segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Copa das Confederações acabou mas os protestos, não

Continuam as manifestações pelo país após o fim da Copa das Confederações. A população não está satisfeita apenas com a convincente atuação do time verde-e-amarelo. Quer muito mais do que isso. Exige algo mais importante para o país. 

Ainda há gritaria contra tudo. Ao invés de haver uma união em torno de uma causa comum, grupos de poucos reivindicam ao mesmo tempo, nem sempre de forma a respeitar aqueles que optaram por não protestar. Um grupo de poucas centenas foi até o Largo da Batata para exigir a saída de Renan Calheiros, o presidente do Senado, com base nas várias acusações contra ele. Outro grupo maior, de caminhoneiros, resolveu bloquear as estradas com destino ao porto de Santos, exigindo pedágios mais baratos e redução no preço do óleo diesel (mesmo que isso signifique aumento no preço da gasolina ou do álcool, afinal caminhões não são movidos a esses combustíveis). Cerca de 500 bolivianos foram até o consulado da Bolívia no Brasil em protesto contra a violência, por causa do assassinato de um menino durante um assalto na Zona Leste paulistana, e as péssimas condições de vida dos migrantes, sujeitos a todo tipo de humilhações e hostilidades.

Outros grupos foram para bloquear as estradas, principalmente a Castelo Branco e a Raposo Tavares. Os alvos são os pedágios, realmente caros demais. No entanto, impedem a circulação de milhares de pessoas e causam congestionamentos. 

Nos demais Estados, os protestos parecem um pouco mais focados, contra a corrupção e a a favor de emendas constitucionais que quebram o foro privilegiado e o voto secreto no Congresso, as PECs 130 e 349, respectivamente. Eles pedem também a aprovação do referendo (mais do que do plebiscito) sobre a reforma política e a aprovação da lei que tipifica a corrupção como crime hediondo (*). Mas não faltam protestos contra o Pastor Feliciano, a má situação dos aposentados e a gastança feita para a Copa do Mundo. 



(*) Crimes hediondos são aqueles onde não há direito à fiança, como latrocínio ou estupro. A medida é um avanço, mas por si só é inútil, pois outros crimes considerados assim são praticados quase sistematicamente sem a devida punição, neste país. A Justiça teria que ser mais ágil e menos leniente para punir a corrupção e outros delitos, senão faríamos muito barulho para pouco resultado. 


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