O dia 24 de julho de 2013 vai ficar lembrado na memória de milhares de brasileiros.
Primeiro, porque o papa Francisco comandou a missa em Aparecida. Ele falou a uma multidão de presentes, sem falar nos milhares de pessoas que não conseguiram entrar na Basílica. O "papa sorriso" exortou os fiéis a levarem a vida com mais alegria e não se prenderem aos valores materiais. Apesar de alegar não ser fluente em português ("Não falo brasileiro", ele teria dito após o fim da missa), todos puderam entender suas palavras, mesmo quem confunde o portunhol dos humorísticos com o que realmente se fala na Argentina, a terra natal do papa. No final da cerimônia, ele levou uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Para completar, ele disse que vem em 2017, nos 300 anos do fenômeno ocorrido na então vila de Guaratinguetá, quando a imagem da Virgem Maria, enegrecida, foi pescada no rio Paraíba do Sul. Depois, ele voltou ao Rio de Janeiro para visitar um centro de tratamento de dependentes químicos, discursando fortemente contra o uso e, principalmente, o comércio de drogas, chamando os traficantes de "mercadores da morte". Para desespero dos defensores da laicização da Igreja e em acordo com a doutrina oficial da Igreja, ele foi contra a descriminação do consumo.
Papa Francisco e uma réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida (Foto: CTV/Divulgação)
Segundo, um frio terrível, como poucas vezes ocorreu. Foi um verdadeiro inverno, com temperaturas sempre abaixo de 10 graus centígrados. Em 13 anos, pelo menos, nunca fez tanto frio: 5,7 graus centígrados. Ontem, chegou a nevar em Curitiba, uma cidade conhecida pelas temperaturas bem abaixo da média brasileira entre junho e setembro, apesar da latitude ainda baixa: 25 graus ao sul do Equador.
Gente agasalhada enfrenta o frio em São Paulo (Foto: Nico Nemer/Futura Press)
Terceiro e último: estou enfrentando as baixas temperaturas para registrar um fato ocorrido há pouco. Algo esperado pelos torcedores do Atlético Mineiro finalmente aconteceu. Depois do Corinthians em 2012, agora é a vez do "galo" mineiro ganhar a Libertadores pela primeira vez. Disputou o mais famoso troféu das Américas com o já tarimbado time do Olímpia, que venceu por três vezes. E ainda por cima teve de reverter um placar de 2 a 0, nos Defensores del Chaco, com direito a outros sustos. O time paraguaio poderia ter goleado e destruído o sonho dos atleticanos naquele primeiro jogo. Após um primeiro tempo nervoso, com o Olímpia disposto a segurar o resultado, os alvinegros mineiros, com Jô logo no início do tempo final e Leonardo Silva aos 41 minutos, quando muitos já perdiam as esperanças. A expulsão de Manzur poderia ter facilitado a vida do time mineiro, mas não foi o que aconteceu na prorrogação, e como "castigo" o título precisou ser disputado nos pênaltis. Enquanto Jô, Leonardo Silva e mais Alecsandro e Guilherme converteram, o goleiro Victor defendeu a primeira cobrança, de Miranda (adiantou-se, diga-se de passagem) e Gimenez selou o destino dos paraguaios. E Ronaldinho Gaúcho? Foi mero coadjuvente, e ficou sem cobrar seu penal. Pelo menos o time cumpriu o prometido: adotou o slogan Sim, nós podemos ou Yes, we C.A.M. (sigla do clube), uma tradução do mote usado por Barack Obama para vencer a eleição presidencial em 2008 (Yes, we can). Até os 41 minutos do segundo tempo, muitos acharam que eles estavam sonhando demais ...
Sim, eles puderam (Vanderlei Almeida/AFP)
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