Aos poucos a vida das pessoas está voltando ao período pré-pandemia, mas as sequelas são fortes demais para serem ignoradas.
Os preços de quaisquer produtos estão muito mais altos do que em 2019, devido aos efeitos do coronavírus na cadeia produtiva em todo o mundo, e a culpa recai não só no vírus em si, mas na incompetência dos governos para gerir a crise.
Temos uma verdadeira confusão no calendário, para este mês. Após a Semana Santa, virá... o Carnaval. Prefeituras e agremiações resolveram adiar os desfiles para o feriado de Tiradentes alegando falta de condições sanitárias. No ano passado, simplesmente não houve desfile.
Há também uma bagunça na vacinação. Agora temos, como obrigação, nos vacinarmos contra a COVID-19, mas e quanto às outras vacinas? O sarampo está voltando a ser um flagelo, após ficar perto da ser erradicado. Por enquanto, o único vírus extinto na natureza é o da varíola, e não é pouco, mas poderíamos avançar mais na imunização, principalmente das crianças.
Por falar em crianças, o ritmo das escolas foi afetado, e o rendimento, pelo menos a curto prazo, não será igual ao de 2019, gerando mais atraso escolar e menor capacidade de aprendizado. Pagaremos o preço desse retrocesso, quando poderíamos ter avançado. Para isso não se tornar uma verdadeira ameaça ao nosso futuro, precisaremos redobrar os esforços para um ensino de qualidade, e isso não pode ficar preso apenas a debates entre educadores.
Outro desafio, por fim, é o aumento nos surtos de transtornos psicológicos, devido ao longo período de pandemia. Muita gente perdeu a capacidade de resistir às críticas e aos desafios impostos pelo cotidiano, e se revelam portadores dos mais diversos distúrbios, desde a depressão até a sociopatia e os delírios paranoides. Por algum tempo, isso precisará ser enfrentado, mas felizmente não chegou ao ponto de descontrole, como pregavam e ainda pregam alguns grupos contrários às medidas contra o vírus, como o distanciamento social e o uso de máscaras - geralmente os mesmos a defender a não vacinação e até mesmo algumas teorias da conspiração envolvendo a China ou a Rússia (e até mesmo os extraterrestres), somadas com uma suposta trama dos acólitos da "Nova Ordem Mundial", "progressistas" e "globalistas".
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