Após 522 anos de existência (segundo a tradição histórica) e quase 200 anos de emancipação política, o Brasil ainda continua com problemas crônicos e ainda capazes de ameaçar o nosso futuro.
Continuamos a conviver com a fome e a miséria. Os preços dos produtos continuam fortemente pressionados, apesar de haver certa melhora no valor do dólar e a pandemia estar cedendo, a ponto de não ser mais considerada uma emergência pelo Ministério da Saúde. Continuamos a ter doenças tropicais negligenciadas, como o mal de Chagas e a esquistossomose. Nosso sistema educacional retrocedeu devido às políticas equivocadas nos governos da Nova República e à pandemia, quando poderia colaborar mais para a formação de cidadãos e de trabalhadores qualificados. Ainda temos uma profusão de favelas onde falta infraestrutura e sobra criminalidade. Ainda convivemos com a impunidade, a má aplicação das leis e a corrupção.
Estamos, contudo, a falar sobre o indulto concedido a Daniel Silveira, como se fosse o pior problema enfrentado pelo Brasil, na visão de opositores, ou como o "triunfo da liberdade" como querem nos fazer crer os defensores do presidente Jair Bolsonaro. Governo e STF revezam-se no papel de tocador de tambor e dançarino, e enquanto isso a impressão é de estarmos a beira do abismo, gastando tempo demais olhando para ele, parafraseando Nietzsche.
Há 522 anos, Pedro Álvares Cabral chegava à costa brasileira (quadro de Oscar Pereira da Silva, pintado nos 400 anos do Descobrimento) |
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