O primeiro assunto é a viagem de Temer para comparecer à cúpula do G-20 em Hamburgo, Alemanha, mas ele, nos temas mais relevantes, como o Tratado de Paris, crise dos refugiados, guerra civil na Síria e a ameaça norte-coreana, não apareceu. Só chamou a atenção para dizer não há crise econômica no Brasil. Não falou sobre a verdadeira crise, a política, que será abordada no final deste post.
Crise econômica não está havendo, propriamente, mas uma recuperação capenga de uma recessão vinda do governo Dilma. Isso permeia o segundo assunto: a deflação de 0,23% em junho. É uma queda bastante expressiva nos preços gerais, mas devemos considerar que alguns produtos, como feijão e gasolina, tiveram realmente queda de preço, enquanto outros, como arroz e alface, ficaram mais caros. Resta saber como as oscilações de preços afetaram cada classe social. Geralmente os mais pobres são os mais suscetíveis.
Pobreza lembra favela ou, no linguajar politicamente correto, comunidade. Numa delas, a do Lixão, no Rio de Janeiro, o bebê Arthur foi atingido ainda no útero da mãe por uma bala perdida. Mais uma vítima inocente da violência provocada pela ação do "poder paralelo" nas favelas, ou seja, os traficantes de drogas. A polícia, durante operações nestes locais, acaba respondendo os ataques dos bandidos, e nos tiroteios vidas são perdidas. Agora, a mãe assiste à luta pela vida de seu filho, e ainda não há como dizer se ele vai perder os movimentos das pernas. É possível, mas pouco provável, que não haja sequelas. Nas comunidades, mesmo quem não perdeu alguém devido às balas perdidas sofre com a miséria e e a ignorância.
O mote do quarto assunto é a educação, mais precisamente o financiamento dos estudantes mais humildes que conseguiram ingressar no ensino superior, tornando-se parte de uma elite ainda reduzida. As regras do Fies foram alteradas ontem, e valem para o ano que vem, e terão participação dos bancos privados. Para um contingente de até 100 mil estudantes vindos de famílias cuja renda total é inferior a três salários mínimos, haverá comprometimento máximo de 10% da renda mensal, com juros zero. Esta e outras medidas visam minimizar um problema sério: a inadimplência altíssima, de 46,5%, segundo o Ministério da Educação. Espera-se que isso melhore a partir do ano que vem.
Aliás, o ano que vem é o término oficial do mandato do presidente Temer, mas o quinto e último assunto trata exatamente do quanto ele está fragilizado, podendo terminar ainda neste ano. Muitos setores da política e da imprensa já dão como certa a presidência interina de Rodrigo Maia, o presidente da Câmara. Maia já disse que não pretende ocupar a Presidência sem evidências concretas de crimes cometidos pelo atual mandatário e ex-vice de Dilma. Tudo depende do relatório de Sérgio Zvelter (PMDB-RJ), relator do caso no CCJ e encarregado de permitir ou negar o prosseguimento do processo no STF, e do comportamento do PSDB, que está dividido e quer fazer avançar as reformas trabalhista e previdenciária, com ou sem Temer.
Outro assunto relacionado à crise política é a má repercussão do fim da operação exclusiva para a Lava Jato no Paraná, unificando as forças desta operação e dos casos JBS e Carne Fraca. Procuradores dizem que isso prejudica consideravelmente a atuação da Polícia Federal na investigação do maior e mais insidioso esquema de corrupção do século XXI, mas defensores da medida garantem não haver prejuízo nos trabalhos. Espera-se que estes últimos estejam certos.
Outro assunto relacionado à crise política é a má repercussão do fim da operação exclusiva para a Lava Jato no Paraná, unificando as forças desta operação e dos casos JBS e Carne Fraca. Procuradores dizem que isso prejudica consideravelmente a atuação da Polícia Federal na investigação do maior e mais insidioso esquema de corrupção do século XXI, mas defensores da medida garantem não haver prejuízo nos trabalhos. Espera-se que estes últimos estejam certos.
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