segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Nova pesquisa mostra acirramento da polarização

Para desespero dos que ainda se iludem com o fim das radicalizações políticas, a nova pesquisa, feita pela CNT (Conferência Nacional do Transporte), aponta para um segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. 

O ex ainda está na frente, com 41%, mas o atual está diminuindo a diferença, e agora está com 28%. Ciro Gomes e Sérgio Moro têm apenas 6%. Os dois últimos são chamados de "terceira via", embora estejam, nominalmente, distantes entre si no espectro político: Ciro é dito de "esquerda" ou "centro-esquerda", enquanto Moro é alinhado com a "direita" ou a "centro-direita", apesar das acusações de ser um "tucano" (como até a estátua do Borba Gato sabe, o termo significa partidário do PSDB) pelos bolsonaristas. 

Segundo as pesquisas, Lula e Bolsonaro têm motivos para sorrir quando o assunto é eleição (Divulgação)

Muitos temem um segundo turno entre "extremistas". De um lado, o presidente, cujos filhos elogiam a ditadura húngara de Viktor Orban, os perfis truculentos de um Donald Trump ou de um Vladimir Putin e simpatizam com o regime assumidamente despótico, embora mais modernizante em relação ao passado, de Mohammed bin Salman na Arábia Saudita. De outro, um aliado da tirania venezuelana e do totalitarismo cubano, além de ser apontado como financiador de obras da Petrobras e da Odebrecht (via BNDES) em regimes amigos, como os da Argentina, Angola, Moçambique e República Dominicana. Um quer as mídias sociais livres para divulgarem conteúdo duvidoso, e outro quer controlar todas as mídias. Os críticos gostam de apontá-los como populistas e narcisistas, embora os representantes da "terceira via" não sejam nem de longe exemplos virtuosos. São seres humanos, com defeitos e qualidades, embora partidários de um e outro tenham a tendência de demonizar adversários. 

É este o perfil para 2022, mas vamos conviver com isso. Ainda por cima, ainda há muito pouco destaque para os outros cargos: governadores, senadores e deputados. Este blog volta a falar sobre isso em breve. 


N. do A.: Continua repercutindo mal a visita de Bolsonaro à Rússia, cujo governo está prestes a mandar tropas para a Ucrânia, seu ex-satélite no tempo da União Soviética, e já reconheceu formalmente a independência do Dombass, a região separatista no leste do país vizinho, formada por parte das províncias de Lugansk e Donetsk. 

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