Infelizmente, mais uma potência militar exibiu o velho argumento da força bélica contra um país mais fraco.
Não adiantaram as pressões internacionais exercidas pelos Estados Unidos e pela Europa Ocidental. Vladimir Putin, novamente, não estava blefando quando fez suas ameaças contra a Ucrânia, e explicitamente considerou o vizinho como um vassalo rebelde de Moscou.
Aviões e tropas invadiram o território ucraniano com alvos específicos, visando sobretudo as forças militares. Embora longe de ser indefeso, o país não pode competir com o poder russo.
As potências ocidentais, temendo causar um conflito global, não estão intervindo. Isso pode evitar tornar o continente europeu mais um palco para banhos de sangue, mas encorajará países mais fortes a atacarem os outros. A China poderá querer fazer o mesmo com Taiwan. O Irã, também alinhado de certa forma com o Kremlin, ficará tentado a atacar Israel, ou vice-versa.
Todo o mundo sentirá os efeitos da ira de Putin, até mesmo o Brasil, graças ao aumento no preço do barril de petróleo e na disparada do dólar. Ou seja, combustíveis e matéria-prima a base de petróleo (como plásticos, asfalto e parafina) encarecerão ainda mais, assim como todos os produtos importados ou vinculados ao valor de alguma moeda estrangeira (soja, milho, minério de ferro, carne), deixando o povo vulnerável à inflação e à escassez de insumos.
A invasão afeta até mesmo o mercado de dispositivos eletrônicos, já fortemente prejudicado pela quebra na produção de semicondutores e circuitos integrados, graças à pandemia. Boa parte do neônio, gás nobre usado em lasers, é extraído na Ucrânia.
Como até a Rússia sairia prejudicada desse conflito, mesmo sem as sanções econômicas impostas pelos países ocidentais, Putin espera fazer uma intervenção tão rápida quanto possível. Vejamos se a fome do urso irá saciar logo, e se ele irá continuar a fazer os vizinhos e o resto do mundo tremerem.
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