quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Uma tragicomédia chamada "O caso da Cristiane"


Cristiane Brasil, quando ainda tinha as madeixas tingidas de loiro, e seu pai, o líder do PTB Roberto Jefferson (Renato Costa/Folhapress)

Cristiane Brasil, a ainda não ministra do Trabalho, é protagonista de um enredo aparentemente saído de um filme B, ou mesmo daqueles antigos filmes do saudoso Afonso Brazza, o folclórico cineasta brasileiro das películas baratas e histórias ligeiras. 

Por ser filha de Roberto Jefferson, o mensaleiro delator, e ter sido condenada a pagar R$ 60 mil numa dívida trabalhista com um ex-motorista, paga supostamente com o dinheiro de sua assessora, e não dela, ela é um nome rejeitado, mas o governo e, principalmente, o seu partido, o PTB, insistem na sua nomeação. 

O STF, fugindo às suas tarefas cotidianas, resolveu intervir e impediu a posse da ainda não ministra. Desde então, ela procura recorrer, como é o seu direito. Hoje, foi ao STF. O governo também agiu, recorrendo ao STJ.

Enquanto isso, um vídeo foi mostrado: ela, a bordo de uma lancha, defendendo a sua posição e dizendo não saber de nenhuma pendência trabalhista, cercada de uma porção de homens sem camisa, também dizendo abertamente que têm contas a ajustar com a Justiça do Trabalho. Até Roberto Jefferson se irritou, e reclamou com a filha, sem deixar de apoiá-la na luta pelo seu cargo tão desejado.



Esta trama rocambolesca acaba desgastando ainda mais a imagem do governo e atrapalhando votações decisivas para o futuro do Brasil, como a reforma da Previdência. Ela terá um desfecho um dia, quando Cristiane Brasil deixará de ser "não ministra". Quando? Nem os videntes que falaram na virada do ano sabem.

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