quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Da série "Brasil 200", parte 3 - Quem quer ver o Brasil deixar de ser um país independente?

Não houve uma festa digna para o Brasil nos 200 anos da Independência. Os desfiles, que deveriam realçar a grandeza do evento, foram um espetáculo grotesco, ignóbil, próprio de uma nação sem o suficiente apreço pela sua própria história. O presidente Jair Bolsonaro, em Brasília e no Rio de Janeiro, transformou tudo num comício para mobilizar seus correligionários. E nem houve o esperado para muitos deles, mais radicais, cujos sonhos envolvem a derrubada dos ministros do STF sem ser pela via das "quatro linhas da Constituição" (ou seja, um processo de impeachment promovido pela Senado) ou até a volta da monarquia. 

O presidente Jair Bolsonaro, em foto com a mulher Michelle durante os desfiles em Brasília, foi acusado pela oposição e pela imprensa de se apropriar das comemorações do Bicentenário (Divulgação/JP)


Ainda há quem queira fazer do Brasil uma colônia. Boa parte deles não declara isso oficialmente, pois sabem que tais ideias são impraticáveis, falsamente utópicas (na verdade, distópicas) ou motivadas por ressentimento. 

- Os que sonham em algum povo mais tecnologicamente e culturalmente avançado para administrar o nosso país, ou povoar certas regiões para desenvolvê-las. Não valorizam o povo, considerado preguiçoso, hedonista e pouco afeito ao progresso. Também envolve conceitos explicitamente racistas, por ser a população formada pela miscigenação de várias etnias indígenas, europeias e africanas. 

- Os partidários deste ou daquele país, a ponto de garantir vantagens indevidas ou afrouxar a legislação para favorecer seus produtos. No passado, haviam os casos da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos, da União Soviética. Agora, é a China. 

- Os defensores de uma intervenção da ONU no Brasil por não aceitarem, por exemplo, o resultado das eleições para presidente. Entre eles, os partidários da tese do "golpe" aplicado em 2016 para destituir a então presidente Dilma Rousseff, e consideram o atual presidente como, praticamente, um "usurpador", "extremista" e "reacionário". 

- Os adeptos de um governo global, onde não há espaço para nacionalismos. Embora não sejam tantos para justificar os defensores de teorias conspiratórias, eles existem, e a maior parte nem é por má fé, mas por uma esperança de um futuro melhor sem fronteiras. Trotskistas estão entre eles. Utopistas e adeptos da chamada "Nova Era", também. 

- Os que defendem a internacionalização da Amazônia ou não tomam providências para assegurar a soberania da parte brasileira, beneficiando traficantes de drogas, animais e plantas, ou então madeireiros e garimpeiros ilegais, ou certas ONGs (não todas) com atividades irregulares e sem a devida regulamentação. 

O Brasil tem vários problemas de difícil solução, e há outros meios de resolvê-los sem envolver a perda da soberania ou da integralidade. Porém, isso envolve um trabalho consistente e nem sempre estimulante. Um verdadeiro desafio para nós. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário