quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Inmetro altera números de autonomia dos carros elétricos

O Inmetro, acusado de favorecer as montadoras tradicionais, que ainda fabricam carros majoritariamente a combustível (gasolina e álcool), alterou as autonomias dos carros elétricos vendidos no Brasil. 

Contudo, a entidade contribuiu para melhorar a padronização das medições, pois antes as fabricantes dos veículos publicavam as autonomias máximas, de acordo com critérios nem sempre muito claros. Alguns se baseiam no padrão WLTP (World Harmonized Light Vehicles Test Procedure), mesclando ambientes urbanos e em estradas. Outros utilizam o padrão NEDC (New European Driving Cycle), este considerado já obsoleto por só considerar testes laboratoriais. Usar ar-condicionado, transportar mais pessoas, dirigir em relevo acidentado e andar em velocidades mais altas comprometem a autonomia e distanciam-na dos números divulgados pelas montadoras. 

O BMW iX3, veículo elétrico com maior autonomia - 381 km por carga (Divulgação/BMW)

Pode-se questionar os critérios do Inmetro, que consideram os cenários mais adversos, dando mais peso ao relevo brasileiro, consideravelmente acidentado em muitas grandes cidades como São Paulo, e também ao uso do ar-condicionado, em ambiente predominantemente urbano. Esta é a padronização PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular). Isso garante números menos impressionantes, às vezes decepcionantes, como é o caso do Volvo XC40, cuja autonomia "diminuiu" dos irrealistas 420 km (talvez por padrão NEDC) para 231 km. Na média, os números encolheram 30%, e isso não estimula as pessoas a comprarem uma máquina dessas, ainda mais com o desconforto de uma carga "rápida" completa levar mais de meia hora nos eletropostos. 

Isso gerou gritaria entre os ambientalistas, defensores ferrenhos dos carros elétricos, mas mesmo com o desempenho mais modesto, os gastos energéticos ainda são bem menores em relação aos veículos a combustão, compensando, a médio prazo, a diferença de valores na aquisição: os carros movidos a eletricidade ainda são consideravelmente mais caros. E, sim, eles ainda são "zero emissão", emitindo uma quantidade desprezível de gases poluentes durante a rodagem. 

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