Este blog abordou com frequência o desempenho dos times brasileiros no Mundial de Clubes e não será diferente agora.
Desde 2012, quando o Corinthians venceu o Chelsea na última final do torneio, os brasileiros amargaram insucessos. Mesmo o Flamengo, com Jorge Jesus e tudo, não conseguiu superar o Liverpool, em 2019.
Neste último Mundial em formato consagrado desde 2005, o Palmeiras foi o mais parelho em relação ao seu adversário europeu, novamente o Chelsea. O alviverde podia apregoar ter ganho um Mundial no longínquo ano de 1951 (título da Copa Rio), e o time inglês, nem isso, apesar do vice de 2012.
Durante quase todo o primeiro tempo, houve equilíbrio nas jogadas e na qualidade dos jogadores, apesar da diferença enorme no orçamento dos clubes. Rony e Dudu conseguiram assustar a zaga dos blues, enquanto o belga Lukaku e o francês Kanté, normalmente perigosos, foram anulados pela marcação. Apenas no início do segundo tempo, Lukaku marcou.
O Palmeiras não se intimidou e ainda foi beneficiado por uma falha já consagrada do zagueiro Thiago Silva, que pela terceira vez colocou a mão na bola em partidas (a primeira foi pelo PSG contra o mesmo Chelsea, e a segunda na Seleção Brasileira contra o Paraguai). Raphael Veiga cobrou o pênalti e empatou.
Os dois times estavam esgotados fisicamente no fim do tempo normal. Thomas Tuchel fez substituições providenciais, como Pulisic, enquanto o Palmeiras acabou ficando sem os seus jogadores mais ofensivos. Na prorrogação, outro pênalti infantil, semelhante ao de Thiago Silva, foi cometido por Luan. Karl Havertz converteu sem chance para Weverton, e foi o nome decisivo, assim como aconteceu na final da UEFA Champions League de 2020/2021 contra o City. Luan acabou expulso no final da prorrogação, mas isso não fez tanta diferença: o Chelsea, desprezado por não ter a tradição de um Real Madrid ou a força de um Bayern de Munique, acabou vencendo por 2 a 1.
No final, os palmeirenses puderam comemorar o primeiro gol de um clube brasileiro em finais de Mundiais em quase dez anos, mas ainda precisaram ouvir as velhas piadas sobre a falta de um Mundial e comparar o título de 1951 com a cachaça 51. Igualmente risível foi o critério da Fifa em premiar os melhores jogadores do torneio. Havertz, Lukaku e Kanté não foram lembrados, e nem algum jogador do egípcio Al Ahly, que fez bonito e terminou em terceiro lugar após golear o saudita Al Hilal por 4 a 0. Danilo e Dudu, do Palmeiras, ficaram com as bolas de bronze e prata, enquanto a bola de ouro ficou com... Thiago Silva.
Raphael Veiga não teve medo do goleiro senegalês Mendy, um dos melhores do mundo, e deu esperanças para a torcida (Getty Images) |
O alemão Karl Havertz foi o heroi do Chelsea de novo, ao cobrar pênalti cometido por Luan (Suhaib Salam/Reuters) |
Azpillicueta ergue a taça do primeiro título mundial para o time londrino (Getty Images) |
Thiago Silva "mete a mão" na bola de ouro (Getty Images) |
O Mundial de Clube provavelmente terá novo formato, para ficar mais parecido com a Copa do Mundo, enquanto esta edição derradeira termina como as outras: sem um time brasileiro como vencedor. Porém, o Palmeiras teve méritos e atuou melhor do que os outros campeões de Libertadores, abrindo reais possibilidades para a quebra da hegemonia europeia.
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