segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Da série "Brasil 200", parte 1 - O hino da independência como foi concebido

No Rio de Janeiro, está havendo o Rock in Rio, mas na imprensa pouco se fala a respeito do gênero "que errou", de acordo com a letra de um dos representantes no Brasil, Lobão. A imprensa destaca as vaias e xingamentos contra o presidente Jair Bolsonaro, além de músicos pouco a ver com a temática, como o famigerado Justin Bieber. 

Mas neste artigo a música é outra: o Hino da Independência composto pelo próprio D. Pedro I (1798-1834) com letra de Evaristo da Veiga (1799-1837), escrita em agosto de 1822 (antes mesmo do grito do Ipiranga, portanto). O primeiro imperador do Brasil escreveu a música mais tarde, em 1824. 

A primeira música para o hino foi feita a partir de um trabalho de Marcos Antônio da Fonseca Portugal (1762-1830). Teve uma vida bastante curta, superada facilmente pela versão do imperador. Esta história foi em uma postagem anterior, de dois anos atrás (ver AQUI). 

Curiosamente, Marcos Portugal era um compositor erudito afamado, enquanto o monarca era um diletante, que tocava bem o pianoforte (nome dado aos pianos da época, com corpo totalmente em madeira e sem o mecanismo sofisticado dos instrumentos modernos, visando tornar o som mais encorpado) e o cravo, um instrumento parecido mas cujo som é feito por plectros tocando as cordas, e não martelos como no instrumento mais atual. O mesmo mecanismo do cravo é utilizado na espineta, instrumento apreciado no Brasil há 200 anos atrás. 

Houve modificações com o tempo, principalmente nos intervalos entre as estrofes, como se pode ouvir no vídeo a seguir. A versão no Youtube (canal Musica Brasilis) mostra, sob a forma de trecho de uma peça teatral, um ator interpretando D. Pedro I acompanhado de uma formação comum em sua época: um trio formado por um pianoforte, um violino e um violoncelo. 



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