bolivarianismo"?

Bashar al-Assad, o tirano sangrento e carniceiro que tenta controlar a Síria, assolada pela guerra civil e pelos grupos terroristas?

Vladimir Putin, o autocrata russo, aliado do ditador acima e considerado influente o bastante fora do seu vasto país a ponto de influenciar na eleição americana (é o que dizem)?

Kim Jong-un, que dispensa apresentações?

E mais uma penca de outros nomes, passando pelos dirigentes da China, os déspotas dos países muçulmanos (inclusive Tayyip Erdogan, que está matando a democracia na Turquia), todos os investigados pela Lava Jato e pelo caso JBS, etc.

Pensando bem, é melhor irmos com calma, porque a Revolução Francesa que lutou contra a tirania dos Bourbons e acabou colocando o próprio rei para ser decapitado acabou dando lugar à ditadura sufocante e megalomaníaca de Napoleão Bonaparte, sucedido, por sua vez, pelos mesmos Bourbons, representados pelo irmão do rei executado. Da mesma forma, cortar as cabeças dos ilustres políticos atuais só criaria vácuos de poder e influência, dando lugar a ambiciosos e aventureiros. Foi assim com a tal "Primavera Árabe", movimento bem mais pacífico que a Revolução, que tentou livrar os países da Ásia Ocidental e da África, mas acabou, involuntariamente, facilitando a atuação de oportunistas e terroristas como os membros do Daesh.

Devemos manter as guilhotinas nos museus, onde deverão ficar para sempre junto com outros instrumentos de tortura e violência estatais. Quem é visto como merecedor da decapitação ou uma morte mais dolorosa ainda pode, muitas vezes, trazer mais problemas morto do que vivo, além de saciar o desejo de vingança, um sentimento que nunca beneficiou ninguém e atrapalha a convivência harmônica entre as pessoas. 

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