sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Dilma no Banco dos Brics

O presidente Lula está nos Estados Unidos e foi se reunir com o colega Joe Biden, para tratar de assuntos sobre economia e meio ambiente. Ele também anunciou a ex-presidente Dilma Rousseff para a presidência do Banco dos Brics, cuja função é financiar obras de infraestrutura dos países membros - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

Existem alguns problemas na nomeação. Como se sabe, Dilma sofreu um processo de impeachment (para os membros do atual governo, ela foi vítima de um "golpe", a despeito das evidências em contrário), acusada de fazer "pedaladas fiscais", atrasando o repasse de verbas aos bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais. O Ministério Público Federal arquivou o processo no ano passado, mas as irregularidades ainda prejudicam a reputação do governo Dilma, marcado por protestos, queda no PIB e alta da inflação. Outros problemas administrativos, como a questão do BNDES e a compra da refinaria de Pasadena, quando ela era ministra da Infraestrutura, dificilmente serão esquecidos e não ajudam nas credenciais da ex-presidente para ocupar o cargo do Banco, sediado em Xangai, na China. 

Outro "pequeno" problema é o atual mandato do presidente do Banco dos Brics, o também brasileiro Marcos Troyjo, nomeado em 2020 pelo então presidente Jair Bolsonaro e cujo mandato se estende até 2025. Estão pressionando pela renúncia de Troyjo, assim como fazem com Roberto Campos Neto, atual presidente do BC. Pode-se alegar serem casos diferentes, mas para o governo petista interessa fazer um "expurgo" de nomes ligados ao bolsonarismo, mesmo sendo eles pessoas de nível técnico e não político. 

Dilma Rousseff vai voltar a ocupar um cargo público desde o seu impeachment (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


Para Dilma ser aceita como nova mandatária da entidade financeira, ela precisaria ser aceita pelos representantes de todos os países-membros do Brics, depois do cargo ficar vago com a saída de Troyjo. 


N. do A.: Este blog vai passar a próxima semana tentando não escrever artigos que mereçam o marcador "política", mas não deixará de fazer observações a respeito deste tema quando necessário. 

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