Felizmente para o Brasil, a campanha contra o "inimigo invisível" responsável pela pandemia de COVID-19 não atrapalhou demais as pesquisas sobre outras doenças, como a malária, responsável por muitas mortes todos os anos.
A Fiocruz está trabalhando com a Fundação de Medicina Tropical (FMT) e o Fundo Global de Tecnologia Inovadora em Saúde, do Japão, para desenvolver uma nova vacina mais eficaz contra o protozoário Plasmodium vivax, o tipo mais comum de causador da malária. A vacina impede o agente microscópico de invadir as hemácias, ou glóbulos vermelhos, células sanguíneas responsáveis pelo transporte do oxigênio no organismo.
Imagem digitalizada de hemácias parasitadas pelo Plasmodium vivax (Divulgação) |
O P. vivax não é o único e nem o mais agressivo, pois ainda há o P. falciparum, causador da forma mais grave da doença e responsável pela maioria das mortes, o P. malariae, o P. ovale (semelhante ao P. vivax, porém mais capaz de invadir o fígado e provocar as formas crônicas da moléstia), o P. knowlesi e o P. simum. Os três últimos não ocorrem no Brasil, e o simum geralmente só afeta macacos.
Por enquanto é necessário esperar alguns anos para o imunizante ficar disponível para uso, pois está na fase clínica, e requer mais estudos sobre efeitos colaterais e eficácia para prevenção contra a infecção no fígado. Desde o ano passado, já existe outro imunizante, para combater o P. falciparum, espécie capaz de invadir qualquer célula, mas o produto não está disponível no Brasil e tem como alvo as populações da África, continente onde a malária faz mais vítimas.
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