segunda-feira, 11 de março de 2024

Aumenta o temor

Robert Oppenheimer, o físico alemão naturalizado americano conhecido por ser o principal criador da bomba atômica, teve sua cinebiografia consagrada em quase todos os festivais de cinema em todo o mundo, inclusive no Oscar, ganhando o prêmio de melhor filme, melhor diretor para Christopher Nolan e melhor ator principal para Cillian Murphy, o irlandês ex-intérprete do impiedoso Thomas Shelby na série Pinky Blinders

O filme de 2023 mais premiado trata de um assunto angustiante, ainda mais em tempos de crise mundial (Divulgação/Universal Pictures)

Ninguém quer usar o invento, mesmo porque o uso não gerará vencedores, mas os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza fazem muita gente temer por isso. Também está aumentando as atividades militares em larga escala, como as manobras militares conjuntas no Golfo de Omã, por parte do Irã em conjunto com a Rússia e China. Eles alegam zelar pela segurança da região, por onde passam muitos navios mercantes. Não muito longe, no Mar Vermelho, também na principal rota marítima entre Europa, África e Ásia, continuam os ataques dos houthis contra as embarcações, debelados por americanos e britânicos, resultando na destruição de 28 drones lançados pelo grupo prõ-Irã estabelecido no Iêmen. 

Em Taiwan, a pressão chinesa pode envolver não só os Estados Unidos como a Rússia e os países do Leste e Sudeste Asiático. Embora seja bem pouco provável o estouro de uma guerra nuclear a partir dessa região no Pacífico, ela fará parte do contexto de um novo conflito em grande escala, caso isso ocorra. 

A Europa, epicentro das duas grandes guerras, ainda coloca pressão sobre o gigante russo, ainda mais com a adesão da Suécia na Otan. Como forma de intimidar, mais do que expressar sua real intenção, os russos aumentaram a frequência dos pronunciamentos envolvendo o invento de Oppenheimer. Temendo um possível, mas improvável, uso real da coisa, o Papa Francisco foi a voz discordante entre os ocidentais, e pediu um cessar fogo. Teve como resposta a chamada do embaixador da Ucrânia no Vaticano para voltar, uma forma de protesto diplomático. 

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