sexta-feira, 31 de maio de 2019

Quem precisa deles?

Um dos filmes em cartaz mostra o poder de monstros gigantes capazes de destruir toda a humanidade, em Godzilla 2

Poster de Godzilla e de seus inimigos monstruosos, Mothra, Rodan e King Ghidorah (Divulgação)

Mas nem vai precisar dessas criaturas para arruinar a vida dos seres humanos, prejudicada pelos... próprios seres humanos. São sete bilhões, a grande maioria deles mal sobrevivendo e os demais, com exceções, causando mais estragos e consumindo mais recursos do que podem produzir em riquezas. Todos dependem de governantes ineptos, formadores de opinião inconsequentes e outros senhores irresponsáveis. 

Mesmo sem a existência de qualquer um dos monstros fictícios que aparecem no filme, existe sempre a possibilidade de não vislumbrarmos 2020. Basta o empenho de alguns dementes para provocar uma guerra em escala global.

Apenas para fazer um registro: no filme, nenhuma das criaturas é propriamente um vilão. O personagem mais maligno é um terrorista salvacionista chamado Alan Jonah. Ou seja, um ser humano. 

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Más notícias para o Brasil e para Bolsonaro

Divulgaram os números do PIB no primeiro trimestre de 2019. Sem nenhuma medida excepcional para arrochar a economia, ele conseguiu ENCOLHER 0,2%. Pode-se culpar o regime irregular de chuvas, resultando em quebras de safra e encarecimento dos alimentos, e também a retração na atividade industrial e em vários setores, como a construção civil. Mas o que fez o governo? Preferiu estimular uma cruzada ideológica, e não pragmática, para combater os desmandos anteriores, cujos autores são os responsáveis por um longo período de trevas, desde 2013, no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Corrupção, patrimonialismo e incompetência gerencial. Após o impeachment, houve um período mais favorável, mas a economia ainda patinou. E está voltando a piorar no governo atual. Corremos o risco de terminar o ano com RECESSÃO, como nos anos finais do governo Dilma. 


Estamos caminhando para mais um período recessivo (IBGE, pelo portal G1)

A atividade industrial encolheu ainda mais. Desde o governo Lula houve desindustrialização no Brasil (IBGE, pelo site do Valor Adicionado)
Por causa da retração econômica, o governo precisou cortar gastos e investimentos, inclusive na Educação, provocando as manifestações deste mês. A última foi hoje, e mais uma vez reuniu menos gente do que a oposição gostaria. Foi um repeteco, com participação ligeiramente menor, do dia 15 de maio, quando estudantes, professores, funcionários, membros da UNE e da UBES, sindicalistas da CUT e ativistas anti-Bolsonaro e anti-reformas protestaram. Não foi só para defender as verbas para a Educação, mas também para tentarem deter a reforma da Previdência. Alguns voltaram a pedir a liberdade do ex-presidente Lula. Porém, os protestos, apesar de espalhados por várias cidades, foram mais uma prática de exercer a liberdade de expressão do que qualquer outra coisa, e não chegaram a atrapalhar seriamente a rotina, mesmo porque, em geral, não houve baderna, salvo um ou outro incidente. Também o número de participantes ficou algo longe dos registrados no ato pró-Bolsonaro do último domingo. De qualquer forma, não foram tão dignos de preocupação quanto os números do PIB, e a economia fraca, mais do que os insatisfeitos com o contingenciamento, é a maior ameaça ao governo. 

O protesto de hoje foi grande, mas não a ponto de preocupar tanto o governo quanto a retração no PIB. No Largo da Batata, milhares foram às ruas (Wellington Valsecchi/Rede Globo)
Em Salvador, protestos contra os cortes (João Pedro Pitombo/Folhapress)

Estudante de medicina levanta placa contra o contingenciamento em Belo Horizonte (Fernanda Canofre/Folhapress)
Próximo à Candelária, o protesto, como em outras cidades, reuniu várias pautas, como o assassinato de Marielle Franco, a luta contra as reformas e a liberdade para o ex-presidente Lula (Onofre Veras/O Dia)

O principal alvo dos manifestantes, ministro da Educação Abraham Weintraub, disse que os professores fazem coação contra os alunos para forçá-los a participarem, e pediu aos pais para denunciarem essa prática à Ouvidoria do MEC. Não houve denúncias dos pais, mesmo porque eles não são obrigados por lei ou por decreto a fazerem isso, e as provas das tais coações não apareceram.  Além disso, muitos dos alunos participantes são universitários, portanto, adultos. De concreto mesmo só a denúncia do Ministério Público contra o ministro por "danos morais" ao propor que os alunos substituam funcionários terceirizados nas tarefas de limpeza, e também cobranças para o MEC justificar os cortes no Museu Nacional, cujos trabalhos de restauração após o incêndio que o destruiu e fez milhares de obras de arte se perderem para sempre estão ameaçados pela falta de verbas. 

Por fim, estão em votação várias medidas provisórias do governo, e uma delas é preocupante: ameaça simplesmente tornar inválido o Código Florestal aprovado em 2012, mutilando-o para permitir a anistia a mais proprietários rurais que desmataram áreas que deveriam ser preservadas até anos recentes. Os deputados aprovaram a medida por ampla maioria, alegando ser impossível recompor as matas conforme o Código em vigor, já criticado por ambientalistas por ser considerado brando com os desmatamentos. O problema é beneficiar atividades como a exploração ilegal de madeira, que nada tem a ver com o agronegócio e sim com o comércio criminoso de madeiras nativas, e a ocupação irregular de terrenos. Pelo menos o tempo corre contra essa alteração, pois ainda falta o Senado votar, e ele não tem o mesmo espírito permissivo de boa parte dos deputados. Se não votarem até o dia 3 de junho, esta e outras MPs caducam. 


N. do A.: A Bovespa ignorou, por enquanto, a queda do PIB e os investidores preferiram apostar no êxito das reformas. Agora, ela está em 97.457 pontos, enquanto o dólar está em R$ 3,97. Nesta semana, a moeda americana voltou a ficar abaixo dos 4 reais. 

quarta-feira, 29 de maio de 2019

terça-feira, 28 de maio de 2019

Os últimos fracassos de Moro

Sérgio Moro criou muitas expectativas como ministro da Justiça e da Segurança Pública, mas vem decepcionando muita gente. 

Durante sua gestão, houve crimes bárbaros como o massacre de Suzano, a chacina de Belém, a matança em Paracatu e o massacre de presos causado pela briga entre facções da organização criminosa Familia do Norte, em Manaus. Moro se limitou a, no máximo, fazer observações frias nas redes sociais e mandar transferir condenados para lugares muitas vezes rejeitados por autoridades e habitantes dos locais de destino: um exemplo disso é Brasília, onde o governador do Distrito Federal, Ibaneiz Rocha (MDB), protestou contra o uso da penitenciária federal próxima à sede dos Três Poderes para abrigar o líder do PCC, Marcola.

Sabe-se que é pouco tempo ainda para fazer uma avaliação a respeito da coordenação entre as polícias para combater diversos delitos, mas até agora não se viu nenhum resultado digno de nota.

Na sua especialidade, o combate à corrupção, Moro não conseguiu segurar o Coaf em suas mãos e nem conseguiu convencer a respeito de como o órgão funcionaria melhor na pasta da Justiça e não no da Economia. Possivelmente, o Coaf descobriria irregularidades nas contas de Fabrício Queiroz de qualquer modo, por onde estivesse. Não foi por falta de empenho, pois ele empreendeu pessoalmente conversações com os parlamentares, como se fosse um deles (sem ter a mesma desenvoltura e desinibição para os conchavos) e não como um nome técnico de sua pasta.

Mesmo depois das manifestações do dia 26, a favor do ministro conhecido pelo seu passado como juiz em Curitiba, o Senado autorizou a devolução do órgão fiscalizador para a Economia, e isso com o aval de Bolsonaro, contrariando a vontade dos grupos nas ruas.

Seu pacote anticrime ainda nem foi avaliado e as chances de sofrer alterações significativas, daquelas de provocarem rugidos furiosos dos bolsonaristas e dos procuradores da Lava Jato, principalmente aqueles mais chegados à militância, são grandes. Espera-se que essas possíveis mexidas no texto não provoquem o júbilo dos corruptos e outros criminosos.

Moro ainda tem tempo, mesmo considerando uma possível transferência para o STF no final de 2020, de manter o prestígio arduamente conquistado pelo seu trabalho em Curitiba, mas deve rever seu modus operandi e voltar a agir de forma técnica e não política, ou se arrependerá amargamente de ter largado a toga.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Bolsonaro pode comemorar (mas não muito) as manifestações ...

Analistas políticos, órgãos de imprensa e pessoas contra o presidente Jair Bolsonaro apostavam em protestos isolados e sem muita repercussão, ainda mais sem parte dos movimentos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e agora são vistos como traidores, como o MBL, ou omissos, como a Fiesp dos patos. 

Não foi bem assim. 

Houve bastante gente, um número não computado, mas provavelmente com várias dezenas de milhares de manifestantes, vestidos de verde e amarelo (muitos com a camisa da CBF, um contrassenso). gritando contra a corrupção, o "Centrão" (os partidos vistos como oportunistas e adeptos da "velha política", como o PP, o PSD, o PROS, o MDB, o DEM e o PSDB, entre outros), o presidente da Câmara Rodrigo Maia (Davi Alcolumbre, líder do Senado, também foi lembrado como alvo, mas de forma bem menos contundente porque poucos o conhecem) e alguns ministros do STF, como Dias Toffoli (o presidente visto como ex-advogado do PT) e Gilmar Mendes (considerado um soltador de corruptos). Queriam o Coaf de volta para a pasta da Justiça, nas mãos de Sérgio Moro e defenderam a reforma da Previdência. 

Queriam o presidente Bolsonaro sem tantas "amarras" para governar o Brasil, o que poderia ser interpretado como uma tentativa de "rebaixar" o Legislativo e o Judiciário, em favor do Executivo. Mas houve uma minoria, sem destaque na mídia, pregando o fechamento do Congresso e do STF. O próprio presidente desencorajou esses grupos, dizendo que "estão no movimento errado".


Sérgio Moro é retratado como "Super Moro" pelos manifestantes em Brasília (Fábio R. Pozzebom)

O "Privileco", sucessor do "Pixuleco", representa um político corrupto e foi exibido em Brasília (Divulgação/Facebook)

O velho "Pixuleco" apareceu no Rio ao lado do boneco inflável de Rodrigo Maia (Pauline Almeida/UOL)

Boneco do Bolsonaro é exibido na manifestação de ontem, na Paulista (Divulgação)

Milhares de pessoas lotaram a Paulista para dar apoio ao presidente (Divulgação/Twitter)

Quase ninguém falou em intervenção militar, porque isso lembrava o antigo partidário desta medida de força, o vice-presidente Hamilton Mourão, agora alvo de protesto de muitos manifestantes por se opor à falta de rumo do governo e à influência dos olavistas (sim, não pouca gente nas ruas era seguidora ou simpatizante do Olavo de Carvalho). Em compensação, havia gente defendendo a monarquia, querendo a volta da família real dos Braganças, tendo Bolsonaro como um hipotético primeiro-ministro. 

Na Paulista, com milhares tomando até sete quarteirões da avenida mais conhecida de São Paulo,  mais do que os quatro quarteirões tomados pelos protestos do dia 15, uma ausência notável: os patos amarelos da Fiesp. O principal palanque, no entanto, foi perto desse prédio.

Não houve baderna nas manifestações, a não ser um caso isolado, mas lamentável, de alguns manifestantes tirando uma faixa pró-educação no Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A multidão protestou com civilidade e de forma pacífica. No Rio, não se abalaram com uma mulher que perguntou sobre o escândalo envolvendo o filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro, e o ex-assessor Fabrício Queiroz. E não aplicaram agressividade nem quando estavam junto aos bonecos infláveis de Rodrigo Maia, representado com sacos de dinheiro, ao lado do Pixuleco, a representação do ex-presidente Lula vestido como presidiário.

Como até as estátuas da Praça dos Três Poderes podem constatar, o presidente se aproveitou das manifestações a favor dele, e não escondeu isso na sua entrevista para a Record. As relações entre ele e os dois Poderes questionados pelos ativistas de ontem estão bastante abaladas, graças à intransigência dos dois lados. Um quer impor a chamada "nova política", sem concessões e nem sutilezas, e os outros, vistos como a "velha política", não conseguem convencer o público sobre a lisura de seus procedimentos.


N. do A.: O "day after" foi extremamente duro, marcado não só pelas tentativas do Congresso e do Judiciário de se manterem serenas, apesar dos ataques que não podem ser desprezados nem minimizados, como também por tragédias terríveis, capazes de desviar as atenções da mídia: a morte trágica do cantor Gustavo Diniz, autor de Jenifer, o hit do verão 2018-2019, e os massacres no presídio de Manaus, motivados por brigas entre facções criminosas: até agora são 52 assassinados. Além disso, o autor do atentado contra Bolsonaro está mais próximo de ficar fora da cadeia, ao ser considerado "inimputável" (doente mental) pelo juiz Bruno Savino. 

... e, enquanto isso, na Europa ...

Na União Européia, elegeram os membros do Parlamento Europeu, e, para a sobrevivência da entidade, as notícias não são lá muito boas. 

Na França, os nacionalistas em torno de Jean Marie Le Pen e sua filha Marine conseguiram 23% das cadeiras, contra 21% dos partidários de Emmanuel Macron. Na Itália, o partido Lega, nacionalista e populista, ganhou um terço de todos os votos válidos. Os britânicos, mesmo em processo de Brexit, ainda votaram seus representantes, e 31% dos votantes apostaram nas propostas de Nigel Farage, defensor de uma ruptura completa e unilateral com a União Européia. 

Por outro lado, a Espanha, Portugal e Holanda contribuíram com boa parte dos deputados socialistas. Nesses países, cerca de um terço dos votos foi para os "vermelhos". Na Alemanha, o Partido Verde, visto como tão "esquerdista" quanto os socialistas pelos nacionalistas e boa parte dos "eurocéticos", teve a segunda maior votação (quase 21%), perdendo apenas para os democratas-cristãos, com 28%. 

Restaram menos cadeiras para os moderados, que deverão mostrar força diante dos seus colegas mais extremistas no espectro político. O risco de haver desentendimentos e impasses aumentou, e isso pode prejudicar os trabalhos e a consolidação da União Europeia. 


N. do A.: Enquanto a unidade europeia está mais ameaçada, a união entre duas poderosas montadoras do Velho Continente, a Fiat e a Renault, está próxima de acontecer. Caso se formar uma nova empresa gigante no mercado de automóveis, ela será a terceira maior do mundo, perdendo apenas para a Toyota e a Volkswagen. 

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Da série 'Energias renováveis no Brasil', parte 4


Os geradores eólicos, com suas hélices características, são responsáveis pela terceira maior fonte de energia renovável do Brasil

Nesta postagem, este blog irá expor a atual situação da energia eólica, cuja capacidade de geração ultrapassou os 15 GW, um verdadeiro salto em relação a dez anos atrás, quando os primeiros leilões foram feitos. Considerando a capacidade de Itaipu, com cerca de 14 GW, a contribuição dos ventos para a produção de eletricidade é bastante significativa. 

O Brasil possui vastas áreas favoráveis para a extração da energia eólica, com ventos constantes e relativamente fortes. O Nordeste reúne as condições mais propícias, e por isso a maior parte das usinas de vento instaladas estão lá, principalmente no Rio Grande do Norte, produzindo 4 GW. A Bahia extrai 3,6 GW em seu vasto território, enquanto o Ceará contribui com cerca de 2 GW. 

São números bastante expressivos, para um país que soube aproveitar o potencial do vento apenas recentemente. A Holanda é uma referência nesse setor, pois os moinhos fazem parte da paisagem desde o século XVI, servindo para drenagem das terras constantemente ameaçadas por inundações vindas do Mar do Norte. Por causa da baixíssima altitude do país, ele também é conhecido pelo nome de Países Baixos (Netherlands). Em toda a Europa e também na Ásia, os moinhos também eram usados para a fabricação de farinha, e inspiraram até a literatura no clássico Don Quijote de la Mancha, onde se pode encontrar a batalha inglória do louco Dom Quixote contra os "gigantes de muitos braços".

Os atuais geradores eólicos ainda lembram muito os seculares moinhos na aparência, mas são projetados para gerar muito mais energia, com hélices aprimoradas para a diminuição do arrasto aerodinâmico. Isso é importante não só para minimizar as perdas, mas também os ruídos. As turbinas são relativamente barulhentas, impossibilitando a construção dos geradores em locais próximos a residências.

Outros inconvenientes são a interação com animais voadores, principalmente aves, e as áreas exigidas para a construção dos parques eólicos. Mas tudo isso é compensado pela ausência quase total de resíduos, a fonte inesgotável de matéria-prima (ar) e a geração de empregos na construção e manutenção das usinas, que ainda chamam a atenção pela aparência: uns acham-nas graciosas, outros detestam.

Até 2026, prevê-se mais crescimento no setor, possibilitando a diminuição efetiva na dependência em relação aos geradores termoelétricos e ao regime de chuvas, do qual dependem as usinas termoelétricas. Fala-se em ampliar a capacidade para 25 GW. E a Petrobras planeja construir plataformas para usinas eólicas sobre o mar. 

Em breve, na última postagem da série, serão mostradas outras alternativas de energia, procurando desvendar o porquê de serem tão pouco exploradas no Brasil: são a energia geotérmica e a maremotiz (uso das marés).

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Os notebooks resistem

Apesar da concorrência dos smartphones, verdadeiros computadores de bolso com Android ou iOS capazes de fazer muito mais do que simplesmente telefonar e usar as redes sociais, os notebooks ainda são muito requisitados. 

Não possuem nem de longe a mesma mobilidade, ainda utilizam peças consideradas defasadas, como HDs eletromecânicos, pesados e com baixa velocidade, e sua aptidão para jogos é limitada, mas esses aparelhos "enormes" ainda mostram ter vantagens. 

Muitos não gostam dos teclados virtuais dos smartphones, limitados pelo tamanho relativamente reduzido desses aparelhos. Além disso, programas como editores de vídeos e ferramentas que usam CAD foram feitos para o Windows, pois dependem de detalhes visuais difíceis de enxergar numa tela de celular (até existem programas de AutoCAD para Android, mas bem poucas pessoas usariam seu fone para elaborar seus projetos de engenharia ou desenho industrial com eles).

Recentemente, a Intel e a AMD lançaram seus novos processadores exclusivamente para o mercado de computadores, para provar que a tecnologia continua avançando nesse mercado. A primeira lançou os novos sistemas de nona geração, sendo o mais poderoso o i9 9900K, destinado ao nicho dos computadores de mesa usados para jogos (único setor onde os velhos desktops ainda prosperam), enquanto a AMD lançou os Ryzen e Athlon com arquitetura de 12 nm. Os processadores Intel estacionaram nos 14 nm, e quanto menor esse número, correspondente à largura do canal dos transistores, mais avançada é a arquitetura, embora compense isso em outros aspectos, como número de núcleos, threads e técnicas para dissipar o calor gerado pelos chips em atividade.

Ainda não se pode dizer que é o fim da linha para os notebooks. Eles ainda serão muito requisitados, pelo menos até o lançamento dos chamados "computadores quânticos", em uma data ainda incerta.


N. do A.: Enquanto a tecnologia avança, os velhos hábitos humanos teimam em não evoluir. A homofobia e a selvageria no fuzilamento de um músico por militares foram discutidas hoje. No caso deste último, o STM mandou soltar os soldados que dispararam 257 tiros no carro do músico Evandro Rosa dos Santos, e eles responderão em liberdade pelos crimes, até o julgamento. Já o STF decidiu criminalizar a homofobia, mas a votação ainda não terminou: ainda faltam os votos de Carmen Lúcia, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e o presidente do Supremo, Dias Toffoli. Todos os demais foram a favor da criminalização, enquanto o Congresso, o Poder que deveria analisar a questão, não vota projetos para assegurar os direitos dos gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. 

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Da série 'Mondo Brasile', parte 12, ou 'Mondo Cane', parte 59

Mais uma da série "Mondo Cane", e desta vez no Brasil, justificando por que também faz parte da série "Mondo Brasile". 

Não, não é um escândalo qualquer, e nem tem a ver com as recentes chacinas, em Belém no domingo passado, e em Paracatu (Minas Gerais), ontem. 15 pessoas foram brutalmente assassinadas nos dois crimes. 

É algo bem menos comum. Muito menos. A extração de uma "pequena pedra" na bexiga de um paciente em Jacobina, na Bahia.

A "pedrinha" se desenvolveu por cerca de vinte anos e, ao ser retirada, media 18 cm (!) e pesava 1,3 kg (!!), quase como um ovo de avestruz dentro do lavrador Manoel Ferreira da Silva.

Não existem registros confiáveis de cálculos vesicais (termo científico para a monstruosidade) de maior porte, embora haja casos semelhantes, onde o material tinha entre 500 e 800 g. Problemas assim ocorrem em pessoas com desidratação e problemas na próstata. 

Felizmente, tudo correu bem na cirurgia. 

É o maior cálculo vesical já retirado de um paciente no mundo em vários anos (Foto: Renan Oliveira Barreto)

O lavrador garantiu que não sentia tanto incômodo ao carregar uma aberração dessas. Mas quase ninguém gostaria de estar passando por semelhante apuro. 

Natura chama (a Avon)

Em postagem anterior (leia AQUI), a Natura foi citada entre as empresas brasileiras tradicionais e agora está para se tornar uma das maiores fabricantes de cosméticos do mundo. 

A transação com a Avon, também citada naquele artigo, foi concretizada. A brasileira precisou desembolsar US$ 530 milhões na transação chamada de all-share merger (troca de ações), para se tornar uma multinacional presente em mais de 100 países. A Avon era conhecida pelas vendas de porta em porta, muito frequentes em décadas anteriores. O lema da empresa americana, ainda muito conhecido, é Avon chama


terça-feira, 21 de maio de 2019

Empresas brasileiras tradicionais

Este blog já escreveu sobre empresas brasileiras do passado, como a Mesbla, o Mappin, a Telesp, a Varig e a Vasp, e outras agora nas mãos de multinacionais estrangeiras, como a Lacta e a Cofap (algumas fontes incluem a Embraer, mas ela tecnicamente não pertence à Boeing).

Existem outras que sobreviveram e resistiram, e ainda representam o setor industrial brasileiro. Citemos dez casos de empresas com largo histórico de atividades: 


1. SADIA E PERDIGÃO

As duas formam a multinacional BRF, cuja matriz fica aqui em São Paulo, e possuem décadas de tradição em fornecimento de carnes industrializadas, principalmente de aves e porcos. A Perdigão é a dona da marca Chester, enquanto a Sadia tem o presunto cujo comercial é muito lembrado pelos "oitentólatras" e foi recentemente relançado, como um "reboot". 


2. TIGRE

Há décadas é referência em tubos e conexões (desde 1941), por sua resistência e qualidade. Faz parte do Grupo Tigre, que reúne também uma conhecida fábrica de pincéis e a Claris, especializada em esquadrias de alumínio. 


3. HERING

A marca dos dois arenques cruzados é uma das mais antigas fábricas têxteis em atividade, desde 1880.


4. VULCABRAS, AZALEIA E GRENDENE

Estas fábricas de calçados estão reunidas no Grupo Grendene. São todas marcas tradicionais, sendo a Vulcabras, representante do setor de calçados masculinos, a mais antiga. Antes de ser adquirida pela Grendene, a Azaleia, marca de calçados femininos, já havida se incorporado à Vulcabras.


5. KLABIN

É uma das mais fortes fabricantes de papel e celulose do Brasil. O começo das suas atividades data de 1890. Está firme no mercado e recentemente adquiriu uma nova fábrica no Paraná. É dona de mais de 200 mil hectares em florestas para fornecimento de matéria-prima.


6. GERDAU

As atividades como siderúrgica são relativamente recentes, embora a história da Gerdau tenha começado com uma fábrica de secos e molhados, ainda no século XIX, por iniciativa de Johann H. K. Gerdau (1849-1917), imigrante nascido em Altona, atualmente parte de Hamburgo, na Alemanha.


7. TRAMONTINA

Outra fábrica do setor siderúrgico, está presente desde 1911 no cotidiano dos brasileiros, fazendo principalmente objetos de cutelaria, utensílios de cozinha e ferramentas, mas também material elétrico, móveis e eletrodomésticos.


8. WEG

É uma das gigantes no ramo de motores elétricos, desde 1961. Atualmente também produz turbinas destinadas aos moinhos de vento para produção de energia eólica.


9. NATURA

Referência em cosméticos, a Natura foi fundada em 1969, já tendo cinquenta anos de atividade. Está prestes a adquirir o controle da americana Avon, dando mostras de sua pujança econômica.


10. BRITÂNIA

Fundada no Paraná, em 1956, era presença certa em comerciais na década de 1980, com o slogan "Produtos feitos para durar". Atualmente, controla a marca Philco, de uma antiga empresa americana, produzindo e importando eletrodomésticos e eletrônicos.



Infelizmente não se pode incluir nomes como a Caloi, atualmente controlada, desde 2017, pela canadense Dorel, e a Brastemp, do grupo Whirlpool, americano. 

Um caso digno de nota é a CCE, a empresa que ficou nas mãos da Lenovo apenas por três anos, mas voltou a ser controlada pelos antigos donos, a família Sverner. Atualmente esta empresa, sempre vítima de apelidos maldosos pela suposta má qualidade de seus produtos, está em má situação, assim como a rival Gradiente (ela ainda existe, mas está em recuperação judicial). As duas foram temas de postagens só delas. Casos semelhantes de "repatriação" ocorreram com a fábrica de produtos de refrigeração Metalfrio, adquirida pela Bosch mas depois comprada pelo grupo brasileiro Artésia Gestão, e a Coqueiro, empresa do ramo de pescado, antigamente sob controle da Quaker (braço da gigante Pepsico) e agora do grupo Camil. São marcas com décadas de tradição. Ao contrário da CCE, a Metalfrio e a Coqueiro vão bem. 

Não se pode esquecer também de derrocadas recentes, como aconteceu com a Editora Abril, atualmente em dolorosa decadência e prestes a ser vendida, após contrair dívidas bilionárias. Ela chegou a ser a maior editora de revistas do Brasil, sendo a dona da Veja, da Quatro Rodas, da Placar, da Exame e outras, mas praticamente perdeu todo o setor de quadrinhos, que lançou o nome da empresa, com o gibi do Pato Donald, em 1950. Atualmente os quadrinhos da Disney são editados pela Culturama, enquanto os demais são propriedade da Panini, multinacional italiana.

Por fim, temos marcas mundiais parcialmente sob controle de brasileiros, como Antarctica e a Brahma, tradicionalíssimas no setor de bebidas, propriedades da belgo-brasileira AB InBev. Parte das ações pertence ao grupo 3G Capital, de João Paulo Lemann e Carlos Alberto Sicupira. 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Não é bem o que aparentava

Depois da repercussão para lá de negativa da postagem aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, citado no artigo anterior deste blog, o assunto está arrefecendo. 

Hoje não estão tratando isso como se fosse uma intenção de fazer "golpe branco", mesmo porque não é tão fácil mesmo para alguém como o presidente, que, aliás, está nas principais notícias do país. 

Como isso não pareceu indício suficiente para se temer uma atitude salvacionista de Bolsonaro, resolveram dar destaque a outra postagem, também curtida por Bolsonaro, onde um pastor evangélico francês nascido no Congo disse que ele era um "enviado de Deus". A postagem chegou a causar estranheza em muita gente, até mesmo na deputada estadual Janaína Paschoal, conhecida por sua postura crítica mesmo sendo do PSL, o partido do presidente. 

Mesmo assim, não há outros sinais, por ora, de radicalização. Ao contrário: nesta semana Bolsonaro está se mexendo para apaziguar os ânimos na classe política e na opinião pública. 

O presidente discursou na Firjan, a entidade empresarial do Rio de Janeiro (Alan Santos/PR)

Ele voltou a se manifestar pela tal "nova política", em discurso na sede da Firjan, no Rio de Janeiro, com o governador Wilson Witzel e o prefeito Marcelo Crivella. Criticou as corporações (quais?) e exortou o público presente, formado por empresários, a "lutar contra o atraso". Ainda fez piada do caso dos "laranjais" envolvendo seu partido (e também seu filho senador, Flávio, e o ex-assessor dele, Fabrício Queiroz), dizendo que "a laranja é um produto bastante rendoso (sic)". E mais uma vez falou mal da classe política, em uma frase que parece de sua campanha: 


"É um País maravilhoso, que tem tudo para dar certo, mas o grande problema é a nossa classe política"


Ao mesmo tempo, ele tentou compensar isso com acenos para manter a colaboração com o Legislativo. Isso foi reforçado na reunião que ele teve com parlamentares de sua frágil base de apoio (incluindo, obviamente, os pesselistas) no Palácio do Planalto. 

Na sexta-feira, ele irá viajar para o Nordeste pela primeira vez desde a posse, para se encontrar com os governadores e inaugurar obras como um conjunto habitacional do Minha Casa Minha Vida (programa criado no governo de Lula, considerado o grande inimigo do bolsonarismo, e ameaçado de contingenciamento por falta de verbas no Orçamento) em Petrolina (PE). Bolsonaro irá lançar o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE), para investir em infraestrutura e tentar reverter a altíssima rejeição ao governo dele.


N. do A.: O mercado ainda está bastante cético em relação ao governo, com o dólar hipervalorizado e ameaçando explodir. Nem a intervenção do Banco Central foi o bastante para estancar a alta. E, enquanto a caravana passa de forma claudicante, os cães continuam a ladrar, criticando a excessiva ênfase do governo em armar a população e tentando ligá-lo às milícias. Muitos desses cães continuam a uivar para o Lula. 

sexta-feira, 17 de maio de 2019

O Brasil daqui a 10 anos

Este blog vai fazer mais uma enquete (outra?), e mais uma vez não resistiu à tentação de fazer futurologia. 

Primeiro, boatos de uma tal "Sociedade Secreta Silvestre", grupo "ecoterrorista" disposto a matar Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Parece um enredo de alguém que não tomou seus remédios tarja preta, mas é bom haver uma investigação pela Justiça.

Depois da tal postagem "desconhecida", mas na verdade feita por um filiado do partido Novo, Paulo Portinho, a respeito de um país ingovernável. O presidente curtiu esse texto, enorme (leia AQUI). 

A seguir, o dólar foi para R$ 4,10, e já se fala em valores acima de R$ 4,50. E esqueçam aquela história de Bovespa ir de novo para 100.000 pontos. Não ir para perto de 80.000 pontos já é motivo para agradecer de joelhos. 

Assim, daqui a 10 anos o que o Brasil será?

a) Um monte de republiquetas pobres; 

b) Uma ditadura militar daquelas de fazer o Pinochet parecer um coroinha de igreja;

c) Uma cleptocracia onde o cidadão vira um servo de quem está no poder;

d) Uma monarquia absolutista com autos-de-fé e sentenças de "morte natural para sempre";

e) Uma monarquia parecida com Westeros, tendo um trono de ferro em Brasília;

f) Uma colônia dos Estados Unidos movida a prostituição de todo tipo, incluindo crianças e animais;

g) Não vai ser nada disso (isso inclui tanto ser uma democracia decente quanto não ser porcaria nenhuma mesmo).

Isso se não resolverem criar uma guerrinha nuclear para o mundo todo sentir de verdade o que é ser desintegrado, sem precisar de um alienígena para estalar os dedos.


N. do A.,: É mais fácil acontecer algo parecido com uma das alternativas acima neste ano do que mandarem para a cadeia o filho do Bolsonaro e seu ex-assessor, o Fabrício Queiroz. Mas vamos acompanhar a Justiça, que está cumprindo seu papel e investigando o caso. 

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Um estudioso da estupidez humana

Carlo Cipolla (1922-2000) foi um historiador e medievalista italiano, autor de Allegro ma non troppo, um ensaio satírico sobre o comportamento. Nesta obra, ele fez uma interessante análise sobre a estupidez, formulando, como se fossem teoremas matemáticos, cinco leis: 

1. Sempre e inevitavelmente cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo. 

A convivência entre as pessoas impede uma análise mais aprofundada, pois elas tendem a se aproximar de indivíduos com mais ou menos o mesmo nível intelectual. Além disso, mesmo as pessoas racionais e ponderadas podem cometer atos insensatos, alguns devastadores, por ignorarem certos detalhes ou por arrogância. 


2. A probabilidade de uma pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica que lhe seja própria. 

Segundo o autor, existem idiotas em todas as classes sociais, etnias, graus de escolaridade, sexualidade, credo religioso, etc. Isso, de um certo modo, recai sobre a primeira lei acima: nem sempre estamos conscientes da própria capacidade de fazer tolices. Mas a definição de estupidez ainda não está clara, e é melhor explicada na próxima lei. 


3. Uma pessoa é estúpida se prejudica os outros sem qualquer benefício ou, ainda pior, prejudicando a si mesma no processo. 

Cipolla define, num gráfico, quatro quadrantes nos quais se encaixam os seres humanos. Em sentido anti-horário: 

- Primeiro quadrante: os inteligentes, que beneficiam a si próprios, e também aos outros; 
- Segundo quadrante: os incautos, que sofrem prejuízo enquanto os outros se aproveitam deles; 
- Terceiro quadrante: os estúpidos, capazes de prejudicar a todos, inclusive a eles mesmos; 
- Quarto quadrante: os egoístas (ou criminosos), que se beneficiam à custa dos demais. 

Assim, quem, por exemplo, vandaliza o patrimônio público, é um imbecil, assim como os haters das redes sociais, os divulgadores de notícias falsas, certos indivíduos que pensam saber de um ofício e acabam fazendo-o de forma errada, os autores de atos terroristas, etc. 



4. As pessoas não-estúpidas subestimam sempre o poder destrutivo da gente estúpida: esquecem-se constantemente que, a qualquer momento, em qualquer lugar e em qualquer circunstância, associar-se a indivíduos estúpidos constitui, invariavelmente, a um erro grave. 

Existe a tentação de se aproveitar de um indivíduo idiota, mas este pode ser tão inconsciente de suas ações que pode arruinar o empreendimento, por meio de atos tolos não planejados ou esperados, e prejudicar a todos, inclusive a quem quis, segundo o ditado popular, "colher lã e sair tosquiado". E o estrago pode ser enorme, principalmente na política, quando os eleitores votam em gente despreparada para cargos de poder, ou quando um governante nomeia alguém sem a devida competência para ser seu auxiliar. 


5. O estúpido é a pessoa mais perigosa que existe. 

Esta afirmação pode parecer ousada demais, pois existe a categoria dos egoístas (ou criminosos), que obtêm seus benefícios prejudicando os outros. Para eles, porém, existem leis para impedi-los, enquanto não é possível enquadrar judicialmente os estúpidos, que também prejudicam os demais e são mais difíceis de serem identificados. Segundo Cipolla: 

"Como se fizesse a coisa mais natural do mundo, o estúpido aparecerá quando menos se espera para pôr em causa os seus planos, destruir a sua paz, complicar-lhe a vida e o trabalho, fazer-lhe perder dinheiro, tempo, bom humor, apetite, produtividade. Tudo isto sem malícia, sem remorsos e sem razão",


Luís Pascoal, um estudioso português (contrariando as piadas sobre a gente da terrinha), fez um interessante artigo sobre o livro Allegro ma non troppo (leia AQUI), mas é sempre melhor ler a obra em sua íntegra, disponível nas livrarias e bibliotecas. Assim, mesmo sendo este uma obra de humor, não deixa de fornecer critérios para comparar certa pessoa a animais considerados pouco espertos, como burros, jumentos ou antas. 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Primeira grande manifestação no governo Bolsonaro

Não levou muito tempo - nem cinco meses - para o presidente Jair Bolsonaro enfrentar protestos contra ele nas ruas. 

Milhares de pessoas voltaram para protestar contra os cortes da Educação... e também outras pautas, como costuma acontecer nestes últimos anos. As lideranças, formadas por sindicatos de professores e funcionários, ligados à CUT e aos partidos de oposição ao governo (principalmente o PCdoB e o PT, principais partidos representados pela Apeoesp), favoreceram isso. Muitos foram às ruas para protestarem contra a reforma da Previdência, mais do que a favor das escolas. Alguns chegaram até a levantar bandeiras radicais, típicas dos anos 1980 e 1990, como o calote na dívida pública. 

Mas a maioria dirigiu a sua ira, mesmo, para o descaso com o ensino e a pesquisa. 

Houve poucos confrontos, e o único caso mais grave de violência foi o vandalismo no centro do Rio, com o incêndio de um ônibus. Em São Paulo, apesar da multidão na Av. Paulista, não houve incidentes. 

Manifestantes levantam uma faixa contra a piora na Educação (Amanda Perobelli/Reuters)

O governo Bolsonaro está tendo dificuldades enormes para administrar o Orçamento, tolhido pela queda na arrecadação decorrente da crise econômica provocada por anos de descalabro administrativo. Precisava das reformas previdenciária, tributária e trabalhista, além de medidas para estimular a economia, e até agora não há sequer um cronograma para nada isso. Por isso, resolveu cortar gastos e investimentos não só na Educação, mas nas Forças Armadas (onde o contingenciamento foi ainda mais severo, apesar do apreço do presidente pelos militares), na Saúde, na Infraestrutura e no Meio Ambiente. O que já era ruim nos governos Dilma e Temer ficou pior com o ex-capitão.

Enquanto isso, ele está em Dallas, acusando os manifestantes de serem "imbecis" e "massa de manobra". Vai receber por lá o título de "Personalidade do Ano", pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, após se recusar a recebê-lo em Nova York, governada por Bill de Blasio, do Partido Democrata, que fez questão de destratar o presidente pela desistência, uma atitude lamentável, imprópria de um governante da cidade mais importante do mundo - e que alimentou uma reação à altura de alguém bem pouco receptivo a críticas vindas de gente dita "de esquerda". 

terça-feira, 14 de maio de 2019

Mais coisas estranhas

Este blog acabou se esquecendo de falar do único ganhador da Mega Sena e a história mal contada em torno dele. A Caixa Econômica Federal, que por bons motivos não divulga nomes, resolveu não revelar nem a cidade onde ele mora. Quase ninguém acredita nos R$ 3,50 pagos para o sujeito fazer uma aposta pela Internet. E só agora descobriram o Estado onde ele mora: Pernambuco. 

E, entre tantas atividades em Brasília, a coisa mais bizarra é o pronunciamento do deputado Eduardo Bolsonaro, o mais radical dos filhos do presidente, defender a fabricação de armas nucleares. Não, o espírito do Dr. Enéas, outro a defender essa ideia estapafúrdia, enquanto era vivo, não baixou nele... E a mídia, vez ou outra, ainda dá atenção ao pastor Marco Feliciano e os seus elogios a Olavo de Carvalho. De resto, nada de esquisito, nem a convocação, pela Câmara, do ministro da Educação Abraham Weintraub para justificar os cortes na Educação. 

Também não é estranho ver o STJ soltar o Temer e o coronel Lima, trocando a prisão por medidas como o bloqueio de bens e a apreensão dos passaportes para impedí-los de fugirem do país. Como foi escrito no post anterior, esquisito é não se falar nada da Dilma Rousseff... sim, falaram bastante de Lula, principalmente por aqueles que querem vê-lo solto novamente. Quem ainda imagina ver o país livre desses três e de mais outros alvos da Lava Jato?

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Da série 'Mondo Brasile', parte 11 - Breves de um país estranho

O que seria mais estranho agora nestes tempos bizarros? Não que este blog esteja se convertendo num arauto do apocalipse, condenando a depravação do mundo. Bem longe disso. As esquisitices desta postagem, com exceção da última da lista, podem ser encontradas em qualquer país civilizado e não ferem as leis, apesar de muitos as considerarem absurdas ou aberrantes. E, comparadas com o uso de chocolates para explicar os cortes nas verbas da educação, elas não são tão extravagantes assim.

1. O prefeito de São Paulo resolveu mostrar sua preocupação com os usuários de patinete e resolveu obrigar o uso de capacetes. 

2. Está na moda converter rostos adultos em infantis com o famigerado "filtro de bebê" do Snapchat. Muita gente aderiu e está postando fotos com caras de criancinhas, inclusive envolvendo celebridades. 

3. Bolsonaro criou o primeiro pré-ministro do STF, ao dizer que Sérgio Moro vai ocupar uma das cadeiras do Supremo. O primeiro a sair de lá só o fará, por lei, no final de 2020: o decano Celso de Mello. 

4. A Globo aceitou premiar com o troféu "Craque do Jogo" ao goleiro Sidão, responsável pela derrota do Vasco por 3 a 0 contra o Santos. Debochou do goleiro, e também foi alvo de sátira e das mais pesadas críticas, além dos apelidos de sempre: "Rede Bobo", "Globosta", "Rede Esgoto", "Rede Goebbels", etc.

5. Homem dentro de um carro de luxo disparou vários tiros contra um morador de rua em Santo André. A vítima teve morte instantânea. Ainda não identificaram o autor desse ato mais do que bizarro: é CRIMINOSO!


N. do A.: Muita gente acha esquisito o Temer ser preso pela segunda vez, e a Dilma não ter a experiência de ver o sol "nascer quadrado". E, pelo jeito, Temer ainda vai visitar a cadeia mais uma vez, pelo menos, porque o ex-presidente da Gol, Henrique Constantino, fez uma delação premiada denunciando o ex-presidente, e mais figurões do MDB, por supostamente terem feito cobranças de propina para liberar empréstimos da Caixa Econômica Federal à empresa aérea. Enquanto isso, nenhum depoimento ou nova denúncia para incrementar a ex-presidentA. Desse jeito o Flávio Bolsonaro, denunciado junto com o ex-assessor dele, o Fabrício Queiroz, vai conhecer sua sentença judicial antes da autora dos discursos mais estranhos feitos na Nova República.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Da série 'Noventolatria', parte 20 - Os 25 anos do "Castelo Rá-Tim-Bum"

Ontem, fez 25 anos que o programa Castelo Rá-Tim-Bum estreou, no dia 9 de maio de 1994, divertindo as crianças daquele tempo amalucado com os personagens Nino, Dr. Victor, Morgana, Dr. Abobrinha (Pompeu Pompílio Pomposo), Biba, Pedro, Zequinha, a cobrinha Celeste, o monstrengo Mau, a Caipora, o extraterrestre Etevaldo, os irmãos Tíbio e Perônio, o rato que gostava de tomar banho, etc. 

Foram os tempos áureos da TV Cultura, com programas de qualidade, principalmente na área infantil, onde sempre se destacou. 

O programa foi um desdobramento do sucesso "Rá-Tim-Bum", de 1990, também muito lembrado principalmente pelos quadros "Senta que lá vem a história" e "Prof. Tibúrcio". Por sua vez, o Castelo deu origem a um filme, de relativo sucesso, em 1998, mas com cenários bem diferentes do seriado. Ainda haveria a "Ilha Rá-Tim-Bum", não muito bem sucedida.

Cao Hamburger, premiado e prestigiado diretor, idealizou o programa, e também dirigiu o filme, para se dedicar, mais tarde, a trabalhos premiados como O Dia em Que Meus Pais Saíram de Férias

Quem foi criança naquele tempo deve lamentar a qualidade dos programas infantis atuais na tevê aberta, isto é, os remanescentes, pois agora só o SBT e a própria Cultura investem nesse setor. Para os donos das redes, a criançada quer saber de Internet e jogos nos smartphones e nos videogames, e nem se esforça para reverter esse quadro. Enquanto isso, os "noventólatras" recorrem ao Youtube, onde existe um canal com o nome do saudoso programa, para relembrarem as trapalhadas do Nino, o menino bruxo com "apenas" 300 anos de idade, os ataques de ira do Dr. Victor ("RAIOS E TROVÕES!!!"), o relógio falante anunciando as feitiçarias da Morgana ou o Dr. Abobrinha dizendo que o castelo um dia seria dele. Mwa-ha! Mwa-ha! Mwa-ha-ha-ha-ha!!



N. do A.: Este blog escreveu sobre a "amalucada" década de 1990. Pois esta década é muito mais doida, e uma prova da loucura do nosso tempo é explicar os cortes nas universidades com bombons. O ministro da Educação Abraham Weintraub, dessa forma, esclareceu o confisco dos 30% das verbas que sobram para as universidades federais após o pagamento das despesas obrigatórias (destinadas principalmente aos salários dos professores e funcionários). Por isso a confusão, a ponto de acusarem o ministro de não saber fazer contas e confundir 30% com 3,5%. Se sobram algo em torno de 12% (esse número não é exato) do orçamento para as universidades investirem em pesquisa, manutenção e outras despesas consideradas "não obrigatórias", a tunga do governo fica mesmo em 3,5%, ou 3 bombons e meio, num total de 100, na didática estranha do ministro. A coisa ficou mais divertida (em termos...) quando o presidente Jair Bolsonaro, presente na conferência, comeu a metade do bombom usado nessa contabilidade chocólatra.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Após a perda do Coaf

Sérgio Moro não engoliu mais um sapo porque o Congresso tirou-lhe o Coaf de suas mãos. 


E Bolsonaro que não tente engolir ESTE sapo pela... fosseta lacrimal (sic)!

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Da série 'Energias renováveis no Brasil', parte 3

Uma das fontes de energia renovável mais promissoras no Brasil é a movida pela luz solar. O país possui condições ideais, devido à sua enorme área, localizada na zona tropical da Terra, onde há uma maior incidência de raios solares. 

Aqueles paineis solares cinzentos e brilhantes cada vez mais notados na paisagem têm a função de converter a luz (e não o calor do Sol, como costuma se pensar) em eletricidade. Fazem isso sem provocar poluição, desconsiderando aquela gerada no processo de fabricação das mesmas.

Para a conversão energética, esses dispositivos se valem de um princípio da Física chamado de efeito fotoelétrico, cuja explicação básica pode ser lida AQUI. A luz é constituída de fótons com certa energia, utilizada para a liberação de elétrons constituintes da corrente elétrica. Por transformar luz em eletricidade, os paineis solares são chamados também de paineis fotovoltaicos.

Na construção dos paineis solares, constituídos de unidades chamadas de células, deve-se levar em consideração a corrente e a tensão máxima. Para aumentar a corrente, as células solares são dispostas uma ao lado da outra (ligação em paralelo). Para aumento da tensão, há uma série determinada de células, que só conseguem entregar uma voltagem reduzida cada uma: neste caso, são dispostas em filas (ligação em série).

A corrente que sai dos paineis solares é contínua (CC) e geralmente não é aproveitada diretamente, precisando ser transformada em corrente alternada (CA), utilizando aparelhos chamados de inversores, que entregam a energia elétrica necessária para as residências ou empresas. O conjunto de paineis, inversores, cabos e equipamentos de controle é chamado de sistema fotovoltaico.

Na maior parte das vezes, os estabelecimentos ainda são ligados à rede elétrica externa, que fornece a energia durante à noite. Tecnicamente, o sistema fotovoltaico envolvido é chamado de on-grid ou grid-tie. Porém, a energia não aproveitada acaba sendo captada pela rede, gerando um excedente que significa um desconto na conta de luz. A economia pode ser significativa, mas devido ao preço dos inversores, de longe os componentes mais caros de um sistema fotovoltaico, o retorno do investimento demora cerca de 5 anos, dependendo do tipo de instalação.

A instalação mais comum para o aproveitamento da energia solar, chamada de sistema grid-tie (do blog "Minha Casa Solar")
 
Em alguns locais isolados, vale a pena instalar um sistema independente da rede, chamado de off-grid, mas aí será necessário incluir baterias para armazenar a energia elétrica captada pelos paineis solares, e controladores de carga para garantir a vida útil dessas baterias.

O sistema isolado ou "off-grid" (site Consultrevi Solar)
 
O Brasil ainda está começando a explorar de forma mais intensiva a energia solar. Menos de 1% da matriz energética é constituída de sistemas fotovoltaicos, mas em compensação é uma das modalidades que mais cresce. Em 2019, poderá haver um aumento de 44%, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), se não houver alterações nas cronogramas.

Já existem grandes locais para a geração de energia solar, chamadas de "fazendas". Existem algumas delas no Brasil, sendo a maior delas localizada em Nova Olinda, com capacidade para produzir 292 MW, ocupando uma área de 690 hectares.

A usina de Nova Olinda, considerada a maior "fazenda solar" da América Latina, com 930 mil paineis solares (Enel Green Power)


A necessidade de produzir grandes quantidades de energia por este método também obriga a utilizar vastas áreas para este fim, dificultando o aproveitamento para outras atividades, como agricultura ou pecuária. Isso porque, apesar da ausência de resíduos poluentes no processo, o rendimento é relativamente baixo. Os modelos mais comuns, constituídos de silício (elemento abundante e com baixíssimo custo de fabricação), só conseguem aproveitar de 15 a 20% da energia incidente. Novos materiais estão em pesquisa para aumentar este rendimento, possibilitando acelerar a expansão em grande escala da energia fornecida pelo nosso Sol.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Depois das partidas de domingo e de hoje

Após a partida de domingo entre Fluminense x Grêmio no Brasileirão e da disputa entre Liverpool e Barcelona pela vaga na final da Champions League, só consigo escrever quatro letras para definir isso: 

O
FUTEBOL
AINDA
EXISTE!

Jogadores do Fluminense comemoram a vitória sobre o Grêmio na casa do adversário, após estarem perdendo por 3 a 0 (Lucas Merçon)
Messi, ao lado de Jordi Alba: o Barcelona fez grande partida no jogo da ida, mas o Liverpool devolveu na mesma moeda - e fez 4 gols, contra 3 dos catalães (Getty Images)

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Reação aos cortes

O ministro da Educação Abraham Weintraub, primeiramente, queria cortar verbas de faculdades de filosofia e sociologia, dizendo ser favorável aos cursos que trazem "retorno" (sic). Depois, anunciou que irá cortar parte do financiamento de universidades que permitem a "balbúrdia" dentro de seus domínios, dizendo ser a favor de um ambiente acadêmico menos politizado. A seguir, estendeu o corte de 30% a todo o ensino superior federal, dizendo estar preocupado com o ensino fundamental e as creches... para, no final, contingenciar toda a verba destinada a todos os setores da educação brasileira. E desta vez nem se deu ao trabalho de defender algo. Não falou em forçar as universidades federais a ficarem mais abertas ao investimento privado, como ocorre lá fora, por exemplo, ou passarem a cobrar mensalidades. 

Objeções não faltaram. Reitores e professores de universidades federais, estaduais e particulares cobraram critérios técnicos para justificar os cortes e lembraram que mesmo as atividades essenciais podem ficar comprometidas. Advogados, juristas e políticos apontam violações à Constituição, referentes ao princípio de impessoalidade da administração pública (artigo 37), finalidade da educação (artigo 205) e autonomia universitária (artigo 207). 

Para piorar, até o momento há 1.098 assinaturas vindas de acadêmicos que trabalham em Harvard, MIT, Oxford, Cambridge, Berkeley, Sorbonne e outras universidades importantes em todo o mundo, protestando contra o corte principalmente nas verbas das faculdades de humanas. 

Pode-se argumentar que, no caso de Suas Excelências, os políticos, a crítica possui viés por ser feita por deputados oposicionistas, antes defensores de Dilma Rousseff, que havia começado o sucateamento das universidades e agravado os "desvios ideológicos" presentes por décadas, desde a resistência à ditadura militar. No caso de Suas Magnificências, os reitores, exista pressão (legítima, aliás) pelas verbas sem o compromisso de acabar com o "marxismo cultural" que estaria a deformar as mentes dos estudantes e professores. E, por fim, os acadêmicos internacionais citados divulgam documento da Gender International, que defendem estudos sobre a chamada "ideologia de gênero" e a diversidade sexual. 

No entanto, o rumo tomado pelo Ministério da Educação é totalmente oposto ao dos países que experimentaram forte crescimento econômico, como os Tigres Asiáticos. Nesses locais, houve um maciço investimento nas escolas e estímulo ao conhecimento e ao aprendizado, para a formação de trabalhadores qualificados e produtivos, e cidadãos mais conscientes. Obviamente, não há recursos o bastante, mas o que o corte nas verbas já insuficientes iria resolver? Para forçar o expurgo dos promotores de "balbúrdia", impedindo-os de parasitarem os recursos? Não é tão certo que isso aconteça, ainda mais desafiando os limites da lei e a inteligência dos reitores, professores, funcionários e estudantes.

Os esforços do senhor ministro podem ser infrutíferos para combater os males que afligem o sistema educacional, quando não contraproducentes. Não se pode correr o risco de continuar a criar milhões de pessoas impossibilitadas de exercer as tarefas exigidas pelo mercado de trabalho, por educação deficiente ou ausente. Perdemos e perderemos muito com a formação de jovens sem senso crítico e capacidade de pensar de forma autônoma, sendo presas fáceis de manipulação e incapazes de agirem feito cidadãos. O futuro do Brasil depende daqueles que determinam seu rumo, sem fórmulas de eficácia duvidosa. 

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Orgulho e vergonha de abril

Como já é praxe, o blog divulga quem se destacou positivamente (e negativamente) no mês passado. 

Quem foi digno de receber o selo de "Orgulho Nacional" do mês? Foram as equipes brasileiras que disputaram o Campeonato Mundial de Robótica, em Houston, Estados Unidos, entre os dias 17 e 20 de abril. A equipe Red Rabbit, do Sesi de Americana, venceu na categoria de melhor design para robôs, faixa de 9 a 16 anos. Robôs feitos por alunos do Sesi/Senai de São Paulo foram premiados com o prêmio máximo da categoria First Robots Competition, para jovens de 14 a 18 anos. E a equipe Geartech Canaã, do Sesi de Goiânia, foi finalista na categoria FirstTech Challenge. É uma mostra de talento e dedicação. 

Estes estudantes de robótica representaram bem o Brasil no Campeonato de Robótica em Houston

Por outro lado, quem foi "digno" de receber o outro selo? Infelizmente não dá para premiar o Supremo Tribunal Federal, cujos membros são hors concours (por serem altas autoridades deste país). Os ilustres juízes ministros abriram licitação para serem servidos com lagostas e vinhos finos com o NOSSO DINHEIRO. Assim, o merecedor desta insígnia vai ficar com o Neymar, e desta vez ele caiu... no conceito de vez! Agredir um torcedor do Rennes com um soco foi a gota d'água, pois pouca gente aguenta o seu comportamento deplorável, indigno de um ídolo do futebol! E poderia ter sido ainda pior o seu retorno aos gramados pelo PSG, após mais de dois meses se recuperando de uma fratura no pé (e se refestelando no Carnaval, mesmo assim): ele, ao menos, fez um gol na final da Copa da França (dia 27 de abril). Sua equipe, porém, não escapou do vexame, pois empatou em 2 a 2 e perdeu o título nos pênaltis, coroando uma temporada medíocre para o time parisiense.

Não adianta fazer careta para o selo, Neymar! Agora você já extrapolou a cota de sandices na sua carreira!

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Venderam a refinaria de Pasadena

Adeus, refinaria que só deu prejuízo para o Brasil!

Ontem, por US$ 467 milhões, a Petrobras vendeu para a Chevron a refinaria de Pasadena, adquirida por US$ 1,18 bilhão em 2006 por decisão da então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff.

Analistas da época disseram que a refinaria não valia nem US$ 200 milhões.

Dessa forma, a Petrobras se livrou de um elefante branco herdado do governo Lula. O prejuízo poderia ter sido muito pior, se a Chevron não tivesse aceitado fazer a compra.