A zebra atacou outra vez e castigou sem piedade a única seleção que poderia empatar com o Brasil em número de títulos.
Desta vez a Itália, que nunca costumava começar bem a Copa, não teve a mesma sorte de antes. Aliás, para se classificar não precisava de sorte, apenas de competência. Precisava vencer a caloura Eslováquia e torcer para um resultado dentro das espectativas entre Paraguai e Nova Zelândia (ou seja, o time sul-americano não perder do azarão da Oceania).
Por falar naquele jogo, um chato 0 a 0 (outra vez??? já é o quarto jogo sem gols neste Mundial!!), o Paraguai só jogou para o gasto, e a Nova Zelândia, que deveria vencer para avançar, não teve, como esperado, qualidade para tanto. Este resultado horrível garantiu o Paraguai como primeiro colocado do grupo e despachou os neozelandeses.
Não deu zebra lá, e sim em Johannesburgo, palco de uma disputa européia. A tetracampeã Itália contra a estreante Eslováquia, que até 1993 fazia parte da antiga Tchecoslováquia. Os prognósticos diziam: Itália vai faturar. Estavam errados. O time do leste europeu conseguiu segurar os representantes da bota e abriram o placar, com Vittek (24 min.). A Itália voltou a errar passes e passou boa parte do jogo tentando fazer alguma coisa, até que aos 28 min. do segundo tempo, deu Vittek de novo. A Itália lutou desesperadamente, com De Natali, que fez o gol aos 35 min., e Quagliarella, aos 46 min... este último depois que Kopenuk venceu uma defesa inoperante (mesmo com Cannavarro) e fez o terceiro gol eslovaco.
Foi a pior participação italiana em todos os tempos, mesmo considerando o elevado número de eliminações na primeira fase (nada menos que cinco, em 1950, 1954, 1962, 1966 e 1974). Porém, em todos esses casos a Azzurra vencia pelo menos uma partida. Na África do Sul, nem isso. Foram dois empates e uma derrota. Avaliando bem a situação, não foi exatamente uma ópera trágica, e sim uma ópera bufa, digna de Rossini (aquele compositor que fez o Barbeiro de Sevilha cantar: Fiiiiigaroooo...), com os últimos campeões de uma Copa a fazer papel ridículo. Nunca se viu algo assim: os dois melhores colocados de uma Copa passada terem sido eliminados na primeira fase, pois o vice-campeão foi a França.
Após o fiasco italiano, a zebra foi para Durban para atrapalhar os dinamarqueses, que jogavam contra o Japão. Não que a Dinamarca esteja em grande fase, mas o time do Sol Nascente nunca foi mais do que esforçado, ao contrário dos mangás do Capitão Tsubasa. No primeiro tempo, dois gols nipônicos, um deles de falta (coisa nunca vista no futebol japonês). A Dinamarca conseguiu reagir, fazendo um gol de pênalti, mal defendido pelo goleiro asiático, mas a resposta dos rivais veio, e selou o destino dos daneses.
O Japão conseguiu a classificação e vai enfrentar o Paraguai.
Isso porque a Holanda confirmou o favoritismo e fez 2 a 1 no já eliminado time de Camarões. Como no caso do Paraguai, só jogou para o gasto, e o time de Eto'o não teve chance de vencer a laranja mecânica. Pelo menos os africanos fizeram o seu gol, por um pênalti cobrado pelo craque camaronês. E foi só. O time de Camarões volta para casa humilhado, após servir de saco de pancadas para os outros times. E a Holanda tem uma missão aparentemente (e não de fato) sem complicações: derrotar a Eslováquia e seguir o caminho rumo a um campeonato, algo não conseguido em 1974, quando eram conhecidos como o Carrossel Holandês. E isso em sua ex-colônia, a África do Sul.