O fim deste agitado ano está repleto de notícias, umas bastante relevantes e outras com importância para ter assunto.
Entre as notícias relevantes, estão as decisões feitas pelo STF, dignas de uma análise um pouco mais profunda do que as redes sociais costumam fazer.
Suas Excelências, os famigerados ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, decidiram pela soltura do empresário Marco Antônio de Luca, o dono das "quentinhas" para fornecimento de presídios acusado de pagar propina a Sérgio Cabral, ex-governador do Rio preso e condenado. Também foram eles a livrarem o deputado petista José Guimarães de processo por corrupção passiva. Eles votaram junto com Edson Fachin, que discordou dos colegas nos dois casos. Gilmar, em decisões monocráticas, também mandou suspender o inquérito pelo qual o governador do Paraná, Beto Richa, é submetido, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e uso de caixa 2 (alegando falta de "justa causa" e ameaça de desestabilização do sistema político). Também mandou Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral, de volta à prisão domiciliar após cumprir pena preventiva.
Não só eles chocaram a opinião pública, embora tivessem a obrigação de seguir a lei mesmo divergindo desta "velha e exigente senhora". O colega Ricardo Lewandowski adiou a MP que impunha aumento de contribuição à Previdência e congelava salários de servidores públicos. Partidários do fim dos privilégios se dividiram em criticar os privilégios dos políticos, juízes e procuradores, e em criticar a decisão do ministro enquanto os trabalhadores da iniciativa privada estão sujeitos a um tratamento mais severo do que os servidores.
Também é relevante a notícia da vitória de Sebastián Piñera no segundo turno das eleições chilenas. O vitorioso já governou o país entre 2010 e 2014, adotando medidas liberais, contra o socialismo moderado da atual presidente Michelle Bachelet, que por sua vez também já fora presidente do país antes de Piñera. Setores da imprensa adotam os rótulos de "direita" e "esquerda", algo delicado em um país onde o "mártir" dos chamados "progressistas" da América Latina, o presidente deposto e "suicidado" Salvador Allende, foi considerado de "esquerda" e seu algoz, o ditador que oprimiu o país por 17 anos, Augusto Pinochet, era de "direita". Bachelet teve um governo razoavelmente bem sucedido, implantando reformas trabalhista e tributária, mas foi acusada de corrupção em 2015 e, além disso, a economia cresceu relativamente pouco em seu governo, minando sua popularidade. Piñera quer revitalizar o país com medidas liberalizantes, de incentivo à economia, ainda muito dependente da exportação do cobre. Eventual sucesso de Piñera em seu governo irá influenciar os rumos da América do Sul.
Também preocupam as notícias sobre o fim da neutralidade da rede nos Estados Unidos, ou seja, a garantia de controlar os privilégios dados a certo tipo de conteúdo e tráfego de dados; no entanto, essa neutralidade só existiu entre 2015 e 2017, e foi usada mais para atacar Donald Trump do que as operadoras, principais interessadas na volta do antigo status quo; o efeito da decisão tem efeito significativo na circulação de dados do mundo inteiro (boa parte deles passam por conexões dos Estados Unidos e operadoras como a Verizon e a AT&T atuam em centenas de países) e na pressão de setores de telefonia para revogar a neutralidade da rede onde ela vigora - no Brasil, ela é assegurada pelo Marco Civil da Internet
Menos impactantes para a vida do brasileiro, mas também dignas de comentário, são as notícias abaixo:
- o Boeing 747, histórico avião de grande porte, vai deixar de ser fabricado;
- Gabriel Medina foi derrotado por John John Florence, campeão da temporada de surfe;
- Kaká, ídolo do Milan, Real Madrid e São Paulo, queria voltar a este último clube após sair do Orlando City, mas resolveu se aposentar, derrotado pelas lesões em sua carreira; ele também foi o último ser humano normal a vencer a Bola de Ouro, antes da era Messi-CR7;
- o Grêmio não foi páreo para o Real Madrid, que parecia em ritmo de treino, apesar de sofrer com a eficiente zaga do clube gaúcho (Geromel e Kannemann) e com a falta de capricho nas finalizações (mais de 20, contra apenas 1, de Edílson); Cristiano Ronaldo, o maior astro do futebol atualmente, fez o único gol, de falta, com certa colaboração da barreira (Lucas Barrios e o apático Luan), e acabou com as ilusões do time de Renato Gaúcho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário