segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Parabéns ao dono do selo de setembro

Ficou difícil escolher quem merecia o selo de setembro, pois foram bons candidatos. Alguns foram antecipados no dia 12 (ler AQUI), como o pastor Agenor Duque, que comparou a Virgem Maria com uma garrafa de Coca-Cola, o cantor Zezé di Camargo e sua opinião sobre o regime militar e os protagonistas do caso JBS, os irmãos Batista, Ricardo Saud e o ex-procurador Marcelo Miller. 

Como este selo não contempla casos hors concours, isto é, candidatos que tornariam injusta a competição por serem considerados muito fortes, como o presidente da República Michel Temer, os ex-presidentes José Sarney (que não se destacou em setembro), Fernando Collor de Mello (idem Sarney), Fernando Henrique Cardoso (idem Sarney e Collor), Lula e Dilma (esta também não fez nada de desabonador em setembro), os líderes do Senado Eunício Oliveira e da Câmara Rodrigo Maia, os onze ministros do STF (este blog resolveu incluí-los entre os hors concours) e a procuradora-geral da República Raquel Dodge e seus antecessores (inclusive Rodrigo Janot), foram avaliados mais outros nomes, fora estes. Também foram incluídos como hors concours pessoas já condenadas pela Justiça e que ainda cumprem pena (mesmo atenuada por decisão posterior), como o médico cassado Roger Abdelmassih (se já cumpriram, passam a concorrer novamente se fizerem novos atos dignos de "vergonha nacional"; os foragidos concorrem, mesmo se houver uma sentença).

São estes:
- o meio-campista do Corinthians Gabriel, por fazer gestos obscenos à torcida do São Paulo;
- os moralistas de ocasião que usaram arte como plataforma política (os nazistas fizeram algo parecido, ao apontar a "arte degenerada"), como o pastor Marco Feliciano, o deputado Jair Bolsonaro (enquanto ele não for presidente, vai constar como candidato ao selo) e o MBL, em especial o líder do movimento, Kim Kataguiri, que até foi satirizado no Twitter onde ele aparece como "queer";
-Aécio Neves, o senador com mandato suspenso, e proibido de sair à noite pelo STF (atenção: esta não é uma sentença judicial);
- Gleisi Hoffman, a presidente do PT (líderes de partidos não são hors concours), por considerar Lula o único candidato do partido, mesmo sendo réu em vários inquéritos;
-  o ex-ministro Geddel Vieira Lima, por guardar 51 milhões em um apartamento de Salvador;
- os traficantes que dominam a favela da Rocinha e outras "comunidades" marcadas pela miséria e abandono.

O artista Wagner Schwartz, que fez uma performance artística no MAM sem roupa alguma, iria ser considerado como candidato se fizesse algo obsceno, como seduzir alguém, principalmente aquela criança que tocou nele. Mas não é o caso. 

E o selo vai para

GEDDEL VIEIRA LIMA

Geddel teve a honra de receber o selo de setembro (sobre foto de Valter Campanato)

O ex-ministro e dono de R$ 51 milhões descobertos pela Polícia Federal está cumprindo prisão preventiva, mas ainda não foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Quando for, passa a ser hors concours e não irá mais ser lembrado. E nem depois, caso não se envolver em outros delitos. 


N. do A.: Vergonha - mundial - é mais um caso de barbárie, em Las Vegas, com um terrorista matando 58 pessoas e ferindo mais de 200. O atirador foi morto pela polícia. É mais uma atrocidade envolvendo armas nos Estados Unidos, onde o uso delas é bem pouco restrito. Mesmo com casos assim, a criminalidade em terras norte-americanas faz muito menos vítimas do que no Brasil.

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