quarta-feira, 30 de junho de 2010

O vice de Serra

O PSDB e o DEM finalmente entraram em um acordo para definir quem vai ser o vice da chapa do candidato José Serra.

Os 'democratas' (se é que podemos chamar assim membros de um partido que já foi a Arena, durante os anos de chumbo) chiaram, uivaram e urraram quando Álvaro Dias foi escolhido como vice. Não queriam alguém do próprio PSDB.

Isso forçou uma reunião entre os dois partidos de oposição ao governo do Lula. E o nome aprovado, segundo fontes (Uol, Terra e outros), é o deputado carioca Índio da Costa (sim, é este o nome dele), apadrinhado político de César Maia e um dos relatores do projeto Ficha Limpa.

A opinião pública espera não haver mais a tradição de vices que viraram mico na História do Brasil (o pior caso é José Sarney, o vice de Tancredo Neves). Pois o vice na chapa da Dilma, Michel Temer, para muitos é um gorilão com cara de conde Drácula.

Aproveitando a trégua

Fico a pensar se os esforços para o Brasil sediar a Copa 2014 estão valendo a pena. A cada dia que passa, convenço-me que não.

A Fifa reprovou o estádio do Morumbi do jeito que estava e a prefeitura de São Paulo quer construir um novo estádio. Com dinheiro público!

Senhores, estamos fartos de tamanho descalabro! Se o dinheiro público for gasto em um estádio que só vá servir para a Copa e depois ser abandonado, é melhor não sediar a Copa! Teríamos aproveitado esse dinheiro para coisas mais úteis e de retorno mais garantido, como escolas, formação de professores, hospitais, asfaltamento, estações de metrô, iluminação nas ruas, melhoria no atendimento das repartições públicas, segurança.

É ridículo e hipócrita acusar os céticos de falta de patriotismo, quando ser patriota, na verdade, é pensar em usar direito o dinheiro dos impostos que nós pagamos.

Não há garantias de que a Copa do Mundo 2014 seja lucrativa. Ao contrário. Eu creio que vai haver um estrago enorme nas contas públicas, mesmo considerando todo o patrocínio e todos os investimentos decorrentes do evento. A mesma coisa penso quando o assunto são as Olimpíadas no Rio. Mas espero estar errado, desta vez.

terça-feira, 29 de junho de 2010

29/06 - Terminam as oitavas e a Jabulani sofre

O último dia das oitavas-de-final foi marcado por jogos bem diferentes, porém semelhantes quanto à escassez de gols. O primeiro, às 16h (horário local), foi entre o Paraguai e o Japão, duas seleções que nunca foram muito longe nas Copas. O segundo envolve times bem mais tradicionais: Portugal e Espanha.


Paraguai x Japão

Esta briga foi uma sucessão de passes errados, chutões e tudo o que faz os torcedores saírem do estádio furiosos e querendo o dinheiro de volta. Ficou faltando apenas o que interessava: chutes a gol.

A Jabulani, se tivesse um cérebro, pensaria em fugir como uma gazela saltitante (antes que os movimentos gays reclamem, refiro-me a um animal africano que faz isso para escapar dos predadores). Para quem acompanha pela televisão, dependendo do horário, seria melhor ler um livro, assistir outra coisa, passear ou, no caso do Brasil, dedicar mais tempo ao almoço.

O Paraguai até que se esforçou para ir ao ataque, mas não foi eficiente. O Japão ficou só na defensiva, procurando explorar os contra-ataques.

O jogo ficou zerado no tempo normal e na prorrogação, para estarrecimento dos que aguentaram acompanhar até o fim. Pelo menos os dois se esforçaram em melhorar um pouquinho no tempo complementar, mas não o suficiente para cada um deles não merecerem uma vuvuzelada na orelha.

Como era esperado, o crime contra o futebol acabou nos pênaltis. Pela primeira vez nas oitavas, Deus me livre!!! Não era possível classificar o vencedor de Portugal e Espanha automaticamente para as semifinais por causa de um WO nas quartas.

No final, o Paraguai sobreviveu (5 gols a 3) e vai para as quartas pela primeira vez, provavelmente para sucumbir diante da Espanha ou de Portugal. O Japão fracassou outra vez. De uma certa forma, houve justiça, pois o Paraguai estava jogando um pouco melhor. Abaixo do nível aceitável de qualidade, mas foi melhor que os nipônicos.

O lado bom desta 'partida'? A arbitragem não apareceu com erros escandalosos.

Pretória (ou Tshwane) não merecia um jogo desses.

A melhor coisa que aconteceu neste jogo foi a presença da modelo Larissa Riquelme, de 25 anos. Ela prometeu ficar nua se o Paraguai chegar às semifinais, promessa semelhante àquela feita por Maradona. Vai gerar uma reação totalmente oposta: principalmente os brasileiros torcerão pelo fracasso da Argentina, e pelo sucesso do Paraguai.


Espanha x Portugal

A Fúria de um lado e Cristiano Ronaldo de outro precisavam mostrar a que vieram na Copa. O craque português só foi eleito o melhor (ou menos pior) do jogo entre Brasil e Portugal por causa de uma eleição feita por internautas, ou seja, de valor técnico entre questionável e nulo. Já o time espanhol não lembra nem um pouco o time que ganhou a última Eurocopa, a de 2008.

Infelizmente, a Jabulani sofreu de novo, desta vez na Cidade do Cabo, particularmente no primeiro tempo. A Espanha estava ofensiva, mas ineficiente, e Portugal defensivo como sempre, mas pouco saía para atacar.

O gol só veio no segundo tempo, aos 17 min., com Villa, que se igualou ao argentino Higuaín e ao eslovaco Vittek, os três com 4 gols feitos. Fernando Torres, a estrela do time, não conseguiu jogar muito, embora esteja menos apagado do que na primeira fase. Lesionado, foi substituído por Llorente, que preocupou mais a defesa portuguesa.

Portugal nada fez por merecer o empate, e ainda teve Ricardo Costa expulso, quando já era tarde demais para uma reação e a Fúria estava mais preocupada em segurar o resultado.

Quanto a Cristiano Ronaldo, vai se juntar aos Manuéis e Joaquins nas piadas de português.

A próxima fase da Copa só vai começar no dia 2. Então teremos dois dias sem futebol.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

28/06 - E a Seleção?

Primeiro é bom comentar o jogo de Holanda e Eslováquia.


Holanda x Eslováquia

A tradicional equipe holandesa chegou a assustar seus torcedores, pois a zebra eslovaca não estava disposta a se entregar facilmente, mesmo inferior tecnicamente e só contar com uma estrela, Vittek.

Para vencer a defesa eslovaca, os neerlandeses precisavam contar com a sua tradicional habilidade quando está com a bola. Conseguiram abrir o placar aos 17 min., graças a Robben, um dos craques da camisa laranja.

Depois disso, o jogo se tornou feio, com poucas chances de gol. No segundo tempo, o placar demorou demais para mudar, graças à pouca precisão do ataque holandês. A Eslováquia não voltou a repetir a atuação contra a Itália na primeira fase, mas chegou a assustar os adversários com duas chances de gol. E só aos 38 min., pouco tempo para o final, é que os torcedores holandeses puderam ver Sneidjer fazer um gol, e calar por alguns momentos as vuvuzelas, pois os sul-africanos estavam torcendo pelo time do leste europeu, por um motivo histórico: os holandeses invadiram a África do Sul e seus descendentes, os boeres, foram responsáveis pela criação do apartheid.

Mas um pênalti marcado já nos acréscimos fez a Eslováquia vender caro a derrota, no último lance de ataque contra a Holanda. Vittek cobrou com competência, e se tornou, por enquanto, o artilheiro da Copa. Porém, não deu para se fazer mais nada.

Até então, nesta fase, a zebra ainda não apareceu.


Brasil x Chile

Kaká e Luís Fabiano não fizeram a diferença na vitória contra o Chile (foto: agência EFE)



O Brasil mais uma vez começa irritando a torcida, como se soubesse de antemão que estava enfrentando o tradicional freguês das Copas. Depois de um início morno e truncado, o Chile mostrou que estava querendo atacar, mas sem muito êxito.

Demorou demais para o Brasil mostrar sua superioridade, e aos 34 min., acabou a apreensão: Juan aproveitou o escanteio cobrado por Maicon e abriu o placar. E quatro minutos depois é a vez de Luis Fabiano, que não mostrou do que sabia.

Outro apático foi o badalado Kaká, que nada fez de notável (fora o passe para o Luis Fabiano fazer o gol) e ainda levou um cartão amarelo.

No segundo tempo, o Brasil mais uma vez só jogou para o gasto, mas com destaque para os desarmes de Lúcio e, é lógico, mais um gol. E foi finalmente dele, Robinho, que marcou aos 14 min.

O Chile ainda conseguiu finalizar, mas sem êxito, com Suazo, com assistência de Valdívia. O craque chileno, conhecido por aqui, só entrou no segundo tempo e não fez grande coisa.

E o Brasil vai enfrentar outro freguês, a Holanda. No entanto, ela não é nenhum Chile. E pode muito bem repetir 1974, quando a Laranja Mecânica fez suco da nossa Seleção, e não 1994 ou 1998, nas campanhas onde os canarinhos foram às finais.

domingo, 27 de junho de 2010

27/06 - Jogo para entrar na História

Dois jogos envolvendo quatro seleções fortes, três delas campeãs mundiais (sendo duas delas - Alemanha e Argentina - incontestáveis).


Alemanha x Inglaterra

Alemanha e Inglaterra foram inimigos históricos nas guerras, particularmente nos dois conflitos mundiais. Os entreveros no futebol também foram dignos de uma batalha, para Sun Tzu, Napoleão, Clausewitz, analisarem.

Em 1966, o juíz roubou para os ingleses na final da Copa de 1966, quando validou um gol que não entrou e só quicou entre a trave e o gramado. Os alemães nunca se conformariam com tamanho descalabro.

44 anos, a história parecia se repetir. Aos 37 min. do primeiro tempo, os ingleses mais uma vez chutaram para marcar. A diferença, porém, é que a Jabulani ENTROU na área do gol, e o juíz uruguaio Jorge Larrionda NÃO o validou. Essa atitude agride seriamente o futebol e maculará para sempre a carreira de Larrionda, já mal visto por vários times participantes da Taça Libertadores da América. Agora ele é mal visto no planeta inteiro.

Este ato, que parece a "lei do Talião", ou seja, descontar o erro hediondo de 1966 com outro igual, ou pior, em 2010, comprometeu a Inglaterra, que estava reagindo aos gols sofridos (aos 20 min., com Klose, e 32 min., com Podolski, logo os craques alemães com ascendência polonesa). Os ingleses tinham feito aos 36 min., 1 minuto antes da polêmica, após o chute de Upson e o "frango" do goleiro Neuer.

No segundo tempo, os ingleses começaram melhor, furiosos com a arbitragem, mas infelizmente, aos 21 min., os alemães não perdoaram em um contra-ataque fulminante, e Müller ampliou, lance para desesperar o mais fleugmático dos londrinos. Para piorar a situação, aos 24 min., o mesmo Müller, com assistência de Ozil, ampliou ainda mais.

Torcedores famosos como Mick Jagger (que também viu a derrota dos EUA) não acreditavam no que viam. Parece que estavam castigando a final de 1966 com juros de 44 anos. Alguns mais exaltados evocariam Bismarck, ou Hitler, no tempo em que a Alemanha era sinônimo de terror. Mas não é castigo nem a volta dos tempos ferozes de antes. A Alemanha jogou melhor, e mereceu a vitória.


Argentina x México

Após o naufrágio dos súditos de Sua Majestade Britânica, a Argentina foi enfrentar o México ressabiada, mas jactancioso de seu poder. Os mais conhecidos contiguos do Brasil foram superiores aos adversários, numa partida com jeito de Libertadores ou de Copa América.

E o problema é aguentar mais um juíz indigno de apitar uma partida da Copa. O italiano Stefano Airoldi mostrou jogar no mesmo time do sr. Larrionda, do sr. Coulibaly, do sr. Lannoy e outros digníssimos árbritos que muita gente quer jogar aos leões e hienas. Outros achariam que as pobres feras iam ter uma intoxicação com eles.

Ele validou um gol de Tevez aos 25 min., nitidamente impedido. Os mexicanos reclamaram, mas a arbitragem confirmou o gol.

Com isso, os comandados de Maradona aumentaram uma superioridade que já demostraram antes do gol 'legitimado'. Ampliaram o marcador aos 32 min., com Higuaín, e Tevez, no começo do segundo tempo (7 min.) fez o terceiro gol. O ex-corintiano fez o seu show, enquanto Messi ainda não deu o ar de sua graça. Os mexicanos mais uma vez não conseguiram vencer a Argentina mas descontaram, com 26 min., e pressionaram para tentar uma reação. No entanto, ficou nos 3 a 1.

Argentina e Alemanha vão protagonizar a maior batalha das quartas-de-final nesta Copa.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

26/06 - Começou o mata-mata

As oitavas de final começaram neste dia com dois jogos bem diferentes.

Hoje o primeiro do grupo A enfrenta o segundo do grupo B, e o primeiro do grupo C enfrenta o segundo do grupo D. Amanhã vão se enfrentar outros egressos desses grupos da fase inicial.


Uruguai x Coréia do Sul

O primeiro, às 11h, foi marcado pelos ataques sul-coreanos contra um Uruguai defensivo. Nos contra-ataques, o time sul-americano abriu o placar, aos 8 min., com Luís Suárez, para esfriar os ânimos asiáticos.

Eles, no entanto, continuaram tentando, e dando oportunidades para novos contra-ataques uruguaios, mas ficou no 1 a 0. No segundo tempo, os sul-coreanos continuaram a pressão, e Chung-yong empatou a partida, aos 22 min.

Isso provocou a reação dos celestes, abalados com o primeiro gol sofrido nesta campanha, e Luís Suárez voltou a colocar o Uruguai na frente. E, assim, parece que nossos vizinhos estão prestes a reviver um passado glorioso, com direito até a silenciar o Brasil em pleno Maracanã na famigerada Copa de 1950. Há 40 anos eles não iam para as quartas-de-final.


Estados Unidos x Gana

Mais tarde, os sul-africanos participaram para torcer por Gana, a única seleção africana a passar para aos oitavas. O desafio não era pequeno: enfrentar o time norte-americano, que queria mostrar alguma coisa nesta Copa. Eles estavam estigmatizados pelos erros gravíssimos de arbitragem contra eles, e contavam com uma torcida de celebridades mundiais, como o ex-presidente Bill Clinton e o superstar inglês Mick Jagger, que estavam nas arquibancadas.

Mas os dois times sofreram. A Jabulani também.

Os ganeses foram com tudo para o ataque e logo abriram o placar, graças a Boateng, aos 5 min. Do outro lado, os americanos não conseguiram parar os africanos, responsáveis pela grande maioria das finalizações, todas sem êxito.

No segundo tempo, os americanos reagiram. Após sofrer com as defesas do goleiro Kingson, o craque da partida, houve um teste para ele: um pênalti a favor dos EUA, sofrido por Altidore e convertido por Donovan.

O jogo foi para a prorrogação. E houve mais sofrimento, mesmo quando Gyan marca para os ganeses (não há morte súbita). De nada adiantou o esforço (bisonho) dos norte-americanos. Exaustos e frustrados, não evitaram a queda de mais um sonho americano. Igualmente exaustos, mas confiantes, o time da África ocidental fez o que pôde para manter o placar: 2 a 1. Gana se converteu em heroína do continente, disposta a cavalgar a zebra para cima do Uruguai.

25/06 - O pior 0 a 0 da Copa

O gnu, animal típico da África do Sul. É uma criatura lindíssima, comparada com o futebol mostrado por Portugal e Brasil


Destaque da partida entre Portugal e Brasil

Aconteceu o pior 0 a 0 da Copa na África do Sul. O mais indecoroso e duro de se ver.

Brasil e Portugal não fizeram nada que realmente prestasse. Os dois estavam praticamente classificados e mais interessados em ver quem ia se beneficiar nas oitavas do que na Jabulani. Por falar nela, nunca essa bola foi tão maltratada antes.

Daniel Alves, Júlio Baptista, Felipe Melo... não merecem nem uma nota de rodapé no livro sobre a história das copas.

E o time de Portugal? Mostrou também pouco do que sabia. Cristiano Ronaldo outra vez só nas tentativas, quando a bola chegava até ele. E assim o jogo terminou em pizza.

Melhor falar dos outros três jogos.

No mesmo horário, às 11h, a Costa do Marfim jogou para tentar um milagre contra a Coréia do Norte, já eliminada. Fez apenas 3 gols, quando precisava de 9. Mas podia fazer o número de gols de Pelé e Maradona juntos e cair fora, porque o 0 a 0 de Brasil e Portugal daria um pontinho a este último. Os jogadores norte-coreanos voltam para casa para enfrentar a fúria de Kim Jong-Il.

No grupo H, a Suíça só se defendeu e Honduras até que tentou atacar, mas sem eficiência. A falta de iniciativa dos suíços lhes custou a vaga: de nada adiantou vencer a Espanha, pois precisava vencer também o fraco time centro-americano. Os dois times maltrataram a Jabulani, como aconteceu no jogo do Brasil. O juíz argentino Hector Baldassi ainda anulou um gol de Honduras, que lhe daria alguma dignidade. Ou seja, dois 0 a 0 num dia só, para mostrar a que ponto chegou o futebol mundial.

O Chile estava cotado para liderar, mas a Espanha fez dois gols que desestabilizaram a equipe: um gol de Villa, aos 24 min., e outro de Iniesta, com assistência do mesmo Villa, aos 36 min. Para piorar, uma expulsão injusta de Estrada numa falta banal, quando deveria ter sido punido antes por outras faltas mais cabais em jogadores espanhóis (Capdevilla e Busquets). Mas os sul-americanos, temerosos de ser desclassificados, descontaram aos 2 min. do tempo final, com Rodrigo Millar (e ajuda do zagueiro Piqué). Assim, a Fúria espanhola, uma das favoritas ao título, escapou de enfrentar o Brasil. Quem ficou com a batata quente foi o Chile, tradicional freguês dos canarinhos em Copas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

24/06 - Arrivederci, Itália!

A zebra atacou outra vez e castigou sem piedade a única seleção que poderia empatar com o Brasil em número de títulos.

Desta vez a Itália, que nunca costumava começar bem a Copa, não teve a mesma sorte de antes. Aliás, para se classificar não precisava de sorte, apenas de competência. Precisava vencer a caloura Eslováquia e torcer para um resultado dentro das espectativas entre Paraguai e Nova Zelândia (ou seja, o time sul-americano não perder do azarão da Oceania).

Por falar naquele jogo, um chato 0 a 0 (outra vez??? já é o quarto jogo sem gols neste Mundial!!), o Paraguai só jogou para o gasto, e a Nova Zelândia, que deveria vencer para avançar, não teve, como esperado, qualidade para tanto. Este resultado horrível garantiu o Paraguai como primeiro colocado do grupo e despachou os neozelandeses.

Não deu zebra lá, e sim em Johannesburgo, palco de uma disputa européia. A tetracampeã Itália contra a estreante Eslováquia, que até 1993 fazia parte da antiga Tchecoslováquia. Os prognósticos diziam: Itália vai faturar. Estavam errados. O time do leste europeu conseguiu segurar os representantes da bota e abriram o placar, com Vittek (24 min.). A Itália voltou a errar passes e passou boa parte do jogo tentando fazer alguma coisa, até que aos 28 min. do segundo tempo, deu Vittek de novo. A Itália lutou desesperadamente, com De Natali, que fez o gol aos 35 min., e Quagliarella, aos 46 min... este último depois que Kopenuk venceu uma defesa inoperante (mesmo com Cannavarro) e fez o terceiro gol eslovaco.

Foi a pior participação italiana em todos os tempos, mesmo considerando o elevado número de eliminações na primeira fase (nada menos que cinco, em 1950, 1954, 1962, 1966 e 1974). Porém, em todos esses casos a Azzurra vencia pelo menos uma partida. Na África do Sul, nem isso. Foram dois empates e uma derrota. Avaliando bem a situação, não foi exatamente uma ópera trágica, e sim uma ópera bufa, digna de Rossini (aquele compositor que fez o Barbeiro de Sevilha cantar: Fiiiiigaroooo...), com os últimos campeões de uma Copa a fazer papel ridículo. Nunca se viu algo assim: os dois melhores colocados de uma Copa passada terem sido eliminados na primeira fase, pois o vice-campeão foi a França.

Após o fiasco italiano, a zebra foi para Durban para atrapalhar os dinamarqueses, que jogavam contra o Japão. Não que a Dinamarca esteja em grande fase, mas o time do Sol Nascente nunca foi mais do que esforçado, ao contrário dos mangás do Capitão Tsubasa. No primeiro tempo, dois gols nipônicos, um deles de falta (coisa nunca vista no futebol japonês). A Dinamarca conseguiu reagir, fazendo um gol de pênalti, mal defendido pelo goleiro asiático, mas a resposta dos rivais veio, e selou o destino dos daneses.

O Japão conseguiu a classificação e vai enfrentar o Paraguai.

Isso porque a Holanda confirmou o favoritismo e fez 2 a 1 no já eliminado time de Camarões. Como no caso do Paraguai, só jogou para o gasto, e o time de Eto'o não teve chance de vencer a laranja mecânica. Pelo menos os africanos fizeram o seu gol, por um pênalti cobrado pelo craque camaronês. E foi só. O time de Camarões volta para casa humilhado, após servir de saco de pancadas para os outros times. E a Holanda tem uma missão aparentemente (e não de fato) sem complicações: derrotar a Eslováquia e seguir o caminho rumo a um campeonato, algo não conseguido em 1974, quando eram conhecidos como o Carrossel Holandês. E isso em sua ex-colônia, a África do Sul.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

23/06 - Definido o primeiro clássico das oitavas

De manhã (16h no horário da África do Sul, com fuso horário único por ser um país grande mas não muito), mais uma seleção africana conheceu o caminho de casa mais cedo, ao lado da Nigéria e da África do Sul (estes vão ficar por lá mesmo, por serem o país sede).

A Argélia sucumbiu no último minuto do jogo frente aos Estados Unidos. Até então, quem estava com a vaga era a Eslovênia, pois a partida entre os americanos e os africanos era muito ruim, um 0 a 0, empate em derrota típico. Mas Donovan fez o gol salvador, e os EUA, que haviam sido severamente prejudicados na partida contra a Eslovênia, conquistaram a vaga, e em primeiro lugar, pois a Inglaterra só havia empatado em dois jogos (1 x 1 contra os yankees e 0 x 0 contra os habitantes do deserto). A 'terra das oportunidades' também só havia empatado, mas fez 2 x 2 no famigerado jogo contra a Eslovênia, e por ter feito mais gols ficou na frente.

Por falar em Inglaterra, ela conseguiu o que queria. Livrou-se do vexame ao fazer um gol salvador contra a Eslovênia (Defoe fez, aos 23 min.). Ficou no 1 a 0, por conta da eficiência da defesa eslava. Avançou, mas o grupo D tem a Alemanha.

O time da águia negra fez um jogo bem ao seu estilo, contra Gana, vencendo o time africano apenas por 1 a 0, gol de Ozil, o turco naturalizado alemão, no início do segundo tempo. Para os ganeses, restava torcer por um resultado favorável entre o jogo Austrália x Sérvia.

Foi o que acabou acontecendo: a Austrália venceu a Sérvia - o que poucos esperavam - mas a zebra da Oceania fez 2 a 1, e acabou perdendo no saldo de gols para Gana. Por conta disso, o futebol africano pôde comemorar. Gana vai enfrentar os Estados Unidos.

E a Alemanha? Vai enfrentar a Inglaterra. Era o que os ingleses mais temiam. Vai ser o primeiro clássico das oitavas, e apenas um deles vai ter chance de ser campeão. Apostas falarão alto no próximo dia 27, quando as duas potências do futebol se enfrentarem em Bloemfontein.

P.S.: o brasileiro Carlos Eugênio Simon voltou a apitar direitinho, e se continuar desse jeito pode apitar a final da Copa, no caso do Brasil não chegar às semifinais.

terça-feira, 22 de junho de 2010

22/06 - Seleção francesa vai para a guilhotina

Começa a terceira rodada da primeira fase e agora são quatro jogos, e não três. Para minimizar o risco de marmelada, os jogos de um mesmo grupo são feitos no mesmo horário.

Neste começo de rodada, muitas emoções no grupo A, considerado para alguns o verdadeiro 'grupo da morte' (e não o grupo G). África do Sul e França estavam lutando para não cair e Uruguai e México lutaram para não correr o risco de pegar a Argentina.

O jogo entre Uruguai e México foi marcado pela defesa uruguaia e pela valorização da posse de bola por parte do México. Porém, os mexicanos não souberam, ou não tiveram vontade suficiente, de sobrepujar a retranca do time sul-americano. Como resultado, o time da América do Norte sofreu um gol nos contra-ataques, e provavelmente vai enfrentar a Argentina.

Por outro lado, a batalha dos desesperados foi ainda mais interessante. A França queria evitar o vexame de 2002, e a África do Sul, com os Bafana Bafana, queria avançar. Além disso, Parreira queria, de uma certa forma, vingar a derrota que sofreu em 2006, quando comandava a nossa Seleção. Os sul-africanos fizeram direitinho a lição de casa, desta vez, mas foi tarde. E a França voltou a passar vergonha, e ainda por cima derrotados por uma África do Sul que não se mostrou tão ingênua quanto no empate com os mexicanos ou, principalmente, na derrota para os uruguaios.

Os sul-africanos venceram por 2 a 1. Vitória de Pirro. "Morreram" junto com o time que derrotaram, a França. E pela primeira vez na História os anfitriões caem logo na primeira fase. E os Bafana Bafana não tiveram culpa de sua torcida utilizar aquelas medonhas vuvuzelas... pelo menos se despediram da Copa com dignidade, ao contrário da outrora poderosa rival.

A França, por sua vez, foi para a guilhotina com apenas um ponto. Classificou-se na Copa por uma marmelada, em jogo polêmico e irregular contra a Irlanda, e o castigo veio. Um empate hediondo contra o Uruguai, sem gols, e uma derrota pavorosa para o México. O time entrou em conflito interno, entre o técnico Domenech e seus comandados, supostamente instigados por Zidane. Malouda fez o único gol francês EM TODA A PRIMEIRA FASE! E foi gol de honra, pois os conterrâneos do queijo Roquefort estavam perdendo dos Bafana Bafana por 2 a 0. Como no caso do Roquefort, a participação dos franceses neste Mundial ficou cheia de bolor.

Quanto ao grupo B, que jogou à tarde, também houve disputa. Os quatro tinham chance de ir às oitavas.

Primeiro, o jogo da Coréia do Sul contra a Nigéria. Os nigerianos não queriam seguir a mesma via dolorosa de Camarões e África do Sul. Abriram o placar, aos 12 min., mas tomaram o gol de empate aos 38 min. e levaram a virada logo no início do segundo tempo. Os africanos tiveram de suar a camisa para empatar, enquanto o time da Ásia ficou na retranca para evitar o estrago (e seguir o mesmo mau caminho de seus vizinhos do norte). No final, Obinna fez como o seu quase homônimo brasileiro e apavorou os coreanos. Ficou no 2 a 2, o que mostrou ser suficiente para a Coréia do Sul, mas não para a Nigéria.

Bem mais tranquila é a situação da Argentina, que pegou a zebra grega e nem precisou de todos os seus titulares para mostrar sua superioridade, pelo menos no segundo tempo (pois o primeiro foi um belo de um sonífero, com nossos vizinhos sofrendo para vencer a retranca dos helenos): Demichelis marcou aos 32 min. do segundo tempo e Palermo, agora um reserva de luxo, entrou para depois fazer o seu, aos 44 min. Como resultado, os jogadores gregos vão ter de voltar para o seu país (cuja economia está quase na mesma situação das ruínas de Atenas) enquanto os argentinos, com 9 pontos, vão com fé para as oitavas, enfrentar o México. A Coréia do Sul vai pegar o Uruguai.

Os dois primeiros jogos das oitavas já estão definidos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

21/06 - O massacre de Cape Town

Portugal organizou a maior goleada da Copa 2010, que dificilmente será superada até o final do certame.

Foram sete gols. Isso mesmo. S-E-T-E! Com direito ao gol mais chinfrim da Copa até então, feito por Cristiano Ronaldo (o único dele). Liedson, brasileiro naturalizado português, fez também o seu. E os norte-coreanos já estão eliminados, torcendo para a ira de Kim Jong-Il não ser muito grande. Já basta a humilhação desta derrota.

O massacre aconteceu na Cidade do Cabo, ou Cape Town, próximo do Cabo da Boa Esperança descoberto pelos conterrâneos dos goleadores no séc. XV.

O risco aumenta para a Seleção brasileira, pois se Portugal vencer o Brasil, por qualquer placar, os lusitanos ficam em primeiro e o Brasil em segundo. Já o time de Portugal fica em situação muito confortável, pois está praticamente classificado. Mesmo se perder, vale o saldo de gols em relação ao da Costa do Marfim. Logo, o time africano vai ficar à espera de um milagre.

O risco de ser derrotado por Portugal pode valer a pena se o primeiro do grupo H não for a Espanha, que também jogou hoje.

Por falar no grupo da Espanha, o jogo das 11h teve Chile e Suíça disputando a liderança. E o Chile levou a melhor, com um gol solitário contra a forte defesa do time europeu.

Já a Fúria não consegue fazer mais que dois gols contra a fraca seleção de Honduras, no jogo de 15h30 do horário de Brasília. Os dois gols (17 min. do primeiro tempo e 5 min. do segundo) foram de Villa, o camisa 7 do time espanhol, que se deu ao luxo de perder um pênalti.


domingo, 20 de junho de 2010

20/06 - Nossa Seleção enfrenta os selvagens

O camisa 9 da Seleção virou discípulo de um famoso camisa 10 da Argentina

Antes de falar sobre o jogo do Brasil, que voltou a ser no horário mais frio (20h30, pelo horário local), vou comentar sobre o grupo da Itália. E mais uma vez aquele quadrúpede ungulado e listrado típico da África tratou de aparecer.

Foi no jogo da Itália contra a Nova Zelândia. Uma zebra bem feia, e ainda por cima roubada, por conta do juíz guatemalteco, que validou um gol impedido e ainda com falta de ataque por parte da limitada seleção neozelandesa. O gol do time do Pacífico foi aos 6 min. do jogo, e isso constituiria como a maior zebra da Copa até então. Mas Iaquinta diminui a decepção aos 28 min., com um gol. E o segundo tempo foi ainda pior do que o primeiro, um indício do nivelamento por baixo do futebol atual. Agora a Itália só tem dois pontos, e vai precisar vencer a Eslováquia.

Quem se deu bem foi o Paraguai, que jogou antes. Ele abandonou a formação defensiva para avançar para cima dos eslovacos. E fez 2 a 0, numa partida não muito digna de ser vista, mas suficiente para o time sul-americano ficar em boa posição na tabela. Se vencer a Nova Zelândia, classifica-se em primeiro lugar nas oitavas.

E o Brasil? Parece que finalmente, meio ao estilo Dunga, eles conseguiram convencer frente aos marfinenses, mais interessados em intimidar os adversários do que em jogar. Após a evidente superioridade africana no começo, Luís Fabiano abriu o placar, aos 25 min. do segundo tempo. No segundo tempo, a seleção deslanchou, mas aí vieram os lances polêmicos: o mesmo Luís Fabiano, após lance genial, ajeitou a bola com os dois braços, aos 5 min. do segundo tempo, e fez outro gol no estilo "mano de Dios" maradoniano. Os jogadores da Costa do Marfim apelaram para a violência, ao descobrir que o árbitro francês Stepanny Lannoy (um exemplo de como NÃO se deve atuar numa partida) deixou passar a evidente irregularidade.

Elano ampliou o placar aos 16 min., e em seguida foi vítima de uma falta brutal do marfinense Tioté (que mereceria ser expulso no ato, mas não foi punido), precisando ser substituído por Daniel Alves. Os africanos vestiram a carapuça de selvagens que os europeus, no passado, viviam colocando neles para justificar a espoliação do continente e bateram para valer. Kaká, cuja forma física não podia se comparar com a dos adversários nem quando não está contundido, reclamou com o árbitro e depois se envolveu num entrevero com Keita, sendo expulso. O gol de honra da Costa do Marfim já havia sido feito, aos 34 min., por descuido da zaga. E foi do craque Drogba, que teve pouco a ver com seus colegas marrentos.

O Brasil, deste modo, metendo 3 a 1 numa seleção considerada forte, vai avançar para as oitavas de final. Agora é só esperar por Portugal. O time lusitano ainda vai ter de enfrentar os mistérios dos seguidores do 'glorioso líder' Kim Jong-Il.

sábado, 19 de junho de 2010

19/06 - O primeiro time a cair fora do Mundial

Após um dia de zebras e de juízes asininos, temos um dia de jogos mais mornos. A grande exceção foi Camarões x Dinamarca, que selou o destino de um deles nesta Copa. O duelo aconteceu em Tshwane (o nome oficial da capital da África do Sul, ainda não internacionalmente reconhecido, já que Pretória, que homenageia um líder bôer, remonta ao triste período do apartheid).

A Holanda só conseguiu fazer 1 a 0 no Japão, graças à falta de aplicação dos jogadores holandeses. Porém, esta vitória magra assegura, praticamente, o time dos moinhos de vento para as oitavas. Por outro lado, os japoneses ainda têm chances.

No jogo seguinte, a zebra ameaçou aparecer de novo. A Austrália era candidata a virar saco de pancadas do grupo, mas abriu o placar contra Gana, o time africano com mais chances de se classificar até este momento. Mas os ganeses empataram, o que deixa o time africano ainda com boas chances. Os australianos conseguiram um ponto, mas pode não ser o bastante.

O jogo entre a sempre perigosa Dinamarca e os imprevisíveis camaroneses foi bastante equilibrado. Eto'o abriu o placar para mostrar a que veio, mas os dinamarqueses empataram ainda no primeiro tempo, para virar no segundo. Como castigo, o time de Camarões foi o primeiro a ser eliminado na Copa do Mundo. Um triste fim para a seleção de Eto'o, o primeiro craque internacional a ter sua estrela apagada em 2010. E como o primeiro eliminado é africano, os vuvuzeleiros ficaram com menos opções de torcida. Mas ainda restam Costa do Marfim (eca), Nigéria, Argélia, Gana e (ainda) a África do Sul.

O resultado também confirma a ida dos neerlandeses às oitavas-de-final.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

18/06 - Quando os juízes aparecem...

...só sai MERDA. Com todas as letras. Só sai merda mesmo.

O futebol anda com fortes suspeitas de manipulação de resultados por parte de uma máfia. Existem poucas provas mas muitos indícios. Um deles é a atuação de certos árbitros.

Primeiro, o jogo da Alemanha contra a Sérvia. O juíz espanhol expulsou o Klose numa falta aparentemente banal, que nem merecia o amarelo. E, no minuto seguinte, a Sérvia contra-atacou e fez o gol da vitória. Os alemães ainda tiveram a chance de empatar, graças a um pênalti infantil de Vidic, mas Podolski cobrou mal e virou o vilão da história. Com este resultado, o grupo D ficou embolado. E mais uma ZEBRA apareceu.

Segundo, no jogo dos Estados Unidos sobre a Eslovênia. O país europeu estava na frente (2 a 0, um placar perigoso quando é obtido no primeiro tempo). Mas permitiu o empate, e estaria em maus lençóis não fosse um gol de Maurice Edu anulado ERRADAMENTE pelo juíz, aos 39 do segundo tempo. Este foi o pior erro de arbitragem da Copa, que impediu a vitória justa dos norte-americanos sobre os eslovenos. Não se trata de um juíz simpático ao Irã, ao bin Laden ou ao doidarrão da Coréia do Norte. Quando muito, está de rabo preso com a máfia dos juízes, que não foi devidamente combatida. Na melhor das hipóteses, é só mais um péssimo apitador.

Terceiro, o juíz de Inglaterra e Argélia não comprometeu (muito), apesar de ser do Uzbequistão, país com tanta tradição em qualquer esporte quanto o vizinho Afeganistão (talvez um pouco mais, pois o Felipão foi para lá tentar ensinar, sem sucesso, os usbeques a jogar futebol). O juíz só fez papel ridículo quando caiu sozinho no campo. Aliás, mais ridícula ainda foi a seleção inglesa, que não fez nada de notável (nem a seleção argelina, mas isto é mais perdoável). Um 0 a 0 horrível, fora dos prognósticos, que pode comprometer seriamente a pretensão dos súditos da rainha e deixa a Eslovênia - pasmem - mais próxima da classificação.

P.S.: a notícia que conseguiu ofuscar a Copa, pelo menos em Portugal e no Brasil, foi a morte de José Saramago, um dos maiores escritores de língua portuguesa que já existiram.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

17/06 - Deus me livre! Maradona vai acabar tirando a roupa mesmo!

A Argentina realmente não está para brincadeiras e seu favoritismo aumentou ainda mais ao aplicar uma surra na seleção sul-coreana.

Fez o que o Brasil poderia ter feito com os norte-coreanos. Um 4 a 1 bem dado.

Detalhe: Messi não contribuiu muito para este placar. Ele não fez nenhum dos 4 gols. Higuaín apareceu para fazer a Argentina sonhar alto com o tricampeonato (para nosso desespero!). Ele fez os 3 gols do ataque argentino (porque o primeiro foi gol contra do zagueiro coreano ao tentar desviar a bola chutada pelo craque Messi).

Higuaín tornou-se o artilheiro da competição. E Maradona está mais próximo de ter de cumprir a sua promessa de correr nu para comemorar a cada vez mais provável conquista, para estarrecimento do mundo (Meu Deus! Isso nos lembra do calendário maia e das profecias de Nostradamus! Será que ainda vai haver mais Copas do Mundo?).

Uma coisa preocupa os argentinos: a defesa, que permitiu o gol sul-coreano nos minutos finais do primeiro tempo.

Nos outros jogos, que ocorreram mais tarde, a Grécia conseguiu vencer a Nigéria por 2 a 1, para desespero da África inteira. Os gregos nunca venceram um jogo sequer na Copa, e agora conseguiram, e logo contra a tão superestimada Nigéria. E foi de virada, para mostrar que os times africanos mal aprenderam a meter medo nos adversários e já estão ficando decadentes.

O terceiro jogo envolve a famigerada França, que foi enfrentar o México e se deu muito mal. Foram 2 a 0 para o time da América do Norte, que fez os gols no segundo tempo. A pátria dos escargots está quase para dar adeus à Copa e ainda nem sequer fez um gol. Um dos grupos mais fortes da Copa pode terminar com dois latino-americanos nas oitavas, deixando não só os anfitriões sul-africanos como também os franceses de fora.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

16/06 - A Zebra passou em Durban

Depois da estréia semi-fracassada da Seleção brasileira, o dia ficou bem mais morno por aqui.

E o ritmo da Copa continua também morno, se é para ser bem otimista. Na verdade, está mais para gelado.

A primeira rodada foi a mais carente de gols da História das Copas. O futebol nunca foi tão desanimante como agora. E encontram um monte de bodes expiatórios: a Jabulani, as vuvuzelas, os patrocinadores, os apostadores, a torcida. Na verdade, não é possível anotar culpados sem uma análise menos simplista, pois já faz muito tempo que o futebol não empolga como antes.

Quanto aos resultados, a zebra passou pela segunda vez (considerando o empate entre americanos e ingleses como um resultado inesperado). E foi uma zebrona daquelas bem feias, como se fosse um rinoceronte listrado.

Não foi no jogo das 8h30, quando Chile passou por Honduras por 1 a 0. E poderia ter sido mais, já que os representantes do país mais longilíneo do mundo foram muito superiores. O Chile não vencia uma partida em Copas desde que sediou uma, em 1962 (aquela do Brasil bicampeão).

Foi a poderosa Espanha que sucumbiu, diante da bem mais limitada Suíça. O gol de Gelson Fernandes (o jogador é de Cabo Verde, daí o nome português, jogando num país com 4 línguas oficiais - alemão, francês, italiano e romanche), aos 9 min. do segundo tempo, castigou a Fúria, que não conseguiu vencer a marcação cerrada do time das montanhas alpinas.

E a anfitriã? Se deu mal, contra o Uruguai, mostrando toda a sua falta de tradição no futebol. E o pior é que o juíz foi extremamente draconiano com o time anfitrião, coisa muito rara de acontecer (só porque estão jogando na África?), ao dar cartão vermelho para o goleiro que fez o pênalti - quando ele merecia o amarelo - e permitir a ampliação do placar para os uruguaios. No final, mais um gol do Uruguai, para ferir de morte as chances da África do Sul de avançar para as oitavas, e ameaça seriamente o emprego do Parreira. Com tudo isso, os vuvuzeleiros não se calaram.

terça-feira, 15 de junho de 2010

15/06 - E a Seleção estreou

Robinho queria, mas não fez o seu na vitória suada contra os seguidores do Kim Jong-Il


Hoje foi a estréia do Brasil na Copa.

Uma estréia nem de longe como a torcida esperava. O adversário da estréia foi a Coréia do Norte, o time do folclórico mas temível tirano Kim Jong-Il.

O primeiro tempo só deve ter agradado ao 'Grande Líder' norte-coreano, pois a Seleção não teve a menor criatividade para vencer a forte marcação adversária.

Já no segundo tempo, parecia que a zebra iria zurrar no estádio, em Johanesburg. Mas o Brasil não ia deixar escapar a vitória, diante de uma seleção com currículo tão pobre. E Maicon abriu o placar (10 min.) com um gol estranho, pois a bola fez uma trajetória estranha na direção das redes, confirmando a má fama. Elano ampliou aos 26 min., e Robinho queria fazer o seu (já Kaká estava em má forma e pior inspiração, e passou em branco). Um placar desses - 2 a 0 - já seria um pretexto para o Dunga continuar a ter rusgas com a imprensa. Pior foi quando Ji Yun Nan, um dos meias da seleção que é forçada a venerar o 'Grande Líder', fez o gol de honra.

O resultado final não chega a ser considerado uma vitória de Pirro, aquela tão desastrosa que equivale a uma derrota, mas teve uma má repercussão na opinião pública. Preparem-se porque o Dunga vai bancar o Zangado de novo na próxima coletiva...

Por outro lado, os adversários nem se preocuparam em jogar e protagonizaram o segundo zero a zero da competição. Desse jeito vão querer que a Coréia do Norte passe para as oitavas, porque a primeira vaga provavelmente vai ser do Brasil. De um lado, Drogba. De outro, Cristiano Ronaldo. Nenhum deles brilhou. Foi um dos piores jogos de um torneio cheio de partidas ruins.

O outro jogo, Nova Zelândia e Eslováquia, ficou no empate, quando parecia que a Eslováquia ia faturar. Mas deixaram os neozelandeses empataram no último minuto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

14/06 - E aí vem a Itália

Mais um dia de Copa, com jogos de poucos gols e entusiasmo idem.

Holanda e Dinamarca, duas equipes fortes, disputam o grupo E, que ainda tem o Japão e a República dos Camarões. E iniciaram o dia, com um jogo pouco animador, principalmente por parte dos jogadores nórdicos. Os holandeses fizeram a lição de casa e mandaram 2 a 0 nos adversários. Se quiser a vaga, a Dinamarca vai ter de vencer o Japão e Camarões.

Por falar nisso, os dois times restantes foram disputar quem terá direito de acompanhar a Holanda nas oitavas-de-final. O Japão está com um elenco limitado, e parecia não ser páreo para os camaroneses, cujo craque, Eto'o, merece respeito. Porém, mesmo com ele, foram os japoneses que fizeram. O problema de Eto'o é que seus colegas, juntos, não têm nem metade do talento dele. E ficou num 1 a 0, com direito a muitas perebagens e pexotagens. Se a Jabulani falasse, pediria por socorro.

O terceiro jogo é de um grupo diferente, o da Itália, que foi jogar com o Paraguai. A azzurra levou um grande susto quando o Paraguai abriu o placar, com Alcaraz, aos 38 min. Eles utilizaram a sua tática de jogar como se estivesse numa Libertadores, isto é, com a raça em detrimento da técnica e uso de jogadas viris. Mesmo assim, os italianos jogaram melhor, e suaram para empatar, aos 17 min. do segundo tempo, com De Rossi. Porém, tiveram de aguentar a defesa paraguaia até o fim, e não conseguiram virar o jogo.

E amanhã, finalmente, vai ter jogo do Brasil. Vamos ver como é que a seleção canarinho vai se sair contra a Coréia do Norte, a terra do Kim-Jong Il.

domingo, 13 de junho de 2010

13/06 - Finalmente, um jogo de muitos gols

E parecia que esta Copa do Mundo seria um show de finalizações erradas, chances desperdiçadas e jogos truncados, onde a Jabulani seria maltratada.

Os dois primeiros jogos apontavam nesta direção.

Argélia e Eslovênia parecia um daqueles jogos folclóricos de duas seleções sem nenhuma expressão e locutores desanimados, quando não simplesmente aqueles novatos em processo de avaliação. Pelo menos não ficou no 0 a 0, como França e Uruguai. O time europeu conseguiu sua primeira vitória em Copas, na segunda participação (a primeira foi em 2002). Ficou no 1 a 0, para desanimar um pouco os vuvuzeleiros, que estavam torcendo pelo time africano.

O jogo seguinte foi Gana e Sérvia. E desta vez a torcida vibrou, pois Gana venceu a Sérvia no final da partida. A Sérvia formava a antiga Iugoslávia, juntamente com a Eslovênia, a Croácia, Montenegro e Macedônia. Fez um jogo burocrático e pode ficar sem chance de ir à Copa, perdendo a vaga para Gana.

Mas eis que a Alemanha estreou, contra a fraca mas esforçada Austrália. E eles não perdoaram. Primeiro, após um ensaio dos australianos, que chegaram a ameaçar o gol dos germânicos, Podolski (existem muitos poloneses jogando na Alemanha) abriu o placar já aos 8 min. Depois, Klose (o principal craque alemão) cabeceou e fez o seu tento, aos 26 min. O goleiro australiano tinha sobrenome parecido com o dos adversários - Schwarzer - e não foi poupado nas várias chances de gol de uma das favoritas ao título. E levou mais dois gols: de Muller e até do brasileiro naturalizado Cacau, no segundo tempo. 4 a 0. E os australianos já podem até pensar em arrumar as malas e cruzar o Índico no caminho de volta (isso se Gana ou Sérvia não vacilarem).

Isso mostrou o potencial de uma equipe jovem, formada após uma crise de elenco, marcada pela contusão do veterano Ballack e até pelo suicídio de um goleiro, que seria titular do time: Robert Enke.

A Alemanha é o primeiro time que conseguiu apavorar neste Mundial. Quem será o próximo?

sábado, 12 de junho de 2010

12/06 - O frango e a zebra

No segundo dia dos jogos, houve 3 partidas, duas delas envolvendo as favoritas Argentina, pelo grupo B, e a Inglaterra, pelo grupo C.

O primeiro jogo, às 8h30, pelo horário de Brasília, foi uma vitória por 2 a 0 dos sul-coreanos contra o fraco time da Grécia.

O segundo foi o que mais chamou a atenção dos brasileiros, por ser um jogo da Argentina. E eles venceram, com um gol de Heinze logo aos 6 min. O defensor conseguiu o que Messi tentou várias vezes, sem êxito. E ficou no 1 a 0 contra a Nigéria, que tinha um bom goleiro para salvá-la de um placar mais dilatado.

Já o terceiro constituiu, de certa forma, a primeira zebra desta Copa. Os ingleses não impuseram sua superioridade contra os norte-americanos, e mesmo abrindo o placar com um gol de Gerrard, no comecinho do jogo (4 min.), permitiu o empate da forma mais ignominiosa, com um frango do goleiro Green, aos 40 min. do primeiro tempo. E os ingleses não conseguiram mais reagir, levando até um susto do ataque estadunidense. Como resultado, um empate de 1 a 1 que ninguém esperava, uma zebra.

Além disso, quem apitou foi o brasileiro Carlos Eugênio Simon, o famigerado juiz do Campeonato Brasileiro, cujos delitos são tantos e tão graves que nem valem a pena ser citados aqui. Mas desta vez ele não favoreceu ninguém.

E a Copa continua...

sexta-feira, 11 de junho de 2010

11/06 - Destaque, só para as vuvuzelas

No primeiro dia dos jogos, o grupo da África do Sul mostrou que nenhum deles tem cacife para ser campeão do mundo.

Nem mesmo a França, que fez um jogo pavoroso contra o Uruguai e ficou num triste 0 a 0. Os dois times já haviam se enfrentado antes na primeira fase da copa de 2002 (aquela do Japão e da Coréia, inesquecível porque o Brasil tinha sido penta) e também empataram.

Antes disso, no jogo inaugural, a África do Sul assustou os mexicanos e abriu o placar (gol de Tshabalala aos 9 min. do segundo tempo), mas os mexicanos conseguiram diminuir a vergonha com Rafael Marquez, aos 33 min. Os sul-africanos mostraram que podem surpreender, mas provavelmente não vão mesmo muito longe.

O que havia entre os dois jogos, além de serem dois empates que embolaram a classificação do grupo A? É o fato da torcida não se cansar de tocar um instrumento projetado no inferno (supostamente criada por Saddam Maake, mas parece ser de outro Saddam, o Hussein, para torturar prisioneiros).

Sim, é a vuvuzela. A legítima corneta que parece soar como um enxame de abelhas africanas.


As cornetinhas do capeta


O instrumento musical que entrou para a mesma lista da dama de ferro, do touro de bronze e da vassoura do Bope.

Se depender dos tocadores das belas melodias criadas por este instrumento musical, ninguém vai colocar a Jabulani, outra mal-falada representante desta Copa, na rede entre as duas traves. A não ser a Seleção sul-africana.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Começou!

A Copa do Mundo na África do Sul começou.

Por estes dias só vou registrar os jogos, a não ser que haja um fato muito relevante (leia-se, infelizmente, muito grave, na maioria das vezes).

Ultimamente, tenho ficado sem postar devido a uma soma de compromissos acadêmicos e profissionais (típicos da pós-graduação), somados à minha irmã, que vai passar uns meses por aqui, em casa. Detalhe: com três crianças, de 10, 3 e 1 ano. Antes só tinha o meu sobrinho Roger. Agora são quatro crianças para ficar de olho. :-P

Mas agora voltei à atividade e não posso ficar de fora deste evento esportivo. E que venha o hexa! (se vier...)


quarta-feira, 2 de junho de 2010

Da série 'Oitentolatria', parte 5


Postei bem recentemente sobre as novelas da década de 1980. E eis que sou obrigado a falar, de novo, de um ícone dessa época: o desenho Thundercats.

A Warner está querendo fazer uma nova versão dos homens-gato chefiados pelo jovem Lion-O, que controlava o 'olho de Thundera'.

O desenho, apesar de feito nos Estados Unidos, tinha já um jeitão de anime. A nova versão vai ser ainda mais parecida com os trabalhos nipônicos.

Os executivos da Warner estão explorando o saudosismo de milhões de telespectadores, que adoravam assistir esses desenhos. Já fizeram releituras de He-Man, outro marco da década, todas piores do que o original de 1982.

E agora só falta alguém relançar Caverna do Dragão...

Um complemento para as 50 piores invenções

A revista Time publicou a lista das 50 piores invenções nos últimos tempos, desde o CFC e os produtos de amianto até coisas grotescas como protetores de dedo para o iPad. Isso sem falar naquelas abomináveis sacolas plásticas e no infame tamagotchi.

Conheço algumas invenções bem infelizes, também:

- Windows Vista: como a conceituada revista TIME pôde esquecer uma pérola dessas? fez a Microsoft ficar bem mal falada nos últimos tempos, por substituir o bem-sucedido mas antiquado Windows XP por um 'magnífico' sistema operacional que consome, com voracidade bulímica, recursos computacionais, e deixa até poderosos computadores irritantemente lerdos; para a sorte do sr. Bill, corrigiram o erro em 2009, lançando o Windows 7, mas o estrago já foi feito: milhões migraram para o sistema operacional Linux, e suas variantes, sem falar nas multidões que se tornaram fãs do sistema Mac OS, do arquirrival Steve Jobs.

- PAC: o "Plano de Aceleração do Crescimento" é mais um produto da imaginação petista, ou, mais especificamente, do seu pessoal de marketing, destinado a engambelar milhões de brasileiros, fazendo-os votarem na Dilma Roussef; até agora, não vi nem vestígios do tal plano, o que é compreensível, pois moro em São Paulo. O problema é que muita gente do interior do sertão nordestino também não viu.

- nazismo: esta é outra invenção humana que só acarretou prejuízos para a humanidade; foi uma autêntica indústria de matar, trucidando judeus, ciganos, poloneses, comunistas, liberais e outras vidas humanas; a eficiência do método dessa indústria rendeu o extermínio de milhões de inimigos do nazismo, mas teve um sério efeito colateral: a cada inimigo morto, foram criados vários outros, pois todos os países que não se renderam a essa aberração ideológica declararam guerra à Alemanha; a perversidade nazista foi tamanha que até algumas vítimas do nazismo e seus descendentes, que eventualmente chegaram a um cargo de liderança, aprenderam seus métodos: veja o caso do governo israelense em relação a um barco com ajuda humanitária, como um claro exemplo disso.

- mensalão: o PAC é uma invenção lulo-petista, e o mensalão, também; conceder dinheiro público para formar uma base governamental, lesando os cofres públicos, já castigados pelas gestões dos militares, Sarney, Collor e outros 'grandes estadistas' do nosso país; foi o modo para o PT conseguir maioria no Congresso e conquistar a simpatia do PMDB, sempre disposto a vestir a carapuça do adesismo, a qualquer preço; o PT mostrou ser um excelente mestre, pois até setores da oposição aprenderam a fazer mensalões, como o DEM de Brasília.

Esqueci mais alguma coisa? Vou postar quando me lembrar...